sábado, 20 de fevereiro de 2010

Doação de órgãos, um ato de solidariedade e amor ao próximo !

O transplante é, sem dúvida, a tão esperada resposta para milhares de pessoas com insuficiências orgânicas terminais ou cronicamente incapacitantes.
É, também um procedimento médico com enormes perspectivas, porém, impossível de ser realizado sem a conscientização da comunidade da importância de ser um doador de órgãos.
A doação de órgãos e tecidos é um gesto simples de solidariedade, inibido na maioria das vezes pela falta de conhecimento do público em geral.
A legislação e os profissionais de saúde envolvidos na retirada e no transplante dos órgãos têm se adequado paulatinamente às necessidades do País. Porém, precisamos de muito mais empenho para prover a população com as informações necessárias para estimular a doação.
Além de órgãos, como coração, fígado, rins, pulmão e pâncreas, também podem ser doados córneas, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagens, medula óssea e sangue de cordão umbilical. Partes de órgãos, como intestino e fígado, ou até mesmo mãos, são exemplos de possíveis transplantes.
Algumas doações podem ser feitas em vida, como de rim, partes do fígado e pulmão ou medula óssea.
Nestes casos, a lei somente permite que sejam feitas doações entre parentes. Pais, irmãos, filhos, avós, tios e primos podem ser doadores, desde que tenham boas condições de saúde, sejam capazes juridicamente e concordem com a cirurgia.
Doações entre não-parentes podem ser analisadas e eventualmente autorizadas judicialmente.
No caso de medula óssea, qualquer pessoa entre 18 e 55 anos pode doar. Retirado do interior de ossos da bacia, o material se recompõe em apenas 15 dias.
A grande dificuldade é encontrar compatibilidade entre doador e receptor, que é de uma em cem mil. Por este motivo, todos os interessados em doar são cadastrados. Havendo um receptor compatível, ele será convidado a fazer a doação.
Claro que há uma relação importante entre o receptor do órgão, seu transporte e o receptor apto a recebê-lo.
Não basta apenas existir alguém para doar e alguém para receber. Para o sucesso do transplante, com o mínimo de chances de rejeição, muitos detalhes, como idade, peso e tipo sanguíneo, precisam ser analisados, tornando receptor e doador compatíveis ou não.
A doação de órgãos de pessoas falecidas só pode ser feita com autorização da família.
Por isso, caso haja interesse em doar os órgãos, é necessário que a família ou os amigos sejam avisados ou que esse desejo se constitua em um documento.
Pela legislação brasileira, órgãos não podem ser comercializados, e a reconstituição do corpo do doador, também é obrigatória. Ou seja, o corpo ficará como antes, sem qualquer deformidade ou necessidade de sepultamento especial.
Hoje, no País, milhares de pessoas aguardam a doação. Muitas dependem disso para continuar vivendo.
Enfim, o transplante é um procedimento sério, totalmente custeado pelo Sistema Único de Saúde.
Há milhares de vidas que dependem deste ato de solidariedade.
Os boatos e ou informações infundadas devem ser banidos.
O site da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (www.abto.org.br) fornece mais informações referentes a este tópico importante do ponto de vista médico, social e humano.
Antonio Carlos Lopes - Médico, professor titular de clínica médica da Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina e presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.)

Diabetes e Cirurgia Plástica - Cirurgia plástica pede presença de diabetólogo

Livrar-se de um pneuzinho, dar uma leve arrebitada no nariz ou então ir logo querendo desbancar o visual do já não tão novo colo de uma famosa, nada disso é proibido. Muito menos pecado. A idéia de que diabéticos devam avaliar com restrições a possibilidade de enfrentar uma cirurgia plástica, motivada por razões de ordem exclusivamente estética ou outra necessidade qualquer, é improcedente, desde que se trate de um paciente consciente de suas limitações e que tenha suas taxas de glicose e hemoglobina glicosilada sob controle, além de respeitar recomendações e repousos pós-operatórios.

Chefe do serviço de cirurgia plástica do Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro, e diretor da Interclínica Jardim Botânico, o cirurgião plástico Marcelo Daher vem realizando diversas intervenções em diabéticos e faz apenas uma exigência a esses pacientes. “Para que o diabético seja operado é indispensável a presença do seu diabetólogo, do médico que o vem acompanhando sempre e que estará fazendo durante a cirurgia a verificação das taxas de glicemia de tempo em tempo”, determina Daher.
Discípulo de Ivo Pitanguy, Daher lembra que para o pré-operatório é o bastante o jovem ou adulto diabético, tipo 1 ou tipo 2, certificar-se de que vem se mantendo com níveis bem controlados de glilcemia. O médico ressalta que a exigência da presença do especialista responsável pelo paciente é um excesso de zelo no sentido de que se evite o surgimento de complicações, como a ocorrência de hipo ou hiperglicemias durante a intervenção cirúrgica. Além disso, a assistência continuada do diabetólogo garante a estabildiade dos níveis de glicose, diminuindo a suceptibilidade a infecções e à cicatrização mais demorada que o diabético tende a ter.

De resto, não há qualquer restrição e o diabético está apto a submeter-se desde a uma lipoaspiração para contorno corporal até uma plástica para remodelação mamária ou de perfiloplastia de nariz, orelhas, lábios e maçãs. Enfim, pode fazer tudo a que tem direito.

Antes de tomar qualquer decisão, contudo, deve levar em conta alguns dos muitos conselhos dados por Daher a qualquer candidato a uma cirurgia plástica. O médico lembra que, antes de mais nada, uma operação plástica só deve ser realizada quando a pessoa a desejar fortemente, souber exatamente o que quer, a partir de uma motivação íntima, pessoal e nunca por sugestão ou imposição de terceiros. Além disso, a pessoa deve estar segura de que não está se deixando levar pela idéia de que uma plástica poderá resolver problemas seus que tenham origem em insatisfações de ordem afetiva, pois a pessoa poderá se frustrar se a dificuldade persistir, ainda que o resultado da cirurgia seja o desejado.

