sexta-feira, 26 de março de 2010

O novo dispositivo do tamanho de um polegar permite que a insulina seja inalada

Cientistas americanos descreveram uma nova forma de insulina de ação ultra rápida destinada às horas das refeições que é inalada, sendo absorvida pelo organismo através dos pulmões.

Devida à rapidez da absorção, este novo método imita a resposta insulínica prévia normal observada em indivíduos saudáveis, controlando o rápido aumento dos níveis de açúcar no sangue que ocorre em pessoas com diabetes, imediatamente após uma refeição.
No momento, a AFREZZA  aguarda a aprovação da U.S. Food and Drug Administration (FDA). Contudo, promete ser uma melhor alternativa às atuais injecções na medida em que provoca menor risco de hipoglicemia e implica um menor aumento de peso, comparativamente com outros tratamentos de insulina.

Este novo método de administração de insulina recorre à tecnologia Tecnosfera, que também é aplicável a uma grande variedade de fármacos que atualmente são injetados e que quando tomados por via oral, tal como a insulina, deterioram o estômago.

Outro produto se vale da tecnologia Tecnosfera é o MKC-180. Trata-se de uma formulação com hormonios naturais que controla o apetite e que está sob investigação como uma terapia para a obesidade. “Em estudos não clínicos foi verificada uma notável redução na ingestão de alimentos”, refere Andrea Leone-Bay, da MannKind Corporation, a biofarmacêutica responsável por este novo método e que também está a testá-lo em analgésicos e fármacos para a osteoporose.

 "A nossa plataforma tecnológica é baseada em partículas formadas pela auto-montagem de uma pequena molécula"
, explica Leone-Bay, acrescentando que as drogas são inseridas nessas partículas, que depois são secas de forma a tornarem-se num pó. Ao usar este dispositivo, o paciente inala uma pequena quantidade desse pó, que se dissolve imediatamente após a inalação, sendo absorvido pela corrente sanguínea, processo este muito mais rápido do que uma injeção do mesmo medicamento.

O diabético pode comer ovos de Páscoa?

Poucos resistem a um chocolate. Muito menos na época da Páscoa, quando é impossível entrar em um supermercado e não se deparar com verdadeiras “tendas” decoradas com os tradicionais ovos de chocolate dos mais diversos tipos, em embalagens de apelo visual tentador. O que fazer quando se tem diabetes e a vontade de se deliciar com os presentes do coelhinho bate à porta? A nutricionista Flávia Giordano, da consultoria Nutricompany, de São Paulo, dá as dicas.

Flávia Giordano – “O chocolate é um alimento que desperta sensação de bem-estar porque atua diretamente no cérebro, é energético e, de quebra, pesquisas mais recentes nos mostram que faz bem ao coração porque contêm antioxidantes provenientes da semente do cacau. Alguns estudos indicam também que a gordura do chocolate não eleva o colesterol .
Todos esses benefícios não tornam seu consumo liberado no que se refere às quantidades: precisamos pensar em seu valor calórico. O ideal é limitar o consumo a 30 gramas por dia. Para se ter uma noção do que isso significa, um Bis, por exemplo, tem 7,5g; um bombom Alpino tem 15g. Cada 30 gramas de chocolate ao leite tem em média 170 Kcal e um bombom Sonho de Valsa, que pesa 24 gramas, tem 114 Kcal .
Quem tem diabetes não precisa restringir-se ao chocolate dietético. Para consumir o chocolate normal, é preciso apenas ter controle da quantidade de carboidratos diária. O chocolate ao leite de 30 gramas de peso tem em média 15 gramas de carboidratos (veja abaixo alguns exemplos de chocolate que contêm essa quantidade de carboidratos). Se o chocolate for recheado, porém, esse cálculo é diferente. É o caso de um chokito, que tem 32 gramas, mas contêm 24g de carboidratos.
Além de calcular a ingestão de carboidratos, o portador de diabetes pode procurar amenizar os efeitos do chocolate sobre a glicemia consumindo o produto após a refeição, em substituição a uma sobremesa. A presença de outros nutrientes inclusive fibras faz com que a absorção não seja tão imediata, diminuindo a possibilidade de uma hiperglicemia. Por isso, é aconselhável ingerir o chocolate associado a uma fonte de fibra, uma fruta, por exemplo. Se preferir, a dica é derreter o chocolate ao leite e molhar nele morangos, damascos, pedaços de maçã. Espera-se esfriar e pronto... A sobremesa é apetitosa e tem menor quantidade de chocolate. Mas, atenção: não vale exagerar para não extrapolar no carboidrato da fruta.
Se optar pelo chocolate apenas, o cálculo deve ser o de que 15g de carboidrato desse alimento podem substituir um pequeno pedaço de fruta, uma xícara de leite, uma fatia de pão ou 1/2 xícara de cereais.
Vale ressaltar que se houver exagero pode-se compensar ingerindo mais fibras - que são carboidratos complexos -, líquidos não calóricos e sem glicose, como os chás, principalmente o verde que tem antioxidantes.
O chocolate amargo é o mais rico em antioxidantes porque tem mais massa de cacau e menos manteiga de cacau; o chocolate ao leite, como recebe leite em pó na massa, tem mais proteínas e cálcio, e o branco não traz muitos benefícios, já que é praticamente composto de manteiga de cacau.
Outro cuidado indispensável é promover o ajuste na dose de insulina de acordo com a proporção de carboidrato ou conforme recomendação médica.”

