Hospital Albert Einstein destaca em artigo na VEJA, a importância do tratamento dos diabéticos.
O auto cuidado é a chave para prevenir o diabetes tipos 2 e para melhorar a qualidade de vida de quem já tem o problema.
Com incidência Crescente, o diabetes já adquire características de pandemia. A Organização Mundial de Saúde prevê que o número de casos duplique até 2023. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes a doença afeta cerca de 12% da população entre 30 e 69 anos. Desse total, metade ignora que tem diabetes e apenas uma minoria está com o problema bem controlado. Por quê? Principalmente porque faltam o conhecimento e a motivação para se cuidar melhor.
O auto cuidado é a chave para prevenir o diabetes tipo 2, que responde por 90% dos casos e atinge principalmente adultos. Seu desenvolvimento está associado ao ganho de gordura abdominal, e a gordura afeta a ação da insulina, tornando-a menos eficiente na função de transportar a glicose do sangue para dentro das células.
Para compensar essa dedução de eficiência, o pâncreas produz mais insulina e acaba sobrecarregando suas células, que morrem precocemente. Após 10 anos, em média, o organismo perderá perto de 50% dessas células e com elas a capacidade de processar a glicose, elevando sua concentração no sangue até caracterizar o diabetes.
Estudos como o do Diabetes Prevention Program (EUA) mostram que os pacientes com alto risco para desenvolver diabetes que são treinados para cuidar da alimentação e praticar atividade física reduzem em 58% o risco de desenvolve a doença. Uma vez diagnosticado o diabetes, o desafio é lidar com as complexas mudanças ocasionadas por ele.
Os pacientes saem do consultório dispostos a cumprir as recomendações sobre dieta, atividade física, dosagem de glicose na ponta do dedo e uso de medicação. Mas, sozinhos, uma minoria consegue manter tais mudanças. No caso do diabetes, as chances de sucesso aumentam significativamente com a orientação de um educador.
Esse profissional, atuando de maneira integrada com uma equipe multidisciplinar, vai motivar e treinar a pessoa para adotar novos comportamentos, identificando eventuais dificuldades e estabelecendo estratégias de cuidados personalizadas.
A dieta, por exemplo, terá restrições de carboidratos, mas o nutricionista levará em conta hábitos e preferências do paciente, buscando alternativas saudáveis e prazerosas. A mesma regra vale para o educador físico, que planejará as atividades considerando as condições físicas e de saúde e as aptidões do individuo.
O paciente também será treinado em procedimentos como controle de glicose e aplicação correta da insulina, incluindo a técnica, as doses certas e a higienização. Já o psicólogo ajudará a lidar com o impacto do diagnostico e a aceitar a condição de diabético, para que a pessoa não se considere um doente, e sim alguém que precisa ficar mais atento consigo mesmo e assumir a responsabilidade de ter uma vida mais saudável.
O diabetes não é curável, mas a educação e o auto cuidado fazem a diferença, reduzindo complicações e melhorando a qualidade de vida. Para quem está ganhando gordura abdominal ou será na fase pré- diabetes, que se caracteriza por níveis de glicose maiores que o normal, mas não tão altos para serem considerados diabetes, esses cuidados consigo mesmo podem virar o jogo.
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