Fonte: http://www.portaldiabetes.com.br/

Atividade física planejada pode fazer a diferença no controle glicêmico

Atividade física com orientação é recomendação de praxe para todo mundo em busca de melhor qualidade de vida e boa saúde. É indispensável não só para os que lutam com a balança. É de grande auxílio e, pode-se dizer, essencial no tratamento do diabetes. E vejam só, diabéticos não insulinodependentes costumam ter melhor resposta à prática de exercícios físicos do que os que dependem de insulina, porque não apresentam as mesmas flutuações de glicemia. A opinião é da educadora física Luísa Meirelles, que há 16 anos coordena programas de condicionamento físico para portadores de diabetes e doenças cardiovasculares no Hospital Universitário Pedro Ernesto, ligado à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Em função dessas características, a adaptação do diabético tipo 1 ao ritmo de atividades tem de ser gradativa. No início das atividades, ele precisa medir a glicemia antes, durante e depois dos exercícios e fazer os ajustes nas doses de insulina, sob orientação médica.

Para o diabético tipo 2, o exercício auxilia no controle da glicemia e de outros fatores de risco que ele pode apresentar, como a hipertensão arterial, colesterol elevado, obesidade e sedentarismo. “Em alguns casos, ele consegue reduzir o uso de medicamentos para controle da glicemia porque tem sua sensibilidade à insulina aumentada em função dos exercícios”, informa Luísa.

Segundo Luísa, as atividades mais indicadas tanto para os diabéticos tipo 1 como para os tipo 2 são as aeróbias, como caminhadas, natação, bicicleta etc. É importante acrescentar exercícios de força com o objetivo de manutenção da massa muscular e massa óssea que diminuem com o sedentarismo, porém eles só devem ser realizados quando a resposta da pressão arterial ao exercício for adequada.

Antes de começar qualquer programa de condicionamento físico, a educadora recomenda uma avaliação médica detalhada e teste de esforço para o cálculo da intensidade do treinamento em relação a frequência cardíaca e pressão arterial. Os testes de glicemia são outro referencial: se o resultado fica acima de 300 mg/dl, a recomendação é de não realizar exercícios; se ficar abaixo de 100 mg/dl em insulinodependentes, ela recomenda maior absorção de carboidratos para que a taxa seja normalizada. Outros cuidados são evitar o exercício durante o período de ação máxima da insulina e aplicar a insulina num grupo muscular que não for exercitado.

Luísa também verifica a existência de complicações diabéticas para inserir o paciente num programa adequado. Pacientes com avançada retinopatia, por exemplo, não devem realizar atividades que causem excessivo aumento na pressão arterial. Já os indivíduos portadores de neuropatia periférica podem apresentar dor, comprometimento do equilíbrio e fraqueza, podendo bloquear sinais oriundos dos pés e levar à ocorrência de lesões graves antes que elas sejam percebidas.

Os benefícios das atividades físicas podem ser observados já nos primeiros três meses, com melhora da glicemia, perda de peso e redução da hipertensão. A educadora adverte que esses resultados só chegam se a pessoa fizer as atividades regularmente, no mínimo três vezes por semana, com sessões de 30 a 60 minutos cada, para que haja efeito no sistema cardiovascular, ou de cinco vezes por semana se o objetivo for perder peso. Ela lembra também que a prática de atividades físicas requer uma dieta alimentar conveniente, com correta ingestão de carboidratos.

Miniabsorventes devem ser evitados por mulheres diabéticas

Mulheres diabéticas podem apresentar alguns problemas ginecológicos com maior constância que as não diabéticas. A glicemia alta pode interferir no equilíbrio das secreções vaginais e levar ao surgimento de coceiras, ardores e corrimento provocados por uma bactéria chamada cândida. O alerta é da ginecologista Ângela Maggio da Fonseca, professora do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP.

O tratamento para esse tipo de problema na diabética é o mesmo adotado para qualquer mulher, explica a especialista. O usual é a administração de um medicamento oral, com ação fungicida, que elimina a bactéria, e de um creme para aplicação no local. A melhora costuma ser rápida e se mantém após o tratamento, garante Ângela.

As recomendações da médica vão além do uso do medicamento. Ela sempre aconselha que a mulher opte pelo uso de calcinha de algodão, evitando tecidos sintéticos que não têm a mesma capacidade de absorção. “A cândida se prolifera em ambiente quente e úmido e, por isso, o algodão é mais indicado porque seca mais rápido”, explica a ginecologista. A calcinha deve também ser passada com ferro bem quente.

Segundo a médica, deve-se também evitar o uso de miniabsorventes, que têm o mesmo efeito das calcinhas em tecido sintético. Eles mantêm a umidade local e ajudam a proliferação das bactérias. Também para evitar um meio úmido e quente, a médica recomenda que, quando for à piscina ou à praia, a mulher não permaneça com o maiô ou biquíni molhados no corpo. Depois de nadar, ela deve trocar a roupa em seguida.

Se voltar a apresentar o problema, Ângela explica que é suficiente aplicar novamente o creme vaginal, para novamente solucionar o inconveniente. Se quiser, a mulher pode também fazer banho de assento, usando chá de camomila, que não traz inconvenientes para diabéticas ou não diabéticas.
 
Fonte: ww.portaldiabetes.com.br

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Fibras

 
Quais os reais benefícios das fibras para saúde? Quais são as melhores fontes para uma dieta saudável? Qual o papel das fibras na prevenção de doenças como câncer, diabetes e doenças do coração? Aqui estão reunidas informações para elucidar estas e outras questões com impacto direto em sua saúde.

O que são fibras?

Conceito: Fibras são carboidratos que não podem ser digeridos. São cadeias de açúcares que não podem ser quebradas pelo sistema digestivo, passando intactas pelos intestinos sem serem absorvidas.

As fibras são classificadas em dois tipos: Solúveis ou insolúveis em água. Estas diferenças são importantes, pois estão relacionadas ao efeito das fibras no risco de desenvolver certas doenças.