Todos os produtos que se seguem contêm, por porção descrita, aproximadamente 15 g de carboidrato:

Bolo de chocolate caseiro - 1 fatia fina
Bolo de cenoura caseiro - 1 pedaço pequeno(4 x 4 x 2 cm)
Bombom tipo ouro branco ou sonho de valsa - 1 unidade
Negresco® recheado - 2 unidades
Negresco® coberto com chocolate - 1 unidade
Brigadeiro - 2 unidades médias-“festa”
Mousse de chocolate Gold® já preparado - 150 g (3 copinhos de café)
Kinder ovo® - 1 unidade
Chocolate em pó Garoto® - 3 colheres de sopa rasas
Nescau® tradicional - 1 colher sopa rasa
Ovo Maltine® tipo “suíço” - 1 colher de sopa cheia
Dan top® - 1 unidade

Como o diabético deve se alimentar durante a Páscoa?

Ninguém questiona que a Páscoa é um período de grandes tentações gastronômicas, só perdendo em "quantidade de provocações" para o período de Natal. Além do chocolate, presente nos ovos das mais variadas combinações, sabores, tamanhos e procedências, ainda vêm os bolos de época e os almoços fartos e tentadores do domingo.

Como é que o diabético pode, sem deixar de aproveitar as delícias, passar por esse período sem transtornos? A resposta está na entrevista da nutricionista Isabela Pimentel, do Hospital do Coração de São Paulo, que dá algumas dicas sobre como comer chocolates e guloseimas e manter a glicemia em ordem.

Isabela Pimentel - "Como os ovos de Páscoa são presenteados no domingo, o indicado é que a pessoa procure fazer nesse dia uma alimentação equilibrada. Não é aconselhável procurar compensar o excesso do domingo com uma dieta mais restritiva um dia antes ou um dia depois, porque isso pode levar a uma descompensação. Por isso, no próprio domingo o diabético deve procurar ter refeições menos ricas em gordura do que o usual, uma vez que a gordura está presente no chocolate.

Tradicionalmente, em nossa cultura, evitamos a carne vermelha apenas na sexta-feira santa e, no domingo, o almoço costuma ter massas ou até mesmo transformar-se num churrasco. Quem for comer ovos de Páscoa, porém, deve preferencialmente se alimentar de carne branca no domingo e acompanhá-la com um prato bem variado e colorido de salada com verduras e legumes crus: alface, rúcula, tomate, cenoura ralada, rabanete, pepino. Além de ajudar no equilíbrio da alimentação, o prato é bonito e motiva a pessoa a ter uma boa refeição.

