quarta-feira, 12 de maio de 2010

Diagnóstico de diabetes exige mudança nos hábitos alimentares.

Informação dribla medos e resistência à insulina

Entrevista com Augusto Pimazoni Neto, do Hospital do Rim e Hipertensão

Estar bem informado sobre o comportamento de sua glicemia e acompanhar os efeitos positivos ou negativos do tratamento é o melhor caminho para o paciente perceber a importância de aderir ao tratamento recomendado pelo médico e pela equipe de saúde. A constatação é do médico Augusto Pimazoni Netto, coordenador do Grupo de Educação e Controle do Diabetes (GECD) do Hospital do Rim e Hipertensão da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e foi constatada por recente pesquisa sobre aderência ao tratamento publicada na edição de abril da revista norte-americana Diabetes Care.

Segundo Pimazoni, quando o paciente com diabetes tipo 2 recebe orientação para iniciar o uso de insulina a reação costuma ser negativa, porque sua experiência pessoal aponta erradamente que a insulina é indicada para quem está em situação grave de saúde. "Ele sempre conhece alguém que começou a tomar insulina e logo teve problemas de rins, cegueira ou morreu e não sabe que isso ocorre porque houve demora despropositada para que essa pessoa começasse a se insulinizar", afirma o coordenador do GECD.

Ele acrescenta que a insulina deve ser indicada quando o paciente não consegue obter bom controle da glicemia, justamente para evitar a ocorrência de complicações. Quando começa a acompanhar semanalmente a melhora observada em sua glicemia com o uso da insulina, o paciente percebe que o tratamento está sendo benéfico e muda de opinião, o que garante, na maioria dos casos, que ele mantenha o tratamento indicado.

O estudo norte-americano mostrou que diabéticos tipo 2 muitas vezes apresentam o que os pesquisadores chamaram de resistência psicológica à insulina: os pacientes não aderem ao tratamento por medo de desenvolver complicações, de agulhas ou seringas, de ter hipoglicemias ou por planejarem obter melhor controle apenas modificando hábitos de vida. Muitos pacientes afirmaram não receber orientação adequada da equipe de saúde e esclarecimentos suficientes sobre os benefícios da insulina.

"Quando se mostra ao paciente dados que comprovam que sua glicemia não está melhorando com o tratamento tradicional e que há melhora importante com o uso da insulina ele tem maior disposição para aderir ao tratamento", afirma Pimazoni.