As recomendações atuais são que uma pessoa ingira pelo menos 20 gramas de fibras por dia, sendo que aqui não estão inclusos suplementos artificiais de fibras.

Quanto mais calorias uma pessoa ingere por dia, mais fibra seu organismo necessita.

Fibras e doenças cardiovasculares

Doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no Brasil, e são causados pelo entupimento das artérias por placas de colesterol.

Ter fibras é um fator protetor contra doenças cardiovasculares, segundo estudos conduzidos em Harvard. Dietas ricas em fibras reduzem o risco de doença coronariana em 40%.

Fibras também possuem um papel protetor e preventivo contra a síndrome metabólico, que inclui pressão alta, tolerância a glicose, excesso de peso, aumento de triglicerídeos e redução do bom colesterol.

Fibras e diabetes Tipo 2

As fibras são benéficas tanto na prevenção quanto no controle do diabetes Tipo 2.

Estudos demonstraram que pessoas que ingerem pelo menos 02 porções de alimentos ricos em fibras por dia, têm redução de 21% no risco de desenvolver diabetes.

Fibras e constipação intestinal

Constipação intestinal ou intestino preso é uma das queixas mais comuns nos consultórios médicos.

A boa notícia é o funcionamento do intestino é altamente sensível às fibras da dieta.

As fibras presentes no farelo de aveia e de trigo parecem ser mais eficientes para constipação do que outras fontes de fibras, como frutas e verduras. Os especialistas recomendam uma elevação gradual da quantidade de fibras na dieta, assim como o aumento da ingestão de água, já que as fibras absorvem o líquido.

Fibras e câncer de intestino

Por muitos anos foi dito que o consumo de fibras reduzia o risco de câncer de intestino. No entanto, grandes estudos não mostraram esta relação.

O que se viu foi que pessoas que preferiam fibras ao invés de carnes vermelhas e gorduras de origem animal realmente tinham menor risco de desenvolver câncer de cólon, mas o fato estava ligado à redução da ingestão de gorduras saturadas.

Mesmo não tendo comprovação na prevenção do câncer de intestino, muitos outros benefícios já se mostraram comprovados e são motivos suficientes para uma dieta rica em fibras.

Fontes de fibras

Fibras solúveis:

- aveia;
- castanhas e nozes;
- feijão, ervilha, soja e lentilha;
- maçã e pêra.

Fibras insolúveis:

- farelo de trigo;
- arroz integral;
- granola e grãos inteiros em geral;
- cenoura;
- pepino;
- abóbora;
- tomate.

Fibras: referências bibliográficas

Este guia sobre fibras foi produzido pelo Editorial Médico utilizando fontes nacionais e internacionais de confiança para apresentar informações atualizadas e respaldadas em consensos e pesquisas médicas. Dentre as fontes científicas utilizadas estão:

1. Department of Nutrition at Harvard School of Public Health. The Nutrition Source Website. Revisado em maio de 2008. Centro de nutrição da escola de saúde pública de Harvard, uma das mais conceituadas universidades do mundo.
Fonte: Banco de Saúde

Reportagem do Jornal Hoje de hoje - 19.02.2010



Fonte: Portal Globo.com

Você que é diabético, ainda acha que não pode consumir pães, doces e massas?

A primeira e maior diferença no plano alimentar de um paciente com diabetes em uso de insulina é que toda variação na quantidade de carboidratos das refeições e dos lanches deve ser acompanhada também por uma variação equivalente na dose da insulina administrada. “É importante que o paciente diabético saiba que o maior determinante da sua taxa de açúcar no sangue é a quantidade e a qualidade do carboidrato consumido e que ele não pode abolir este nutriente de sua dieta, deve aprender a consumi-lo corretamente”, afirma a endocrinologista Ellen Simone Paiva (CRM-SP 51.988), diretora do Centro Integrado de Terapia Nutricional, Citen.

Os carboidratos são nutrientes essenciais à saúde de todas as pessoas, normais e diabéticas. São as principais fontes de energia, principalmente para o cérebro, que não consegue utilizar nenhum outro substrato, além da glicose. Os neurônios são as primeiras células a manifestarem sofrimento nas situações de queda dos níveis sangüíneos da glicose, as hipoglicemias. “Logo, os diabéticos devem comer alimentos que contenham carboidratos em todas as suas refeições. Além de serem fontes de energia, os alimentos que contêm carboidratos são fontes importantes de fibras, vitaminas e minerais”, explica a médica.

Onde estão os carboidratos?

Os carboidratos são encontrados nos alimentos em duas formas. As formas mais simples e prontamente absorvíveis são a sacarose (açúcar cristal, mascavo, refinado ou orgânico), a lactose e a frutose. Estas não requerem nenhum processo digestivo e logo que são ingeridas, causam a elevação imediata nos valores da glicemia.

Outras formas de carboidratos, denominados complexos, são substâncias que demandam processo digestivo demorado, com lenta elevação dos valores da glicemia. O principal representante desse grupo é o amido, encontrado no arroz, milho, batata, mandioca, massas e pães. “Os carboidratos são, em última análise, moléculas de glicose, que após o processo digestivo alcançam o sangue. A diferença entre eles é o tempo entre a ingestão e a chegada ao sangue sob a forma de glicose”, explica a nutricionista Amanda Epifanio, (CRN-3: 17153), que também integra o corpo clínico do Citen.

Qual a função da insulina?

A glicose absorvida dos carboidratos só é capaz de entrar nas células e desempenhar sua função nutricional através da ação da insulina, que age como uma chave que abre as portas das células à entrada de glicose. Não podemos viver sem insulina, pois seria o equivalente a viver sem utilizar os alimentos ingeridos. “Sem ela, ‘as portas das células não se abrem’, os nutrientes, principalmente, a glicose se acumula no sangue e se perde na urina. Há uma desnutrição progressiva que impede a vida”, explica Ellen Paiva.