Também é aconselhável que se compense o consumo de chocolate com menor ingestão de carboidratos, para que haja menos impacto sobre o peso e sobre a glicemia. Por isso, batatas, risotos e massas devem ser preferencialmente evitados ou consumidos em pequena quantidade.

Com essas precauções, é possível comer os tão tentadores ovos de Páscoa sem culpa. Nesse quesito, o aconselhável é mesmo optar pelos produtos dietéticos. Ao contrário do que se pensa, nem todos os chocolates dietéticos contêm mais gordura do que os produtos tradicionais. O segredo é ver na embalagem e comparar, optando por aqueles que contêm menor quantidade de gordura. Não vale trocar pelo chocolate amargo tradicional, porque mesmo sendo amargos eles têm açúcar em sua composição e seu consumo só pode ser feito se a pessoa tiver sua alimentação baseada na contagem de carboidratos.

Recomendo que o consumo do ovo de Páscoa seja feito de preferência como sobremesa, depois de uma refeição rica em fibras, porque isso retarda a absorção da gordura. E cuidado com as quantidades. Não se deve abusar. O indicado é consumir apenas 30 gramas de cada vez. O que sobrar deve ser guardado para outros dias, procurando comer em dias alternados".

Dietético ou não, chocolate exige moderação

Alimento antigo, conhecido dos astecas e maias, o chocolate foi apresentado à civilização européia pela primeira vez por Cristóvão Colombo. Disseminado por todo o planeta, dificilmente há quem hoje não conheça o produto e, mais que isso, que não goste dele. Na forma de bebida quente ou gelada, em barras ou em bombons trabalhados com os mais diferentes recheios, o chocolate só é mesmo considerado um vilão quando o excesso no seu consumo acaba se transformando em mais quilos na balança. Mas cuidado: é muito calórico e, por isso, seu consumo merece toda atenção.

O chocolate, na sua origem, era muito diferente do que conhecemos atualmente, explica a nutricionista Isabela Pimentel, do Hospital do Coração de São Paulo. Antes feito exclusivamente com o cacau, ele incorporou, no século passado, o leite em sua confecção, depois a manteiga do próprio cacau, a gordura hidrogenada, o açúcar. Sem falar nas castanhas, nozes, uvas passas e outros componentes que fazem a diferenciação entre os diversos tipos e marcas comercializados.

"Tudo isso transformou o chocolate em um dos alimentos mais calóricos à disposição do homem moderno", explica Isabela. Um bombom, por exemplo, pode ter cerca de 120 calorias, o equivalente a quatro colheres de arroz ou a metade de um bife. Por isso, a primeira consequência ao se optar por ingerir chocolates é mesmo o risco de engordar, lembra a nutricionista.

Além disso, bombons e chocolates costumam ter muito açúcar, que é rapidamente absorvido pelo organismo. Se depois de comer um chocolate, a pessoa não for logo fazer uma caminhada, por exemplo, esse açúcar é transformado em gordura. Aumenta o nível de triglicérides, que tem relação inversa com a fração boa do colesterol, e em consequência cresce o risco de doença cardiovascular.

Isabela explica ainda que, ao contrário da crença comum, não há comprovação de que comer muito chocolate pode provocar o surgimento de espinhas. Ela diz que a verdade é que o consumo excessivo dessa guloseima pode até criar problemas mais sérios - como prisão de ventre ou gastrite - porque a pessoa muitas vezes deixa de comer outros alimentos e já tem uma história de alimentação pouco saudável.

"Se a pessoa tem uma boa alimentação e come um bombom de vez em quando, isso não lhe traz nenhum problema", garante a especialista, acrescentando que uma alternativa é optar por guloseimas mais saudáveis, como as barras de cereais ou frutas secas que vêm com uma cobertura de chocolate. "Assim, a pessoa satisfaz a vontade de comer o chocolate, mas ingere pequena quantidade e, ainda por cima, consome frutas ou cereais", raciocina Isabela.

