Transtorno afeta pacientes com diabetes tipo 1 que deixam de
tomar a insulina deliberadamente
Um dos principais hormônios produzidos pelo corpo humano, a insulina
é de vital importância para o funcionamento do organismo e para o crescimento e
desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Nos portadores de diabetes tipo 1, o pâncreas é incapaz de produzir a insulina,
que precisa ser suprida por meio da autoadministração. A conduta clássica no tratamento
da doença consiste em ensinar a criança ou adolescente a se medicar, para que
possa manter sua autonomia e independência.
Com pleno conhecimento sobre o mecanismo de ação da insulina,
pacientes com propensão ao distúrbio alimentar acabam tendo nas mãos um poderoso
instrumento para provocar o rápido emagrecimento. Sem insulina, o corpo perde a
capacidade de utilizar a glicose como fonte de energia e vai buscar essa
energia na gordura. O resultado desse processo, porém, é extremamente perigoso:
trata-se da cetoacidose, uma complicação do diabetes que tem como principais sintomas
desidratação, perda de massa muscular, fadiga intensa, hiperglicemia, aumento
na frequência e na quantidade de micções, hálito com odor acentuado de acetona
e confusão mental. Se não detectada a tempo, a cetoacidose pode levar à morte
em menos de 48 horas de ausência ou insuficiência de insulina.
Não há dados sobre a incidência de diabulimia no Brasil ou
no mundo, pois felizmente se trata de um distúrbio pouco comum, associado ao diabetes
tipo 1, que representa apenas 10% do total de casos da doença. Mas o problema
vem crescendo também entre mulheres adultas e pessoas do sexo masculino.
Pais, familiares e responsáveis devem ficar atentos a
qualquer sinal de emagrecimento súbito do paciente e levá-lo ao médico responsável
pelo acompanhamento do diabetes para evitar a ocorrência de complicações. Uma
vez diagnosticada a diabulimia, o caminho é associar a terapia convencional do
diabetes ao tratamento psicológico ou psiquiátrico.
Fonte: Revista Veja / Einstein Saúde