Quando produzimos insulina normalmente, amplas variações na ingestão de glicose são compensadas naturalmente. Podemos optar por fazer grandes refeições, pois somos capazes de aumentar automaticamente a produção de insulina, como podemos também fazer um jejum prolongado, pois, nestas ocasiões, praticamente interrompemos a produção de insulina. “Porém, estes processos não acontecem naturalmente nos pacientes diabéticos insulino-dependentes. Por não produzirem insulina adequadamente, eles devem ajustar a dose da insulina utilizada à quantidade de carboidratos consumida, ou adequar a quantidade de carboidratos consumida à insulina utilizada”, explica a endocrinologista.

Quanto carboidrato pode ser consumido?

As maiores associações de diabéticos do mundo, entre elas a Associação Americana de Diabetes e a Associação Européia de Diabetes, são unânimes em recomendar uma porcentagem de carboidratos semelhantes à orientação dada às pessoas não diabéticas, ou seja, uma média de 50% das necessidades energéticas totais. “Isso significa que um diabético adolescente com 65 kg deve ingerir 2500 calorias e dessas, 1250 calorias em carboidratos ou 300 gramas diárias desses nutrientes, distribuídas em 3 refeições e 2 a 3 lanches”, afirma Amanda Epifanio.

Considerando que qualquer orientação nutricional deve atender ao princípio da variedade, os carboidratos devem ser consumidos em suas várias formas: frutas, verduras, legumes, grão e cereais integrais, pães, massas e até os doces, desde que adequadamente cobertos por titulação das doses de insulina. “O plano alimentar deve ser individualizado e flexível e as variações de cardápio podem ser realizadas através de trocas por alimentos em grupos equivalentes ou pela contagem de carboidratos em cada refeição, o que orienta as doses de insulina”, defende a nutricionista.

Algumas situações específicas requerem uma mudança na relação carboidrato-insulina como é o caso da prática de exercícios físicos pelos diabéticos. De uma maneira geral, esses pacientes devem ser orientados a ingerir uma quantidade extra de 15 gramas de carboidratos, em média, antes da prática de exercícios físicos. “Nos casos onde o paciente tem sobrepeso ou obesidade, a melhor forma de adequar a relação carboidrato-insulina à prática de exercícios físicos é a redução da dose de insulina, ao invés de aumento na quantidade de carboidrato”, afirma Ellen Paiva.

A compreensão de todos esses mecanismos é fundamental para garantir a segurança e o bem estar dos pacientes diabéticos. Eles devem aprender a lidar com todas as questões relativas à sua alimentação, procurando diminuir as restrições e o impacto negativo que o diagnóstico do diabetes pode causar em suas vidas.

Fonte: http://www.portaldiabetes.com.br/conteudocompleto.asp?idconteudo=5171

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O controle do diabetes é mais eficiente quando a família consegue resolver problemas do dia-a-dia dos filhos.

Ter tranqüilidade para acalmar as crianças é primordial para os pais que têm filhos com diabetes. E esse exercício é tão importante que foi uma das principais discussões do Congresso Americano de Diabetes no começo deste mês. “Vários trabalhos mostraram o quanto é fundamental o envolvimento familiar no tratamento de suporte das crianças com diabetes. Isso sugere que as crianças com melhor controle de diabetes são aquelas com mais apoio dos pais”, diz Luiz Eduardo Calliari, endocrinologista infantil do Hospital São Luiz.
Não há estudos que mostrem a porcentagem exata de crianças com diabetes no Brasil. Mas se sabe que o número é alto. “Em crianças, o diabetes mais freqüente é o tipo 1, ou juvenil. Porém, com a epidemia de obesidade nos últimos anos, já existem crianças com o tipo 2, o que aumenta a chance de elas apresentarem doenças cardíacas no futuro”, afirma Cristina Khawali, endocrinologista e membro do conselho consultivo da Associação de Diabetes Juvenil.
O diabetes tipo 1, que ocorre em geral na infância e na adolescência, é uma doença autoimune de fundo genético, mas também modulada por fatores ambientais, como viroses e poluentes. Segundo Cristina, existem teorias que sugerem que o desmame precoce (e a inclusão dos leites industrializados na dieta dos bebês) também pode estar relacionado com o desencadeamento do diabetes tipo 1. Os principais sintomas são quando a criança urina muito, sente sede além do normal e emagrece rapidamente, cerca de 5 a 10 quilos. Além disso, ela pode se queixar de fraqueza e até mesmo perder o controle do xixi durante a noite.
A doença não tem cura. O controle é feito por meio de reposição de insulina, hormônio que os pacientes param de produzir. O tratamento é complexo, doloroso e exige disciplina. São aplicadas injeções subcutâneas, geralmente de 2 a 4 doses ao dia, com seringas ou canetas aplicadoras, e é preciso fazer o controle da glicemia (açúcar no sangue), através de punção de ponta de dedo, também várias vezes ao dia.
O tratamento diário da doença mostra o quanto é importante os pais serem companheiros da criança. “A família é fundamental para a aceitação do diagnóstico, para a realização dos controles de ponta de dedo, aplicação de insulina e apoio psicológico da criança. Quando esses fatores estão equilibrados, há sucesso no tratamento, com melhor controle das glicemias e boa qualidade de vida”, completa Luiz.