Ela afirma ainda que o chocolate é um alimento de difícil digestão. Para reduzir a absorção de sua gordura no intestino, uma dica é combinar seu consumo com uma fruta, que pode ser uma maçã, por exemplo. Além disso, a fruta vai ajudar a diminuir a quantidade de chocolate consumido.

Em relação ao diabético, Isabela não aconselha a opção pelo chocolate dietético. Esse produto contém maior quantidade de gordura hidrogenada como alternativa para ganhar consistência em substituição ao açúcar, o que pode ser danoso principalmente para o diabético tipo 2 ou para quem já está com níveis inadequados de triglicérides e colesterol.

"É melhor que o diabético consuma moderadamente o chocolate amargo ou meio amargo, desde que faça a contagem de carboidratos de sua alimentação total no dia, para não ultrapassar sua recomendação", diz a nutricionista.

Diabetes Melito tipo 1, Hipoglicemia e Síndrome de morte súbita no leito

A síndrome denominada de morte súbita no leito ou como originalmente descrita no idioma inglês Dead in Bed syndrome foi descrita pela primeira vez em pacientes com diabetes melito tipo 1 em 1991 pelos pesquisadores Tattersal RB e Gil GL. Essa entidade clínica caracteriza-se por morte súbita no leito durante a noite em indivíduos jovens com diabetes melito tipo 1. Normalmente, esses pacientes são encontrados mortos no leito sem qualquer sinal de violência física ou de envenenamento que pudesse ser suspeitado como causa da morte. De comum entre eles, os familiares referiram vários episódios prévios de hipoglicemias graves. Inicialmente, como causa dessas mortes foi levantada à hipótese de taquiarritmia ventricular precipitada pelas hipoglicemias graves noturnas, principalmente em pacientes com sinais clínicos sugestivos de neuropatia autonômica cardíaca.
Mais recentemente, foi demonstrado em pacientes com diabetes melito tipo 1 monitorados por meio de eletrocardiograma que durante os episódios de hipoglicemias graves ocorre aumento do intervalo QTc. É bem sabido que essa alteração eletrocardiográfica está relacionada à taquiarritmias ventriculares. Além disso, os fenômenos hipoglicêmicos graves estão associados à liberação excessiva de catecolaminas e em muitos casos, também evoluem com diminuição do potássio sérico. Essas alterações bioquímicas podem potencializar o efeito arritmogênico ventricular relacionado ao prolongamento do intervalo QT.
Para melhor entendimento dessa síndrome, é evidente que faltam evidências consistentes e mais estudos dirigidos para que possamos associar os fenômenos hipoglicêmicos graves e a disfunção autonômica cardíaca como desencadeantes de taquiarritmias ventriculares e conseqüentemente à morte súbita durante a noite.
Na prática, os médicos assistentes e os familiares dos pacientes com diabetes melito tipo 1 devem estar atentos em relação a episódios de hipoglicemias graves noturnas, principalmente em indivíduos com diabetes de longa duração, não controlados de maneira adequada e com concomitância de alguns sinais clínicos sugestivos de neuropatia autonômica, tais como taquicardia de repouso, gastroparesia, hipotensão postural, síncopes e outros.
Por Dr. Antônio Carlos Pires.
Fonte: www.diabetes.org.br

Terapia agressiva pode fazer mal a diabético

São Paulo - Tratamentos rigorosos para diminuir o risco de problemas cardiovasculares em pacientes com diabete tipo 2 mostraram-se ineficientes. Eles podem até potencializar os efeitos colaterais por causa da quantidade de remédios administrados. Essas são as conclusões de dois grandes estudos recém-publicados na revista científica "The New England Journal of Medicine".

Os pesquisadores queriam saber, por exemplo, se reduzir a pressão sistólica - a força com que o sangue é impulsionado para fora do coração - para o limite de 120 milímetros de mercúrio protegeria diabéticos com elevados níveis de colesterol e histórico de doenças cardiovasculares.