Fonte: www.diabetesnoscuidamos.com.br

domingo, 9 de maio de 2010

Do blog "Minha filha Diabetica" : Sobre a frequência de aplicação de insulina

No começo do tratamento da Vittoria, eu e minha mãe achavamos o máximo ela tomar insulina só de manhã e passar o dia na faixa do 70mg/dl. Até ela começar a variar de 50mg/dl pra 350mg/dl todo santo dia. Até ela passar dias na faixa dos 200mg/dl. E o pior, os médicos da época nada fazerem pra mudar isso.
Uma das coisas com relação ao tratamento de crianças diabéticas que causa confusão é: A TAL DA CONTAGEM DE CARBOIDRATOS e a quantidade de insulina e de aplicações por dia.
Os dois primeiros médicos que consultei, nem comentaram sobre o assunto. NADA. ZERO. Me mandaram tirar todo o açúcar da dieta da Vittoria. TODO O AÇUCAR, tá. Minha sorte, foi que na mesma semana, fiz uma entrevista com uma nutricionista da ADJ, que me explicou BEEEEM melhor a questão da alimentação. E eu confiei nela. Mais que nos médicos. Porque eu acho SIM, que uma instituição, cheia de voluntários, que não lucra nada, está muito mais preocupada com a sua saúde do que alguns médicos que cobram 500,00 a consulta.
Eu só fui fazer a contagem de carboidratos depois de 1 ano e 2 meses de diabetes. Demorei porque não estava com saco de anotar tudo e fazer continhas. Porque num momento da minha vida eu fiz uma dieta que tinha que anotar tudo e odiei. Então eu não ia fazer. Ah, tem que fazer conta e regra de três e pesar comida… Deus me livre, não vou fazer isso não. Deve ser um porre. E é. Mas é esse porre que me tranquiliza. Que me dá segurança durante o dia. Eu sei o que aquilo que a Vivi comeu vai fazer no corpo dela. E essa segurança eu nunca tinha tido. E agora não fico sem. Se eu pretendo que minha filha use a bomba de insulina, por exemplo, que é o tratamento mais atual, eu preciso estar com a contagem de carboidratos na ponta dos dedos.
A contagem não significa comer o que quiser por saber o quanto de insulina vou precisar. Se fizermos isso, nosso filhos ficarão obesos e sem saúde. A contagem ajuda muito, mas a educação alimentar também. Tem que comer o que precisa. Tem que comer direito. Tem que balancear os nutrientes. Tem que fazer acompanhamento com a nutricionista. Algumas matérias sobre o assunto da SBD: Sociedade Brasileira de Diabetes
Uma das coisas que o médico me explicou inúmeras vezes (até eu aceitar) sobre as várias aplicações de insulina ao longo do dia foi o seguinte. O pâncreas de uma pessoa que não tem diabetes funciona da seguinte maneira: (fiz um gráfico, hein… não ficou lá essas coisas mas dá pra entender)
Bom… a linha verde é a insulina basal que o pâncreas produz. Ninguém, sem diabetes, tem ZERO de insulina no corpo. Sempre tem uma quantidade de insulina e de glucagon (oposto da insulina, glicose). Quando uma pessoa não diabética se alimenta, o pâncreas automaticamente libera um tanto de insulina pra aquela quantidade de comida que a pessoa ingeriu, isso é a linha vermelha. Então, no café da manhã, nós comemos e é liberado um tanto de insulina, assim como no almoço, jantar e entre as refeições, quando fazemos um lanche, o pâncreas libera um pouco de insulina também, sempre de acordo com a quantidade de comida.
O ideal no tratamento do diabetes seria reproduzir o processo normal de um pâncreas. Ao longo do dia, uma quantidade de insulina basal (verde) e mais quantidades de insulina nas refeições. É justamente por isso que a contagem de CHO é importante. É necessário que se façam varias aplicações pra simular o que acontece normalmente. É o que eu faço. Por isso muita gente estranha quando eu digo que às vezes ela toma 6 injeções. São elas: Duas de basal, de manhã e de noite eeeee… quando necessário, aplicação no café, almoço, lanche da tarde e jantar.
Essa conduta de várias aplicações diárias é também o recomendado pelaJoslin Diabetes Center que é a clínica TOP dos Estados Unidos, filiada a escola de medicina de Harvard. Esse esquema é também o que a bomba de insulina faz, ela é programada pra liberar uma quantidade de insulina basal ao longo do dia, por exemplo, 0,3U de inulina a cada hora ou duas horas, e toda vez que a pessoa come, ela insere a quantidade de CHO na bomba que libera a quantidade de insulina necessária.
Simples assim. Você pode adiar a contagem o quanto quiser. Espere o melhor momento pra você, pro seu filho, mas eu sinto que mais cedo ou mais tarde, você vai ter que se render a ela. De forma adequada, claro. Não pra poder simplesmente comer mais doces e fast food, ok?

Recomendações da “American Diabetes Association” (Sociedade Americana de Diabetes - ADA), quanto a realização de exercício físico, em 2010


Pacientes diabéticos devem receber recomendação para realizar pelo menos 150 min/semana de exercio físico  aeróbico de moderada intensidade (ou seja, atingindo 50 a 70% da freqüência cardíaca máxima). Na ausência de contra-indicações, pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) devem ser encorajados a realizar  treinos de resistência, pelo menos 3 vezes por semana. 
Porque estas recomendações ?
Tem sido mostrado em diferentes estudos, que o exercício regular melhora o controle glicêmico, diminui o fatores de risco cardiovasculares, contribui para perda ponderal e produz bem-estar. Além disso, o exercício regular pode prevenir a ocorrência de DM2 em indivíduos com alta predisposição
Intervenções bem estruturadas em pacientes com DM2, que duraram pelo menos 8 semanas, e que utilizaram exercício como principal ferramenta, mostraram diminuição da hemoglobina glicada em 0,66%, mesmo sem perda ponderal significativa. Por outro lado, intensidades mais altas de exercício tem sido associadas com quedas maiores da HbA1c e adesão a atividade fisica.


