quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

{MÃES EM AÇÃO} Os erros cometidos no início do tratamento

 
Os erros cometidos no início do tratamentoUma das maneiras mais comuns de definir "experiência" é referir-se a ela como "a soma de todos os nossos erros". No que se refere ao tratamento do diabetes, todos os pais de crianças recém-diagnosticadas certamente têm muitas "experiências" para compartilhar.

Principalmente para aqueles que não tinham nenhum caso próximo na família, receber o diagnóstico implica mudança radical na rotina: agulhas, lancetas, medidores de glicemia, tipos de insulina... Como conservar? Onde aplicar? Como saber que estou fazendo certo?

Infelizmente pouca informação sobre questões práticas nos são repassadas nos consultórios. O melhor local para aplicação de insulina (e as diferenças de absorção entre eles) acaba sendo fixado com base na mais pura "tentativa e erro".

No início o medo, insegurança e receio literalmente nos tiram o sono: medições no meio da madrugada, pela manhã bem cedo... À medida que nossos filhos melhoram e retomam nossa rotina, só aumenta nosso cansaço e a certeza de que por um bom tempo as novas rotinas não nos deixarão tão cedo.

Associar diabetes apenas a uma dieta com redução (ou melhor, restrição) de açúcar acaba sendo um erro bem comum. Acredita-se que os salgados podem ser consumidos livremente e que basta "cortar o açúcar". Nada mais falso: o descontrole na ingestão de carboidratos é receita certa para problemas no tratamento.

O medo de confundir as canetas e tipos de insulina, aplicando a dose da insulina basal na hora de tomar a insulina de ação rápida acontece com alguma frequência e pode ser bastante perigoso. Fazer medições pouco tempo após a ingestão de alimentos acaba comprometendo a medição glicêmica e pode propiciar ao desavisado a administração de doses de insulina em níveis maiores que o necessário, ocasionando invariavelmente hipoglicemias severas e um curioso efeito rebote: após uma glicemia muito baixa, em seguida, naturalmente, um nível de açúcar acima da média.

A ingestão de medicamentos é um caso à parte: remédios com açúcar na fórmula quase sempre exigem utilização de insulina para manutenção do controle glicêmico. O emprego de corticoides pode ser desastroso para o controle. Lembro ainda que às vezes nos alimentamos e não percebemos que os pequenos não comeram tanto como deveriam, o que pode acabar em hiploglicemias. Associar nossa própria sensação de fome aos horários e quantidades de ingestão de alimentos pelo diabético pode ser complicado no início.

E você pode indagar: como você sabe de tudo isso: explicamos. Quase tudo que foi escrito aqui foi vivenciado durante o tratamento da Jujuba.

Às vezes esquecíamos de aplicar a dose de insulina basal, contávamos de modo incorreto os carboidratos dos alimentos que ela ingeria, levamos ela a um otorrino e não atentamos que um dos efeitos de corticoides é justamente a hiperglicemia... A cada passo em falso, uma sensação que mistura frustação e tristeza nos invadia.

Mas não podemos esquecer que não somos perfeitos e que assim como já ocorreu antes, em outras oportunidades voltará a ocorrer. Importante é saber de que forma devemos encarrar nossos erros. Para nós cada momento de intercorrência serviu para ajustamos os rumos do tratamento, na busca do melhor controle possível.

Importante para os pais é pensar em como evitar o problema e não ficar apenas buscando um culpado quando os problemas aparecerem. A responsabilidade pelo tratamento fica um pouco mais leve quando compartilhada pelo casal.

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Um comentário:

  1. Carol já completamos um ano de diagnóstico e até hj são muitas dúvidas,mas creio que dúvidas fazem parte de nossa vida sempre...em todos os âmbitos!Elas nos fazem buscar a sabedoria,o aprendizado e o melhor para nossas vidas e de nossos filhos.
    Já errei muito por falta de informação,e graças a Deus encontrei principalmente na internet mães e diabéticos dispostos a ajudar e a compartilhar suas experiências.Isso não tem preço!O melhor ainda é você também fazer o mesmo!
    Lindo texto!
    Grande abraço!

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