Os 4.733 voluntários foram divididos em dois grupos. Metade recebeu tratamento intensivo para diminuir a pressão a níveis inferiores a 120 milímetros. Os demais passaram pela terapia-padrão para diabéticos nos EUA, que visa a manter a pressão em até 140 milímetros.

Conclusão: embora tenham alcançado a meta, os pacientes do primeiro grupo não ficaram isentos de ataques cardíacos e se tornaram mais suscetíveis aos efeitos colaterais dos medicamentos, como o aumento da função renal e dos níveis de potássio no sangue. Eles tomaram uma média de 3,6 remédios, ante 2,1 dos diabéticos do segundo grupo.

Colesterol

Diabéticos tendem a apresentar baixos níveis do chamado colesterol bom (HDL) e altos índices de triglicérides no sangue, uma combinação que aumenta os riscos de doenças cardiovasculares. Para investigar o problema, outro estudo avaliou 5.518 voluntários. Um dos grupos recebeu sinvastatina, medicamento para reduzir o colesterol. O outro recebeu o mesmo remédio associado a um fibrato, tipo de droga que diminui o colesterol ruim e aumenta o HDL. O grupo que recebia dois remédios não teve nenhum benefício quando comparado ao grupo que só tomou um. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Remédio da família da aspirina ajuda diabéticos, sugere experimento

Um anti-inflamatório genérico e barato, da família da aspirina, ajudou pacientes de um experimento clínico a administrar seu diabetes tipo 2 e reduzir seu nível de açúcar no sangue – contribuindo para provar que a inflamação desempenha uma função no diabetes, e possivelmente apontando para novas abordagens terapêuticas para essa doença.
O medicamento, chamado de salsalate, que é parente da aspirina, mas não age com tanta força no estômago, foi usado durante anos para tratar artrite e dor nas juntas. Pacientes que o tomaram, como parte de um experimento clínico aleatório conduzido por pesquisadores do Centro de Diabetes Joslin, melhoraram seus níveis de açúcar no sangue depois de três meses – com aqueles sob as maiores dosagens reduzindo seus índices de hemoglobina A1C numa média de 0,5%. Os pacientes que tomaram o medicamento também mostraram redução nos triglicérides.
“O potencial é realmente estimulante”, disse a Dra. Allison B. Goldfine, diretora de pesquisa clínica e principal autora do artigo, que será publicado na próxima edição de Annals of Internal Medicine. “Pode ser que tenhamos uma nova classe de agentes terapêuticos para tratar pacientes com diabetes tipo 2, e, quando se tem um novo agente que é seguro, eficaz e barato, isso é muito animador”.
O mais importante é que o trabalho pode ajudar a desvendar as causas fundamentais do diabetes, afirmou o Dr. Steven E. Shoelson, autor sênior do artigo, chefe da seção de pesquisa em patofisiologia e farmacologia molecular do Centro Joslin e professor de medicina na Escola de Medicina de Harvard.
“Se pudermos descobrir como isso funciona, poderemos desvendar algumas das causas primárias da diabetes, como a obesidade promove inflamações e como a inflamação causa diabetes e outros problemas crônicos de saúde”, disse Shoelson.
Entretanto, os dois autores agregaram uma nota de alerta, dizendo que mais pesquisas eram necessárias antes que os médicos possam prescrever o salsalate.
Pouco mais de 100 pacientes completaram o experimento clínico randômico, e alguns experimentaram efeitos colaterais negativos – como uma elevação do LDL, o chamado colesterol ruim.
O efeito colateral mais comum foi experimentado por pacientes que tomavam medicamentos contra diabetes, chamados Sulfonylureas, e passaram por episódios de leve hipoglicemia, uma queda no nível de açúcar no sangue que pode ser perigosa.
Especialistas que não estavam envolvidos no experimento concordaram que experimentos maiores devem ser feitos, e afirmaram que o impacto do medicamento nos níveis de glicose do sangue era moderado. Porém, eles também disseram que as descobertas eram animadoras por sugerirem que o diabetes tipo 2 poderia ser tratado ao focar na inflamação original.
“Isso expande o arsenal terapêutico contra a doença”, disse o Dr. Domenico Accili, diretor do Centro de Pesquisa de Diabetes e Endocrinologia da Universidade de Columbia.
Como a aterosclerose é considerada um estado inflamatório, essa abordagem também pode reduzir potencialmente o risco de complicações cardiovasculares associadas ao diabetes, explicou ele.
A Dra. Meredith Hawkins, professora de medicina da Universidade Albert Einstein, disse também que o trabalho mostrava que “a inflamação é um bom alvo em termos de tratar o diabetes – e isso é algo sobre o que já vimos falando por bastante tempo”.
A pesquisa está sendo financiada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e pelo Instituto nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e dos Rins.
O salsalate é vendido, nos Estados Unidos, a menos de cinquenta centavos por pílula, e não apresenta a oportunidade de lucro que atrairia grandes empresas farmacêuticas a conduzir a pesquisa. Contudo, com os estimados 23,6 milhões de norte-americanos já sofrendo de diabetes, e um adicional de 57 milhões com pré-diabetes, o governo federal tem um enorme interesse em desenvolver novos tratamentos.
Como parte do experimento, pesquisadores de 17 diferentes centros escolheram aleatoriamente 108 indivíduos, com idades entre 18 e 75 anos, para quatro tratamentos distintos – três dos quais incluíam diferentes quantidades de salsalate em três doses diárias, enquanto os pacientes no quarto grupo recebiam placebo, ou pílulas falsas.
Os pacientes continuaram com seu tratamento regular de diabetes tipo 2 ao longo do estudo. Depois de três meses, os pacientes que tomavam salsalate apresentaram uma probabilidade muito maior de ter melhorado seus níveis de açúcar no sangue do que aqueles tomando placebo, sendo que os pacientes com as maiores dosagens – de 4 gramas por dia – apresentaram as melhoras mais significativas.