1. Freqüência e Tipo de Exercício
Para a população em geral, diretrizes do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, sugerem que após os 18 anos de idade os norte-americanos realizem, pelo menos: a) 150 min por semana de atividade física moderada; b) 75 min/sem de atividade física intensa ou ainda, 3) uma combinação equivalente das duas.
Adicionalmente, também é sugerido que adultos realizem atividades de musculação envolvendo os grupos musculares maiores em 2 ou mais dias por semana. Para adultos com mais de 65 anos de idade ou aqueles com deficiências físicas é recomendado que sigam as recomendações realizadas para os adultos em geral e, se não for possível realizá-las, o façam na máxima intensidade possível de modo a permanecer fisicamente ativos. Os estudos incluídos em uma meta-análise, apresentaram em média, 3,4 sessões/semana, com duração média de 49 nin por sessão. No “Diabetes Prevention Program”, no qual foram incluídos pacientes com pré-diabetes e que realizaram 150 min/sem de exercício de intensidade moderada, ocorreu um efeito benéfico sobre a glicemia. Sendo assim, parece razoável a “ADA”, recomendar que os pacientes com diabetes sigam as recomendações feitas para a população em geral.
Exercícios de resistência progressivos melhoram a sensilidade à insulina de homens idosos com DM2, com a mesma intensidade ou até com maior eficácia do que os exercícios aeróbicos. Ensaios clínicos tem mostrado evidências fortes de que os treinos de resistência em indivíduos idosos com diabetes diminuem a HbA1c e efeitos benéficos aditivos ocorrem combinando exercícios aeróbicos e de musculação em adultos com DM2 .  
2. Avaliação do paciente antes de recomendar um programa de exercícios
Pacientes com múltiplos fatores de risco para doença arterial coronariana, assintomáticos, deveriam ser submetidos a testes que identificassem em que nível de atividade física tornam-se mais susceptíveis a apresentar complicações. Não existe, no entanto, consenso sobre como realizar um rastreamento efetivo e devido a isso, a “ADA” não recomenda o rastreamento de rotina. Um bom juízo clinico é recomendado para estes pacientes, de modo que  aqueles com alto risco  sejam encorajados a iniciar um aumento da atividade física por curtos períodos, atingindo exercício de atividade baixa  (menor que 75% da atividade cardíaca máxima) e gradativamente aumentando  a intensidade e a duração.  
3. Exercício na presença de controle metabólico não otimizado 
Para  os pacientes com episódios freqüentes de hiperglicemia  e cetóticos, os exercícios parecem piorar a hiperglicemia e a cetose, de modo que neles não é recomendada atividade física intensa.
Pacientes hiperglicêmicos, sem cetonúria, sentido-se bem, deverão ser encorajados a iniciar atividades físicas.
Em pacientes que recebem insulina ou secretagogos de insulina, por outro lado, a realização de exercícios físicos pode causar hipoglicemia se não for alterada a dose da medicação ou o consumo de carboidratos. Se a glicemia capilar pré-exercício  for  menor de 100 mg/dl nestes indivíduos, carboidratos adicionais devem ser ingeridos previamente ao exercício.
4. Exercício na presença de complicações do Diabetes
a, Retinopatia
Exercícios aeróbicos intensos  ou de resistência são contra-indicados nos pacientes com retinopatia proliferativa ou retinopatia diabética grave, não proliferativa, devido a maior possibilidade neles, de hemorragia vítrea ou descolamento de retina.


