segunda-feira, 17 de março de 2014

DIABULIMIA: DISTURBIO QUE PODE SER FATAL

Transtorno afeta pacientes com diabetes tipo 1 que deixam de tomar a insulina deliberadamente

 Adolescentes do sexo feminino com diabetes tipo 1 formam o grupo de maior risco para o desenvolvimento de diabulimia, um transtorno alimentar ou de imagem corporal como a bulimia e a anorexia, porém com características relacionadas à administração da insulina. Portadoras de diabulimia aliam a rejeição aos alimentos - comum a todos os transtornos de imagem corporal - à redução ou até ao abandono do tratamento do diabetes por saberem que a perda de peso é um dos efeitos mais imediatos da falta de insulina. É mais um distúrbio que coloca a saúde em risco em nome da estética da magreza.
Um dos principais hormônios produzidos pelo corpo humano, a insulina é de vital importância para o funcionamento do organismo e para o crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes. 
Nos portadores de diabetes tipo 1, o pâncreas é incapaz de produzir a insulina, que precisa ser suprida por meio da autoadministração. A conduta clássica no tratamento da doença consiste em ensinar a criança ou adolescente a se medicar, para que possa manter sua autonomia e independência.

Com pleno conhecimento sobre o mecanismo de ação da insulina, pacientes com propensão ao distúrbio alimentar acabam tendo nas mãos um poderoso instrumento para provocar o rápido emagrecimento. Sem insulina, o corpo perde a capacidade de utilizar a glicose como fonte de energia e vai buscar essa energia na gordura. O resultado desse processo, porém, é extremamente perigoso: trata-se da cetoacidose, uma complicação do diabetes que tem como principais sintomas desidratação, perda de massa muscular, fadiga intensa, hiperglicemia, aumento na frequência e na quantidade de micções, hálito com odor acentuado de acetona e confusão mental. Se não detectada a tempo, a cetoacidose pode levar à morte em menos de 48 horas de ausência ou insuficiência de insulina.
Não há dados sobre a incidência de diabulimia no Brasil ou no mundo, pois felizmente se trata de um distúrbio pouco comum, associado ao diabetes tipo 1, que representa apenas 10% do total de casos da doença. Mas o problema vem crescendo também entre mulheres adultas e pessoas do sexo masculino.

Pais, familiares e responsáveis devem ficar atentos a qualquer sinal de emagrecimento súbito do paciente e levá-lo ao médico responsável pelo acompanhamento do diabetes para evitar a ocorrência de complicações. Uma vez diagnosticada a diabulimia, o caminho é associar a terapia convencional do diabetes ao tratamento psicológico ou psiquiátrico. 

Fonte: Revista Veja / Einstein Saúde