Saiba tudo sobre a hipoglicemia - baixos níveis de açúcar no sangue

O principal objetivo do tratamento do Diabetes é normalizar sua glicemia (nível de açúcar no sangue).Para conseguir um perfeito equilíbrio metabólico, é preciso um equilíbrio entre a dieta, exercícios físicos e medicação (insulina ou hipogliceminantes orais).Caso não ocorra esse equilíbrio, você pode apresentar hipoglicemia (baixos níves de açúcar) ou hiperglicemia (altos níveis de açúcar).
Hipoglicemia:
A hipoglicemia é a queda excessiva de açúcar no sangue.A aparição dos sintomas é rápida e os níveis de glicose no sangue estarão abaixo de 70 mg/dI.
Causas da hipglicemia:
-Excesso de exercícios físicos;
-Falta de uma refeição regular ou fora do horário;
-Pouca quantidade de alimentos;
-Vômitos ou diarréia;
-Administração de alta dose de insulina ou ingestão de maior quantidade de hipogliceminantes orais;
-Consumo de bebidas alcoólicas.
Sintomas da hipoglicemia:
-Fome súbita;
-Fadiga;
-Tremores;
-Tquicardia (palpitações);
-Tonturas;
-Suores;
-Pele fria, pálida e úmida;
-Visão turva ou dupla;
-Dor de cabeça;
-Dormência nos lábios e língua;
-Irritabilidade;
-Desorientação;
-Mudança de comportamento;
-Convulsões;
-Perda do conhecimento;
-Coma.
Em caso de suspeita de hipoglicemia, você pode notar um ou mais desses sintomas. Ao detectar o(s) sintoma(s) deve-se proceder da seguinte forma: o objetivo é elevar o nível de açúcar no sangue. Se possível, verifique sua glicemia com tiras reagentes. Este teste mede o açúcar no sangue. Não é aconselhável fazer este teste na urina, pois o resultado não é confiável no momento da hipoglicemia.
Você deve:
-Ingerir algum alimento, copo de leite, suco de frutas ou refrigerante. Se após 10 minutos os sintomas não melhorarem, beber água com açúcar, comer chocolate, uma bala ou tabletes de glicose.
-Seu médico pode ainda indicar para estas situações o medicamento Glucagon injetável.
-O Glucagon libera glicose no sangue.
-O alimento deve ser dado quando o diabético estiver consciente e for capaz de engolir, nunca quando estiver incosciente.
Quando o diabético estiver inconsciente, deve ser feito o seguinte:
-Colocar na boca, no lado interno da bochecha, açúcar ou mel.
-Friccione a parte interna da bochecha para facilitar a absorção.
-Estas medidas devem ser imediatas, por isso você deve informar às pessoas que convivem com você: colega de escola ou trabalho, familiares e amigos. Eles podem salvar sua vida.
-Se após essas medidas, o diabético continuar inconsciente, leve-o imediatamente ao Pronto-Socorro mais próximo, informando ao médico plantonista o antecedente de diabetes, os sintomas da hipoglicemia que a pessoa apresentou e o que já foi feito até o momento. Seguramente, ele administrará glicose endovenosa e verificará a glicemia.
-Quando a reação terminar, o diabético deve ingerir algum alimento de absorção lenta, como um sanduíche, bolachas, uma fruta ou outro alimento que tenha costume de comer normalmente.
Como evitar a hipoglicemia:
-Programe suas atividades físicas;