b. Neuropatia periférica
            Em publicações anteriores não era recomendada a realização de exercícios de impacto  em  pacientes com neuropatia periférica grave. No entanto, estudos tem mostrado que caminhadas de intensidade moderada não levam a aumento do risco de úlceras nos pés de indivíduos com neuropatia periférica. Todos pacientes com neuropatia periférica devem usar calçados apropriados e examinar seus pés  diariamente, para detecção precoce  de lesões.


c. Neuropatia Autonômica do Diabetes (NAD)
A neuropatia autonômica aumenta o risco  de  lesões relacionadas ao exercício ou eventos adversos através de: 1) diminuição da resposta cardíaca ao exercício,
2) hipotensão postural
3) termo-regulação inadequada
4) comprometimento da visão noturna devido a falta de resposta pupilar no escuro
5) absorção inadequada de carboidratos decorrente da gastroparesia, predispondo a hipoglicemia.
A neuropatia autonômica do diabetes também é fortemente associada com a doença cardiovascular do diabetes. Pessoas com NAD devem ser submetidas a investigação cardíaca antes de iniciar atividade física mais intensa do que aquela com a qual estão acostumados. 
d. Albuminuria e nefropatia
A atividade física pode agudamente aumentar a excreção urinária de proteínas. Contudo, não existem evidências de que atividade física intensa aumenta a taxa de progressão da doença renal diabética e devido a estes dados não existem restrições de exercício específicas para pacientes com diabetes e doença renal crônica.

Fonte: http://www.diabetes.org.br/colunistas-da-sbd/debates/1122-atualizacao-2010-novos-padroes-da-ada-para-a-pratica-clinica-em-diabetes

Atualização 2010: novos padrões da ADA para a prática clínica em diabetes


Dr. Augusto Pimazoni Netto
Coordenador dos Grupos de Educação e Controle do Diabetes do
Hospital do Rim e Hipertensão da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP e do
Centro de Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

A evolução do conhecimento médico torna indispensável a revisão periódica dos conceitos vigentes. No transcorrer de cada ano, as entidades nacionais e internacionais ligadas ao diabetes produzem farto material de atualização sobre a doença. A American Diabetes Association (ADA) publica, em janeiro de cada ano, uma revisão de suas recomendações sobre os padrões de cuidados médicos em diabetes. Nesta atualização, vamos abordar algumas das novas recomendações da ADA de maior impacto clínico, utilizando um formato didático e simplificado. Um maior detalhamento dos tópicos abordados neste artigo pode ser obtido através de consulta às referências bibliográficas mencionadas.

RESUMO DE ATUALIZAÇÃO SOBRE OS NOVOS PADRÕES DA ADA PARA A PRÁTICA CLÍNICA EM DIABETES
1. O teste de hemoglobina glicada (A1C) está agora indicado como um dos parâmetros para o diagnóstico do diabetes e de pré-diabetes.
- O diagnóstico de diabetes pode ser feito quando o nível de A1C for superior a 6,5%. Valores entre 5,7% e 6,4% são agora indicativos diagnósticos para pré-diabetes.

- Ficam mantidos os demais critérios diagnósticos baseados em testes de glicemia. 
2.  Metas glicêmicas para adultos.
- Fica mantida a meta de A1C ao redor de 7% para caracterização do bom controle glicêmico em pacientes com DM-1 ou DM-2.
- A meta mais rígida de A1C menor que 7% pode ser definida desde que não aumente o risco de hipoglicemia ou outras complicações do tratamento.
- A meta mais liberal de A1C maior que 7% pode ser adequada para pacientes com hipoglicemias severas, expectativa de vida limitada e complicações graves entre outras.
3. Quando realizar testes de rastreio para diabetes tipo 2.
- Em indivíduos adultos assintomáticos: em qualquer idade, desde que apresentem sobrepeso ou obesidade, além de um ou mais fatores adicionais de risco para o diabetes.

- Em indivíduos sem fatores de risco: somente após os 45 anos de idade.