Fonte: Revista Crescer

Aplicação de Insulina - Vídeo

Glicemia pode complicar aftas, sapinhos e herpes

Feridas e machucados na boca precisam receber acompanhamento tão atento como o que se deve reservar aos pés ou a qualquer outra extremidade do corpo. O alerta é da cirurgiã dentista Ana Miriam Gebara, do Centro de Atendimento a Pacientes Especiais (Cape) da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo e do Departamento de Odontologia da Associação Nacional de Assistência ao Diabético (Anad).
Segundo Ana Miriam, algumas lesões atingem a região da boca do diabético de forma similar à que acontece com o não diabético. O problema, porém, é que eventuais descompensações na glicemia podem fazer com que uma cicatrização que levaria um ou dois dias para acontecer acaba, muitas vezes, demorando até um mês. Isso ocorre porque quando a glicemia está elevada o tempo necessário para a cicatrização é maior.
As lesões em mucosa mais comuns na região da boca podem ser a afta, a cândida ou o herpes. A afta é um tipo de úlcera e pode ser causada por alguma medicação, por estresse, traumas ou distúrbios gastro-intestinais. A cândida, causada por fungo, é o popular “sapinho”, e pode causar manchas vermelhas em mucosas debaixo de próteses totais (dentaduras). O herpes são bolhas que coçam no canto da boca, provocadas por um vírus oportunista. No caso da afta, alguns cuidados podem evitar que elas apareçam por causa de traumas. Próteses com grampos, aparelhos ortodônticos, obturações e dentes quebrados e com pontas podem ferir a mucosa e levar ao surgimento de pequenas feridas que demoram para cicatrizar, explica a cirurgiã dentista.
A secura na boca ou xerostomia, sintoma presente quando o diabético está com hiperglicemia, favorece o surgimento de lesões porque toda a região da mucosa fica mais delicada. Nessas ocasiões, todo o cuidado é pouco. Até com o garfo ou mesmo na escovação fica mais fácil se machucar e, para evitar esse problema, Ana Miriam recomenda o uso de escova infantil que é sempre macia, de ponta arredondada, mais fácil de manter limpa.
O uso de palito de dente está terminantemente proibido, adverte Ana Miriam. Além de poder machucar a mucosa, quando leva o palito aos dentes a pessoa está carregando para a gengiva micróbios e bactérias que acabam depositados na região.
Se surgir alguma ferida, a especialista lembra que não é recomendável que a própria pessoa se medique. A auto-medicação não é boa para ninguém, muito menos para o diabético que pode acabar utilizando algum medicamento que, sem ele saber, vai interferir na sua glicemia. Nem o bicarbonato, nem a inocente água morna com sal são recomendados, porque muitos diabéticos sofrem também de hipertensão e esses produtos aumentam a pressão sanguínea.
Ana Miriam diz ainda que não aconselha tampouco o uso de enxaguatórios vendidos em farmácia. Grande parte deles contém álcool e, por serem aplicados na boca, são absorvidos com extrema rapidez na região embaixo da língua. Ao escolher a pasta de dentes, deve-se optar pelas que contêm flúor. Dentifrícios com bicarbonato ou abrasivos, só sob prescrição do dentista. Além desses cuidados, ela lembra que além de consultar o dentista sempre que surgirem na boca machucados que teimam em não cicatrizar, o diabético deve procurar seu endocrinologista para fazer um acompanhamento de sua glicemia, que certamente deve estar descontrolada.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Para aproveitar melhor a época de carnaval segue algumas dicas.

A maior festa popular do Brasil está chegando, o CARNAVAL. Nesta época tudo é festa, porém o portador de diabetes tem que ter alguns cuidados para aproveitar a folia! Independente do local escolhido é extremamente importante lembrar de se cuidar.

É indispensável levar para todos os locais o cartão de portador de diabetes – assim não se corre o risco de uma possível hipoglicemia ser confundida com embriaguez. Assim como levar o monitor de glicemia e alimentos para correção de hipoglicemia – açúcar líquido, balas com açúcar, barrinhas de cereais light ou refrigerante normal.

ATIVIDADE FÍSICA

Vocês podem estar pensando, lá vem esse pessoal do Diabetic Center querer que eu faça exercício durante o carnaval!

Na época de carnaval as pessoas realizam atividade física e nem se dão conta: Pular e Dançar! A música é sempre alegre e quase não é possível fica parado, e isso pode alterar seu controle glicêmico!

E como em qualquer atividade física é necessário alguns cuidados:
Não sair sem se alimentar,
Hidratar-se com água a cada 30minutos,
Levar balas no bolso para correção de hipoglicemia,
Fazer o teste de glicemia antes e durante a folia! Atualmente, existe um monitor de glicemia que é acoplado as tiras, praticidade para a folia do carnaval no seu bolso.

ALIMENTAÇÃO

A alimentação deve ser saudável e freqüente, com pelo menos 5 ou 6 refeições diárias (café da manhã, lanchinho, almoço, lanche, jantar e ceia).

O café da manhã e a ceia nunca devem ser omitidos, principalmente para os usuários de insulina. Os horários das refeições devem ser mantidos, como de costume, para se evitar hipoglicemia.

A hidratação do corpo é muito importante, principalmente pelo calor, por isso, a água deve ser ingerida antes, durante e depois da folia.
É importante manter a ingestão de carboidratos complexos (pão, arroz, macarrão), carnes magras, assim como a utilização de frutas, verduras e legumes para repor vitaminas, minerais e manter boa ingestão de fibras. Evite frituras ou comidas de difícil digestão, como feijoada, rabada, etc.

Não esqueça de levar alimentos para corrigir possíveis hipoglicemia.

Na rua não é indicado comer alimentos de barraquinhas. A água de coco e o refrigerante dietético são opções de bebidas, que podem ser consumidas na rua.

Como só falamos sobre falta de alimentação é importante salientar, mantenha a sua alimentação saudável, porque você pode exagere nos “comes e bebes” elevando a sua glicemia, podendo até acabar o feriado no hospital.

BEBIDAS ALCOÓLICAS

Durante o carnaval a oferta de bebidas alcoólicas aumenta, proliferam os vendedores de cerveja, mas você com diabetes deve saber qual é o seu limite.

Nunca se deve ingerir bebida alcoólica em jejum! A Organização Mundial da Saúde recomenda uma dose para mulheres e até duas para homens, entende-se como uma dose – uma lata de cerveja, uma taça de vinha ou 50mL de uma bebida destilada.

O álcool pode causar hipoglicemias severas porque inibe a formação de glicose e potencializa a ação da insulina.

Algumas alternativas - como caipirinha com adoçante, em vez do açúcar, e frutas de menor quantidade de carboidratos (limão, maracujá) ou ainda whisky misturado com água - devem ser levadas em consideração pelas pessoas que têm diabetes e não querem abrir mão do consumo dessas bebidas. Lembre-se quem realiza contagem de carboidratos, não é necessário contabilizar as gramas de carboidratos até duas doses, após essa quantidade de doses é necessário conversar com seu médico ou nutricionista.