-Ingerir alimentos extras antes de exercícios físicos;
-Cumprir o plano alimentar: horário, quantidade e qualidade dos alimentos;
-Em caso de vômitos e diarréia, informe seu médico imediatamente;
-Utilizar a medicação prescrita nas doses e horários indicados pelo médico;
-Evitar bebidas alcoólicas.
Em situações especiais, como viagens, festas entre outras, intercale sua alimentação regular com lanches extras, de acordo com a situação.
IMPORTANTE!
-Use sempre um cartão de identificação de diabético. Ele pode salvar sua vida.
-Tenha sempre consigo balas ou tabletes de glicose.
-Reconheça os sintomas e trate-os prontamente.
-Hipoglicemias noturnas podem se manifestar com pesadelos, gritos, além dos sintomas mencionados.
-Pode acontecer hipoglicemia sem sintomas e sua detecção só é possível ao fazer o exame de glicemia no sangue.
Por isso é importante realizar autocontroles domiciliares e informar o seu médico. A hipoglicemia pode ser evitada se você conhecer o metabolismo do seu corpo.
Fonte: ANAD - NovoNordisk.

Pressão muito alta ou muito baixa representa grande risco para diabéticos

Os diabéticos não devem deixar a pressão sistólica - maior número da medição da pressão sanguínea - ficar abaixo de 13 (130 mmHg) ou passar de 14 (140 mmHg), segundo pesquisadores da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos. Em palestra esta semana no encontro científico do American College of Cardiology, os especialistas destacaram que, para pacientes com diabetes, o descontrole da pressão (seja alta ou baixa demais) pode ser fatal - aumentando significativamente os riscos de infarto, derrame e morte.
De acordo com a pesquisadora Rhonda Cooper-DeHoff, a pressão sistólica acima de 14 tem sido associada com um aumento de 50% no risco cardiovascular em pacientes cardíacos com diabetes, por isso, muitas vezes, o objetivo do tratamento tem sido reduzir a pressão aos níveis definidos pela Associação Americana do Coração como normais - 12 por oito. Porém, a especialista destaca que novas evidências indicam que, para esses pacientes, os níveis "normais" podem não ser o melhor, e defende que manter a pressão sistólica entre 13 e 14 é mais benéfico para pacientes cardíacos e diabéticos.
"Nossos dados sugerem que, em pacientes com diabetes e doença arterial coronariana, existe um limite abaixo do qual o risco cardiovascular aumenta", destacou a pesquisadora, acrescentando que os esforços para baixar a pressão sistólica para menos de 13 não parece oferecer nenhum benefício adicional para esses pacientes, comparado com a manutenção desse número entre 13 e 14.
Além disso, segundo especialistas, pela primeira vez, um estudo mostrou que níveis abaixo de 11,5 podem ser tão perigosos quanto acima de 14 para os diabéticos. "Identificar os limiares de quando iniciar o tratamento e quando dizer que está ‘bom o suficiente’ é extremamente importante não apenas para otimizar os resultados, mas também para ajudar a reduzir os custos desnecessários com o cuidado", disse o endocrinologista Stephan Brietzke.
Fonte: EurekAlert. Public.