- Em mulheres que apresentarem diabetes gestacional: testes de rastreio para diabetes devem ser realizados entre 6 a 12 semanas após o parto.
4. Critérios para a prevenção do diabetes tipo 2.
- Pacientes com pré-diabetes (A1C entre 5,7% e 6,4%):programa de perda de 5% a 10% do peso corpóreo, associado a um programa de atividade física de pelo menos 150 minutos/semana de atividade moderada como, por exemplo, caminhar.

- O uso de metformina pode ser considerado em pacientes com maior risco de desenvolver diabetes.
5.  Indicações para a cirurgia bariátrica.
- Indicada para pacientes adultos com DM-2 e IMC>35 kg/m2, principalmente quando não houver controle adequado com modificação de estilo de vida e terapia farmacológica.

- Por enquanto, não há evidência suficiente para recomendar a cirurgia bariátrica em pacientes com IMC<35 kg/m2.
6.  A importância dos programas de educação em diabetes.
-
Portadores de diabetes devem receber um programa de educação e autogerenciamento da doença.
- Os programas de educação em diabetes devem incluir apoio psicossocial, uma vez que o bem estar emocional está associado a desfechos positivos.
7.  Conduta na hipoglicemia.
-
A administração de 15 g a 20 g de glicose é o tratamento preferido para indivíduos conscientes com hipoglicemia, embora qualquer forma de carboidrato contendo glicose pode ser usado.

- Se após 15 minutos persistir a hipoglicemia, a administração de glicose deve ser repetida.

- Após a normalização da glicemia, está indicada um refeição ou lanche para prevenir a recorrência.

- Glucagon deve ser prescrito para todos os indivíduos com risco significante de hipoglicemia severa.

- Indivíduos com hipoglicemia não percebida ou com um ou mais episódios de hipoglicemia grave devem ter suas metas glicêmicas aumentadas.
8. O uso de ácido acetilsalicílico como agente antiplaquetário.
-
Considerar o uso de ácido acetilsalicílico (75-162 mg/dia) como estratégia de prevenção primária em pacientes com DM-1 ou DM-2 com risco cardiovascular aumentado.

- Nesta categoria está incluída a maioria dos homens com mais de 50 anos e a maioria das mulheres com mais de 60 anos que apresentam pelo menos mais um fator adicional de risco.

- Não há evidência suficiente para essa indicação a pessoas abaixo das idades mencionadas e sem outros fatores significantes de risco.
9. Diabetes no paciente hospitalizado.
-
Todos os pacientes hospitalizados com diagnóstico de diabetes devem ser submetidos a um teste de A1C.

- Todos os pacientes hospitalizados com diabetes devem ser submetidos a monitorização da glicemia, com os resultados disponíveis a todos os membros da equipe de saúde.

- Metas de glicemia para pacientes clínicos:
-A terapia insulínica deve ser iniciada para o tratamento da hiperglicemia persistente a partir do nível de glicemia de 180 mg/dL.
-Após o início da terapia insulínica, a glicemia deve ser mantida numa faixa entre 140-180 mg/dL na maioria dos pacientes críticos.
- Esses pacientes requerem um protocolo eficaz e seguro de insulinoterapia intravenosa, capaz de atingir níveis desejáveis de glicemia sem aumentar o risco de hipoglicemia severa.

- Metas de glicemia para pacientes não críticos:
-Ainda não existe evidência clara para metas glicêmicas específicas nesses pacientes.
-Quando em tratamento insulínico, o nível de glicemia pré-prandial deve ser <140 mg/dL e <180 mg/dL para glicemias ao acaso.
-Metas mais rígidas podem ser recomendadas em pacientes estáveis com esquemas mais rígidos de controle glicêmico.
-Metas menos rígidas podem ser recomendadas na presença de comorbidades graves.

- Em pacientes não críticos, uma estratégia de insulinoterapia subcutânea com insulina basal, controle nutricional e doses de correção é o método preferido.

- Doses corretivas ou suplementares de insulina para controlar a hiperglicemia pré-prandial, em associação com esquemas de insulina basal e prandial é a abordagem recomendada.