Fazer o teste de glicemia antes, durante e depois do consumo de bebida alcoólica é indicado para conhecer as reações do organismo.

Lembre-se a qualquer anormalidade (rubor ou taquicardia) suspenda a ingestão imediatamente.

CUIDADO COM OS PÉS

Os fiéis companheiros nessa folia não podem ser esquecidos! Se você já tem algum tipo de neuropatia atenção redobrada!

O ideal é usar tênis confortáveis; acomode o tênis ao pé e não o inverso; e meias de algodão. Esqueçam calçados novos! NUNCA fique descalço independente da superfície, há risco de garrafas quebradas, pedras, entre outra, que podem causar traumas e ter maior risco e quedas!

Caso apareçam bolhas nos pés, o ideal é não estourá-las, caso ocorra o rompimento espontâneo use soro fisiológico 0,9% ou óleo vegetal, não cobrir jamais. O melhor é aguardar a melhora da ferida. As dores nas pernas podem ter causas variadas, muscular a vascular. Geralmente a dor neuropática melhora com a atividade física, fique bem atento, evite automedicação com antiinflamatórios e se necessário procure um médico.

Um bom carnaval a todos e não esqueçam de levar o Diabetes com vocês nos dias de folia!

Caroline Montingelli Coelho
Farmacêutica e Educadora em Diabetes

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes – www.diabetes.org.br

O diabético precisa cuidar corretamente de seus pés

Uma das possíveis complicações do diabetes é a chamada neuropatia diabética, que resulta em diminuição da sensibilidade nos pés, com ou sem deformidades, com ou sem sintomas, principalmente entre aqueles que não fazem bom controle da glicose. Essa complicação atinge 50% das pessoas acima de 60 anos que têm essa doença, segundo a Federação Internacional do Diabetes. Por essa razão, os pés requerem atenção especial dos diabéticos. Estudos comprovam que aqueles que passaram por uma consulta com um profissional de enfermagem tiveram uma chance de amputação 80 a 98% menor que aqueles que não a fizeram. Perda de sensibilidade, dores agudas, fraqueza muscular, formigamento e ardência são sintomas de que as extremidades inferiores correm risco.
Como o diabético tem problemas imunológicos e de cicatrização, qualquer ferida apresenta maior chance de complicações e de se transformar em porta de entrada para infecções que, se não tratadas adequadamente, poderão resultar em amputação. Prevenir ferimentos e tratar das feridas quando elas já apareceram é fundamental para diminuir o risco de amputação.
Quando forem detectadas mudanças vasculares ou neuropáticas nas pernas ou pés de portadores de diabetes, é fundamental seguir alguns cuidados. Como sugere a Clínica dos Diabéticos da Unimed-BH.

Lave os pés

  • Testar a temperatura da água na parte interna do antebraço antes de lavar o pé. A água deve estar morna;

  • Usar sabão neutro;

  • Não deixar os pés de " molho" para não ressecar a pele;

  • Secar bem os pés, com atenção para as partes entre os dedos;

  • Aplicar creme hidratante na sola e na parte de cima dos pés.
    Examine os pés diariamente

  • Procure bolhas, cortes, rachaduras, manchas vermelhas e alterações nas unhas;

  • Olhe bem entre os dedos;

  • Avalie pernas e tornozelos. Se há inchaço ou pés pálidos ou arroxeados;

  • Se tiver dificuldade em abaixar ou enxergar os pés, usar espelho ou pedir a ajuda de outra pessoa;

  • Em caso de identificar algum problema, informe ao médico.
    Cuidados com as unhas

  • Mantenha as unhas sempre cortadas e lixadas. O corte deve ser feito com um cortador de maneira reta. Não arredonde os cantos;

  • Não tire cutícula. Ela está ali para protegê-lo, impedindo a entrada de sujeira e de bactérias;

  • Não use canivete, faca, tesoura e alicate para cortar as unhas;

  • Faça esses cuidados, de preferência, após lavar e secar os pés. As unhas umedecidas tornam-se mais maleáveis;

  • Caso você peça a alguém para cuidar dos seus pés, oriente sobre o que pode ou não ser usado. Lembre-se também de orientar a pessoa sobre como devem ser feitos os cuidados;

  • Procure a ajuda de um especialista se não conseguir alcançar os pés, tiver unhas encravadas e/ou unhas grossas e duras.
    Calos e verrugas

  • Não use cremes, laminas de barbear, estiletes ou qualquer outro recurso para retirar calos e verrugas, evitando ferir os pés e até causar uma infecção;

  • Pode-se usar após o banho ou a lavagem dos pés uma pedra-pomes para lixar as áreas ásperas e os pequenos calos. Mas se deve fazer isso com muito cuidado. Use a pedra com delicadeza e friccione-a em um só sentido, sem movimentos de vai-e-vem, para evitar lesões na pele.
    Proteja os pés

  • Use calçados na praia e em pisos quentes (piscina) para evitar queimaduras;

  • Use protetor solar nos pés sempre que eles ficarem expostos ao sol;

  • Se sentir frio nos pés, use meias quentes;

  • Nunca use bolsas de água quente. Elas podem causar queimaduras nos pés sem você sentir.
    Sapatos adequados

  • Use sapatos fechados e confortáveis (de couro mole e sem costuras) para proteger os pés;

  • Não ande descalço. Mesmo em casa, você pode machucar os pés;

  • Use sempre sapatos com meias, que devem estar limpas. Dê preferência a meias de algodão e sem costuras. Elas mantêm os pés mais secos e ajudam a prevenir a formação de bolhas. Mas nada de elásticos que apertem os tornozelos;

  • Evite saltos altos, sandálias e chinelos;

  • Antes de calçar os sapatos, verifique se há algum objeto dentro dele. Você pode não senti-lo e se machucar;

  • Mantenha atualizada a vacina contra tétano.

    Fonte:www.portaldiabetes.com.br

Quando o diabético tipo 2 deve usar insulina?

