segunda-feira, 16 de julho de 2012

{MÃES EM AÇÃO} - A introdução do Diabetes no dia-a-dia de toda a família

TEXTO DA COLUNA MÃES EM AÇÃO DO SITE DE BEM COM A VIDA. CONFIRAM!
A introdução do Diabetes no dia-a-dia de toda a família
13/07/2012

juliaepais Júlia nos seus um ano e dois meses de idade já não era mais a mesma criança alegre, risonha e feliz de antes... Estava irritada, não dormia direito, acordava duas ou três vezes à noite pedindo água, um pouco apática para brincar, sempre com muita fome... Para tudo tínhamos uma explicação: é o crescimento, o calor, é uma fase... Só viemos nos dar conta do que estava acontecendo quando as fraudas começaram a vazar, e finalmente, numa noite em que encontrei o berço ensopado de xixi atinei que poderia ser diabetes.

No dia seguinte, domingo, antevéspera de Natal, ligamos para nossa prima Jamile que é a endocrinologista da família e ela abriu o consultório para examinar Júlia e fazer o exame de ponta de dedo. Nossa família estava toda reunida, avós, tios e primos...

O dextro deu "Hi", ou seja, a glicose estava tão alta que o aparelho nem conseguiu medir. Ali mesmo Dra. Jamile já deu o diagnóstico: "Com todos esses sintomas e com essa glicemia, não precisa nem fazer o exame laboratorial para confirmar. É diabetes tipo 1"

Nosso mundo caiu ao ouvir aquele diagnóstico!  Não só o nosso, mas o de toda família. Foi um desespero geral! Chorei copiosamente por uns minutos... Mas alguém dali precisava se acalmar... Eu então respirei fundo, levantei a cabeça e perguntei para a médica: "E agora como cuido da minha filha?".

Dra. Jamile calmamente explicou para todos o que era o diabetes tipo 1, falou sobre todos os tratamentos e nos explicou principalmente que Júlia não deveria ser tratada diferente por conta disso, que ela só iria requerer alguns cuidados a mais e que ela poderia e deveria ter uma vida completamente normal desde que todos da família quisessem.

Essa conversa inicial, com uma pessoa de muita confiança, foi muito importante não só para nós os pais, mas principalmente para os avós e tios que estavam ali tão desesperados quanto nós. O fato de Júlia já sair dali diagnosticada e medicada sem precisar ser hospitalizada também foi essencial!

juliaeavosO diagnóstico de diabetes requer uma série de mudanças no cotidiano de toda a casa, na alimentação, nas relações com o exercício físico, com as medicações... É um processo educacional contínuo e que cada família enfrenta de uma forma diferente. Existem as que "abraçam a causa", as que superprotegem, as que negam a doença, as que lidam de uma forma tão perfeccionista que nada está bom o suficiente, entre outras.Com o passar dos anos fomos cada vez mais descobrindo que o diabetes não é uma doença individual, mas uma doença de família. Nossa família sempre nos deu muito apoio.  Sempre foi nosso porto seguro para tudo e não seria nessa situação que deixaria de ser. Todos "arregaçaram as mangas" e aprenderam junto conosco como cuidar da Juju. Mas infelizmente sabemos que nem sempre isso acontece.

É importante que todos estejam juntos e em sintonia para que o tratamento funcione como deve ser. É preciso que haja a participação de todos nessa caminhada. Não adianta, por exemplo, a criança fazer um tratamento todo controlado quando está com os pais se nos dias que for para a casa dos avós o descontrole é total, ou se os pais são separados e no fim de semana da quinzena do pai a criança fica tão descontrolada que chega a ser hospitalizada.

O apoio da família se mostra fundamental para o modo como o paciente vê a doença, para uma vida mais feliz e principalmente para uma boa aceitação e controle.

Decididamente após o diabetes nossa vida mudou, mas mudou para melhor! Somos muito mais unidos, damos mais valor às pequenas vitórias, somos mais cuidadosos uns com os outros, mais companheiros, mais presentes... Nossa família definitivamente reflete o modo como vemos o diabetes. Com amor!

8 comentários:

  1. Carol....amo sua forma de lidar com a diabetes....acho que por me identificar tanto....querer que minha f a Marília seja tratada com qualquer outra criança da idade dela!!
    Bjos
    Kellen

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    1. Kellen querida, Essa é a melhor forma de lidar com tudo isso... Com leveza e bom humor... Um beijo com carinho!

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  2. Carol, o amor é capaz de transformar e superar, e o que foi uma notícia dolorosa, vcs transformaram numa conquista diária. Sei que vc é muito especial e forte, capaz de iluminar e colorir a vida da sua Jujuba e de muitos outros, quando vc corajosamente montou este blog, compartilhando suas descobertas!Bj

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    1. Rita querida, muito obrigada pelo carinho! Esse blog nos faz muito bem e o diabetes nós transformamos na causa de nossa vida... Um beijo!

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  3. Olá, Carol

    É interessante ver como a família se engaja mais quando acontece a DM1 em uma criança. Eu descobri que era DM1 com 27 anos e só quase um ano depois é que meus familiares mais próximos começaram a se interessar um pouquinho mais sobre o assunto. Gostoso ver sua relação com a sua filha e como você convive com tudo isso da maneira mais positiva possível.

    Parabéns!

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    1. Olá Luana, Realmente o engajamento na infância é bem mais comum pelo fato de eles ainda serem dependentes de nós...
      Tentamos lidar com tudo isso de uma forma bem leve para a Júlia tb encare a situação assim... Acho que estamos conseguindo...
      Um beijo pra vc!!!!

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  4. Dia bom para ti amiga!!!!!

    Passando para tomar um delicioso cafezinho com bolo de fubá sem açúcar claro kkkk e também para saber das novidades.
    Bjos no seu coração.
    Fique na PAZ.

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    1. Cristiani querida!!! Obrigada pela visita!!!!! Venha tomar muitos "cafezinhos com bolo de fubá" por aqui!!!!!! Será sempre um prazer!!! Um beijo!!!!

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