- A monitorização da glicemia deve ser iniciada em todos os pacientes não diabéticos que necessitem de tratamento com alto risco de promover hiperglicemia como, por exemplo, a terapia com corticosteróides, a nutrição enteral ou parenteral e os imunossupressores. Nos casos de hiperglicemia documentada e persistente, esses pacientes devem ser tratados para as metas de controle glicêmico como se fossem portadores de diabetes.

- Pacientes com hiperglicemia intra-hospitalar que não tenham diagnóstico definitivo de diabetes devem ser acompanhados adequadamente após a alta hospitalar.
10. Realização de exames diagnósticos e testes de rastreio para complicações do diabetes e para doenças concomitantes.
- Pressão arterial: deve ser medida a cada consulta. Metas ideais para portadores de diabetes: PA sistólica <130 mmHg e pressão diastólica <80 mg/dL.
- Dislipidemia: o perfil lipídico deve ser medido pelo menos uma vez ao ano. Metas para adultos: colesterol LDL <100 mg/dL; colesterol HDL >50 mg/dL; triglicérides <150 mg/dL. A terapia com estatinas deve ser indicada para portadores de diabetes, independentemente dos níveis lipídicos basais.
- Nefropatia: pelo menos um testes anual para avaliar a excreção urinária de albumina em pacientes com DM-1 de duração superior a 5 anos. Testes anuais também estão indicados para pacientes com DM-2 desde o diagnóstico.
- Retinopatia: avaliação oftalmológica dentro de 5 anos após o diagnóstico em adultos e crianças com DM-1 há mais de 10 anos. Em pacientes com DM-2, essa avaliação deve ser feita imediatamente após o diagnóstico. Em ambos os casos (DM-1 e DM-2) as avaliações oftalmológicas devem ser repetidas anualmente.
- Cuidados com os pés: todos os portadores de diabetes devem realizar anualmente um exame abrangente dos pés para identificar fatores preditivos de risco de úlceras e amputações.
- Doença arterial coronariana: em pacientes diabéticos assintomáticos, avaliar os fatores de risco para estratificar os pacientes de acordo com o risco de ocorrência em 10 anos. Adotar as medidas terapêuticas necessárias.
IMPORTANTE
Este artigo apresenta apenas um resumo didático do conteúdo do artigo original, onde o leitor poderá encontrar informações mais detalhadas e abrangendo outros temas não incluídos neste resumo didático.

Referência Bibliográfica
American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes – 2010.
Diabetes Care 33(Suppl 1):S11-S61, 2010.

FONTE: http://www.diabetes.org.br/colunistas-da-sbd/debates/1122-atualizacao-2010-novos-padroes-da-ada-para-a-pratica-clinica-em-diabetes

Preparo e Administração de Insulina

Autores: Ana Emilia Pace, Márcia Camargo de Oliveira, Mieco Hashimoto,Paula Maria de Pascali, Sonia Aurora Alves Grossi

Introdução
A terapêutica insulínica em pacientes com Diabetes Mellitus (DM) consiste em suprir a deficiência deste hormônio de forma a imitar a sua produção fisiológica e manter os níveis glicêmicos o mais próximo possível da normalidade.
No DM do tipo 1, a deficiência da insulina, origina-se primariamente da destruição completa das células beta pancreáticas originando hiperglicemia crônica, fazendo com que os pacientes necessitem de insulina exógena para sua sobrevivência, durante toda a vida . 
Em pacientes acometidos por DM do tipo 2, nos quais estão presentes defeitos qualitativos da secreção e/ou ação da insulina em nível celular ou em momentos de estresse ou enfermidade associada, a insulinoterapia pode ser necessária em estágios variados da doença (Waldhäusl, 1999) (ADA, 2004).
Outras indicações de tratamento insulinoterápico são o diabetes gestacional e as hiperglicemias decorrentes de outras condições ou sindromes (ADA, 2004).
O estudo DCCT (Diabetes Control and Complications Trial), 1993, realizado em pessoas com DM do tipo 1; e o estudo UKPDS (UK Prospective Diabetes Study), 1998, com pessoas acometidas de DM do tipo 2, mostraram que o controle rigoroso dos níveis de glicemia reduz a incidência e severidade das complicações microvasculares, incluindo a retinopatia, a neuropatia e nefropatia.
Mediante as especificidades da terapia medicamentosa com insulina, o uso e dosagem devem ser individualizados e balanceados com a terapia nutricional e atividades físicas (ADA, 2004). Ressalta-se que o processo educativo para a aquisição e desenvolvimento de habilidades para a auto-aplicação da insulina deve ser contínuo, considerando a motivação e dificuldades de cada pessoa e, na presença de algum tipo de impedimento para este procedimento, um familiar ou pessoa próxima deve ser convidado para participar e auxiliar na administração da insulina.
Com base nas recomendações da ADA (2004), propomos a compilação deste artigo para subsidiar a prática clínica profissional e reflexões sobre um tema importante no tratamento da pessoa que necessita da insulina exógena para o tratamento do diabetes.