Fazer uso de insulina significa que as complicações provocadas pelo diabetes mal controlado estão a caminho? Nem sempre, explica o endocrinologista Freddy Goldberg, do Hospital Heliópolis. O ideal, informa o médico, é que a insulina comece a ser administrada antes que alguma complicação aconteça e a recomendação é que ela seja utilizada se as metas de controle glicêmico não estiverem sendo atingidas com a medicação oral.

Freddy Goldberg – “O tratamento do diabetes é estabelecido por metas, de forma a minimizar a ocorrência de complicações e a meta é, como acontece no tratamento de qualquer doença, atingir a normalidade, que em pessoas não diabéticas é de 6% para a hemoglobina glicada – teste que mede a glicemia média de três meses anteriores. Muitas vezes se aceita que a hemoglobina glicada do diabético fique abaixo de 7%, ao invés dos 6%, porque reduzir esse índice pode levar a constantes crises hipoglicêmicas.

Antigamente não se tinha o conhecimento de que o diabetes é uma doença progressiva e, por isso, quando o diabético tipo 2 passava a mostrar taxas que indicavam mal controle, o médico acreditava que ele não havia seguido corretamente as recomendações. Hoje, conhecendo-se que essa doença progride gradativamente, sabe-se que quando o paciente passa a ter taxas descontroladas, apesar de estar utilizando corretamente os agentes orais, há indício de que seu organismo não só continue apresentando resistência à insulina – que caracteriza o tipo 2 de diabetes – como, também, passou a produzir menos insulina.

É para esse estágio que o uso de insulina no tipo 2 é aconselhado. Até recentemente, as diretrizes da ADA (American Diabetes Association) recomendavam que o tratamento do diabético tipo 2 se iniciasse com dieta e exercícios e, em fase posterior, com medicamentos orais, primeiro para combater a resistência à insulina e, depois, para melhorar a secreção de insulina.

As novas diretrizes dessa instituição, lançadas no ano passado, estipulam que o tratamento deve começar com o uso de medicamentos orais aliados à mudança de estilo de vida. Após três meses, com a avaliação do comportamento da hemoglobina glicada, devemos utilizar medidas adicionais, caso a taxa não esteja sendo controlada. Entre elas, há possibilidade de uso de outros medicamentos orais ou de insulina, em doses ajustadas no acompanhamento médico.

Em função da progressão da doença, pode-se dizer que a tendência é que todos os diabéticos passem a usar, em determinado momento, a insulina como forma de prevenir contra seqüelas. O que não é correto é deixar para usar a insulina somente após a instalação de complicações.
 
Fonte: www.portaldiabetes.com.br

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Adoçantes podem influenciar negativamente na tomada de decisões

Você preferiria receber uma pequena soma de dinheiro por dia ou uma grande quantia no final do mês? Nós sabemos o quanto é ruim esperar demais por uma grande recompensa e, algumas vezes, a tentação, mesmo que pequena, de uma gratificação imediata pode ser irresistível. Mas a escolha da recompensa imediata ou “descontar do futuro” pode estar ligada a uma falta de autocontrole.
Estudos indicaram que pode haver uma ligação entre o nível de glicose no sangue (o que nos dá energia no dia a dia) e a maneira de pensar. Por exemplo, fazer escolhas difíceis que necessitem processos cognitivos pesados – e, portanto, atividade cerebral intensa – também se reflete no consumo mais alto de glicose.
Os pesquisadores Xing Wang e Robert Dvorak, da Universidade da Dakota do Sul, EUA, investigaram como os níveis de glicose – também chamada de glucose ou dextrina – podem impactar no modo que pensamos o presente e o futuro. Os resultados do estudo, publicados no periódico Psychological Science, mostraram que as escolhas do exemplo citado anteriormente – sobre receber dinheiro no momento ou no final de um período – tinham conexão com esses níveis de energia do corpo.
Os voluntários que participaram do estudo e que haviam tomado bebidas altamente calóricas durante o experimento mostraram um maior autocontrole do que participantes com baixos níveis de glicose no sangue, escolhendo receber a somatória do dinheiro no final de um período de tempo. Os resultados sugerem que o mecanismo de tomada de decisão tem ligação com os processos metabólicos, a exemplo do nível de açúcar no sangue.

Abstração e consumo energético
De acordo com os pesquisadores, quanto maior o nível de energia disponível no corpo, mais as pessoas tendem a tomar decisões pensando no futuro. “Pensar no futuro pode ser um termo mais abstrato do que o presente, e requer mais energia para ser processado”, diz o estudo.
E o mais surpreendente: participantes que ingeriram bebidas dietéticas também mostravam maiores traços de impulsividade, pois o corpo é alertado para uma ingestão calórica que não acontece, levando a uma maior atividade sem o contraponto energético, o que afetaria a tomada de decisões em termos de futuro.
“Reduzir a variação da glicose no sangue pode ser uma estratégia paralela para o tratamento de alguns transtornos do impulso, dependência de drogas ou mesmo de jogos”, concluem os pesquisadores.

Fonte: www.portaldiabetes.com.br

Nova proposta reduz hipoglicemia tardia

Uma nova técnica para reduzir o risco de hipoglicemia tardia após a atividade física está sendo proposta pelo educador físico William Komatsu, doutor em ciências endocrinológicas, especialista em fisiologia do exercício pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Departamento de Atividade Física da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

Em geral, o diabético é orientado a medir sua glicemia antes da atividade e, caso necessário, a fazer a correção de suas taxas com o uso de medicamento, se ela estiver alta, ou de alimentação, caso esteja muito baixa. Após a atividade, o mesmo procedimento deve ser adotado.

Komatsu explica que durante a atividade o diabético pode passar por diversas mudanças na sua glicemia, com elevações e quedas no decorrer dos exercícios. Essas mudanças, chamadas de variabilidade glicêmica, nem sempre são percebidas na medição final. "Pode acontecer que durante a atividade a glicemia oscile bastante, mas que, no final, ela se apresente no mesmo patamar de antes do exercício", explica o educador.

