Entrevista com a psicóloga Patrícia Guillon Ribeiro, da Associação Paranaense do Diabético Juvenil (Apad)
Criança também se estressa e, como acontece na pessoa adulta, se ela tem diabetes o estresse pode lhe causar um severo descontrole glicêmico. Nem sempre os pais percebem, porém, quando um filho está estressado e alguns não sabem lidar com essa situação. Quem dá as dicas de como fazer isso é a psicóloga Patrícia Guillon Ribeiro, da Associação Paranaense do Diabético Juvenil (Apad).
Patrícia Guillon Ribeiro - "O estresse emocional não é apenas causa do descontrole glicêmico, ele pode ser o elemento que desencadeia o diabetes na criança. Em geral, o estresse infantil surge diante de uma situação que angustia a criança e que ela não entende. Muitas vezes os pais acreditam que a criança não percebe ou não entende uma situação e assim raramente lhe explicam o que ela está vivendo. Situações como separação dos pais ou dificuldades financeiras podem ser percebidas pelo filho que, sem receber as explicações necessárias, acaba fantasiando e se angustiando.
É possível notar que a criança está estressada a partir de mudanças radicais em seu comportamento. Crianças muito alegres que de repente se tornam quietas e fechadas, comportamentos muito agressivos que não eram usuais, choros repentinos sem motivo aparente são indícios de que ela não está bem.
Na presença dessas mudanças, o aconselhável é conversar com a criança e falar claramente sobre o problema que a família vivencia. É importante mostrar que os adultos estão sentidos pela situação, para que a criança perceba que não está errado ela também ficar triste. Falar com os pequenos dá a eles a oportunidade de fazerem perguntas sobre o problema e isso sinaliza para os pais até onde vai sua compreensão e até onde eles devem ir nas explicações.
Quando a situação familiar é tranqüila, o problema pode estar em outros meios sociais onde a criança convive. Os pais devem, nesse caso, ir à escola para verificar se há possibilidade de que o filho esteja passando por bulying, quando a criança é humilhada ou maltratada por colegas, ou se ela está enfrentando outro tipo de dificuldades.
Sempre é bom recorrer à ajuda de um psicólogo, mas isso é imprescindível quando a criança se recusa a conversar sobre os eventuais problemas que está vivendo. Às vezes o olhar de alguém externo pode observar mais facilmente as causas da angústia infantil."
Fonte: http://www.diabetesnoscuidamos.com.br/gente_duvida_mes.aspx?id=740
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