FONTE: http://www.diabetes.org.br/educacao-continuada/497-preparo-e-administracao-de-insulina

Diabetes e Velocidade

A foto é da capa da revista médica Diabetologia da Sociedade Européia de Diabetes, mostrando o interior de um carro de corrida pilotado por Charlie Kimball, um piloto profissional de corridas que tem diabetes do tipo 1, diagnosticado quando tinha 21 anos de idade. No seu carro de corrida, ele usa um monitor contínuo de glicose ligado a um sensor introduzido debaixo de sua pele, que lê e registra na tela do monitor as medidas de glicose do momento.

O sensor, que fica implantado debaixo da pele, é trocado a cada 7 dias. Ele funciona medindo as taxas de glicose, obtidas a cada 2 a 5 minutos, que são mostradas na sua tela. Além disso, o sensor dispara alarmes quando as taxas estão muito baixas ou altas, indicando com setas as tendências de subida ou descida da glicemia e a velocidade de queda ou de aumento da glicose.

Se o equipamento indicar queda dos níveis de glicose do piloto, durante uma corrida, o motorista chupa uma solução açucarada por um canudo.

O que se espera é que, nos próximos anos, carros equipados com sensor de glicose no próprio volante possam estar disponíveis, para que as pessoas com diabetes, que estejam dirigindo, sejam avisadas caso tenham uma queda de glicose que passe desapercebida (hipoglicemia assintomática).

FONTE: http://www.portaldiabetes.com.br/conteudocompleto.asp?IDConteudo=20104

domingo, 2 de maio de 2010

Comunidade Diabetes Brasil no Orkut

Para quem faz parte da rede relacionamentos ORKUT, essa é a melhor comunidade de diabetes que tem por lá: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=71939
Sempre que tiverem duvidas, questionamentos e etc, vale a pena entrar lá e postar... sempre tem alguem com muita boa vontade e com muuuitos anos de experiências para ajudar....

Nintendo e Bayer lançam medidor de glicose acoplado ao DS

Mais uma vez a Nintendo - em sua condição digna de potência no mundo dos jogos – assume parcerias que devem facilitar a vida dos consumidores e ajudar a empresa a destacar-se ainda mais no mercado de games. Desta vez a união é com a indústria farmacêutica Bayer, e a novidade em questão é um acessório que pode ser acoplado ao DS e mede a quantidade de açúcar no sangue de pessoas diabéticas – prática rotineira na vida dos portadores da doença.

A princípio o aparelho deve vir associado a jogos futuros. Cada medição de glicose realizada poderá desbloquear novas funções e garantir mais pontos no game, estimulando o usuário a se acostumar com a prática. O novo acessório deve ser voltado principalmente ao público infantil que convive com o diabetes, para que eles associem o processo de medição de glicose a um momento de diversão.

O medidor do portátil DS foi desenvolvido a partir da ideia de Paul Wessell, consultor da Nintendo e pai de um garoto diabético apaixonado pelo DS. O aparelho não é compatível com os modelos DSi ou DSi XL e já pode ser encontrado nos EUA, Reino Unido, Croácia e Eslovênia - também está sendo vendido no portal da Bayer. O preço sugerido é de US$ 75.