Quando a glicemia baixa muito ou se mantém no mesmo patamar inicial, o diabético pode optar pela ingestão de carboidratos, tentando, dessa forma, evitar a ocorrência de uma hipoglicemia que surge algumas horas mais tarde. Komatsu recomenda que, no final da atividade, o diabético eleve a intensidade do exercício como forma de fazer subir sua glicemia e, assim, reduzir ou eliminar o risco da hiperglicemia tardia.

"Antes de encerrar a atividade, ele deve aumentar a intensidade do exercício durante um curto período", ensina o especialista.

O esforço aumentado eleva a produção de hormônios contra-reguladores como a adrenalina, o glucagon e o cortisol, que são hormônios hiperglicemiantes. Com essa técnica, o diabético pode em alguns casos dispensar ou reduzir a ingestão de carboidratos após a atividade, diminuindo a chance de uma elevação exagerada da glicemia, e evita a ocorrência de uma hipoglicemia tardia.


Fonte: www.diabetesnoscuidamos.com.br

Inovação na glicemia média ganha adeptos


Uma nova forma de avaliar a glicemia média foi desenvolvida no Brasil pelo Grupo de Educação e Controle do Diabetes (GECD) do Hospital do Rim e Hipertensão da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e está obtendo sucesso na melhoria do controle de seus pacientes.
O médico Augusto Pimazoni Netto, coordenador do GECD e do Centro de Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, explica que o método permite avaliar a glicemia média semanal a partir dos resultados obtidos na automonitorização feita em casa pelo próprio paciente. As medições são realizadas em seis ou sete momentos diferentes do dia, durante pelo menos três dias. Os dados servem para o cálculo, em computador, da glicemia média do período e, também, da variação entre as taxas glicêmicas no intervalo observado.
Até agora, a forma de verificar a glicemia média do paciente estava restrita ao exame de hemoglobina glicada (A1C), que mede o comportamento glicêmico nos três meses anteriores à realização do exame, feito em laboratório. A A1C, entretanto, não permite verificar a variação glicêmica nesse período, ou seja, não dá ao médico dados para que ele perceba se o paciente está tendo grandes oscilações em sua glicemia.
"Estudos recentes confirmaram que não apenas o nível glicêmico, mas, também, as grandes oscilações dos níveis de glicemia podem atuar conjuntamente e favorecer ou acelerar o desenvolvimento de complicações", ensina Pimazoni, acrescentado que - para que o diabetes seja considerado bem controlado - a glicemia média semanal deve ser menor que 150 mg/dL e a variação entre os valores glicêmicos não deve ultrapassar 50 mg/dL.
Com a nova forma de acompanhamento, a grande vantagem é permitir ao médico adequar o tratamento semanalmente, de maneira que o paciente consiga melhor controle num prazo de tempo muito menor. Com o teste de A1C isoladamente, essa correção pode ser feita apenas a cada três ou quatro meses. Pimazoni ressalta ainda a importância do papel da equipe multiprofissional na implementação da abordagem diagnóstica, educacional e terapêutica para o sucesso do programa.
A eficiência da técnica está levando outras instituições a adotarem a fórmula, como é o caso do Centro de Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. No final do ano passado, o Congresso Brasileiro de Diabetes reconheceu os resultados obtidos no GECD com o prêmio Procópio do Valle 2009, como o melhor trabalho sobre educação e controle do diabetes apresentado no evento.

Fonte: www.diabetesnoscuidamos.com.br

Pesquisa iniciada há sete anos utiliza células-tronco

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) Ribeirão Preto vão coordenar uma pesquisa sobre células-tronco na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, para tratar o diabetes tipo 1.

Os testes da equipe começaram há sete anos no Hospital das Clínicas. De acordo com os pesquisadores, 24 pacientes portadores do diabetes tipo 1 fizeram o transplante que utilizou células-tronco. Do total, dez deles ficaram livres do uso contínuo de insulina e dois já estão há mais de cinco anos sem usar o hormônio.

O trabalho dos cientistas da USP foi aprovado pela FDA, a entidade americana responsável pela avaliação da segurança e da importância de estudos clínicos em fase de teste. Nos Estados Unidos, a pesquisa brasileira será referência para centros americanos e europeus.

Fonte:www.portaldiabetes.com.br

Diabulimia - Entrevista com a endocrinologista Ada Letícia Murro, da Unicamp

Adolescentes e mulheres adultas excessivamente preocupadas com o peso e a aparência física muitas vezes reduzem as doses de insulina necessárias para o controle do diabetes e, com isso, aumentam suas chances de desenvolver alguma das complicações da doença, como a retinopatia diabética, a nefropatia, doenças cardiovasculares e outros problemas. Quem explica por que isso acontece e como lidar com a questão é a endocrinologista Ada Letícia Murro, do Ambulatório de Transtornos Alimentares da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas.

Ada Letícia Murro - "Diversos estudos mostram que entre 15% e 40% das adolescentes e mulheres adultas omitem doses de insulina com o objetivo de evitar ganho de peso. Essa prática é considerada um transtorno alimentar específico do diabetes, chamado de diabulimia. O tratamento do diabetes, por exigir que o paciente se preocupe com a alimentação e com a prática de atividades físicas e por depender de atenção a horários e regras que se repetem diariamente, pode vir a reforçar comportamentos perfeccionistas de alguns pacientes e predispor ao surgimento de um transtorno alimentar.

Os estudos realizados com pacientes que omitem doses de insulina também revelaram que o excessivo cuidado com o corpo e com o peso está mais comumente presente em adolescentes cujas mães têm a mesma preocupação. As mães demonstram, muitas vezes de forma inconsciente, preocupação com o peso da filha e isso pode despertar na filha medo exagerado de ganho de peso, desencadeando prática de dieta inadequada e diminuição da dose de insulina.

O médico deve estar atento à ocorrência de casos como esses e recomendar que a paciente, e também sua família, passem por uma terapia psicológica e, em alguns casos, psiquiátrica. Mesmo quando o transtorno alimentar é leve, a terapia psicológica é recomendável."
Fonte: www.portaldiabetes.com.br