Diabéticos têm mais doenças de gengiva

O diabetes tipo 2 é um doença crônica que afeta cerca de 10% da população mundial. Causador de muitas complicações, o diabetes também está relacionado a problemas de gengiva – as chamadas doenças periodontais são consideradas a sexta complicação mais comum relacionada à enfermidade.
Pesquisadores do Eastman Dental Institute, da Universidade de Londres, na Inglaterra, os dentistas gaúchos Juliano Busetti e Luis Mezzomo e a pernambucana Renata Cimões afirmam que o agravamento da doença periodontal em diabéticos estaria, possivelmente, relacionado à maior dificuldade na cicatrização e a fatores genéticos, além da presença de bactérias.
Quase a metade dos portadores tem problemas de gengiva severos, sofrendo com sangramentos, sensação de dentes frouxos, mau hálito, retração nas gengivas, perda óssea e até de dentes. É imprescindível fazer consultas regulares com um especialista.

Fonte: Portaldiabetes.com.br

O que dificulta o condicionamento físico no diabetes?

Diversos estudos apontaram que diabéticos praticantes de atividades físicas tendem a uma diminuição do condicionamento físico comparados a não diabéticos, embora estudo recente tenha constatado que eles atingem o mesmo consumo máximo de oxigênio, relata o educador físico William Komatsu, coordenador do Departamento de Atividade Física da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
William Komatsu - "Uma hipótese que observamos em estudo já realizado e que pretendemos aprofundar brevemente é que o diabético remove o ácido lático de forma mais lenta. O ácido lático é produzido pelo organismo durante atividades intensas, principalmente as anaeróbias. Dependendo de sua intensidade e duração, se o atleta passa de seus limites, o organismo libera ácido lático e é ele que determina a fadiga.
Normalmente, esse ácido é reabsorvido e parte dele é transformado em energia novamente. Após o término da atividade, ele continua sendo absorvido e depois de cerca de três horas é totalmente removido. No caso do diabético, parece que a absorção durante a atividade é mais lenta e, posteriormente, há um tempo maior até que ele seja todo absorvido pelo organismo.
Por essa hipótese, a presença do ácido lático no diabético seria a causa de sua maior sensação de cansaço e, consequentemente, de seu menor nível de condicionamento.
Entretanto, essa afirmação ainda não é conclusiva. Estamos planejando realizar um estudo para verificar se a hipótese corresponde à realidade e se a presença do ácido lático por maior período de tempo interfere no comportamento da glicemia do atleta diabético, uma vez que esse ácido é hiperglicemiante."
Fonte " Diabetes Nós Cuidamos "

Dengue: Alerta para diabéticos

Se o avanço da dengue preocupa em todo o país, para uma população em particular as ameaças são ainda maiores. Segundo os especialistas, os diabéticos, que somam 8% da população entre 30 e 59 anos, têm mais chances de contrair a doença, além de apresentar evolução mais grave do problema.
O endocrinologista Saulo Cavalcanti, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), explica que os diabéticos são uma população de risco justamente porque são mais vulneráveis aos quadros infecciosos quando, normalmente, aumentam na circulação hormônios como cortisona e adrenalina, que, por sua vez, elevam os níveis de glicose.
Enquanto, no sangue, sobem os níveis de hormônios e açúcar, o processo infeccioso também destrói a insulina, promovendo um complicado círculo vicioso. “É aí que o diabetes pode descompensar. As necessidades de insulina aumentam e é preciso realizar mais testes para evitar que ocorram elevações excessivas da glicemia”, diz.
Entre os agravos das complicações, ele cita que os diabéticos estão mais propensos a desenvolver a febre hemorrágica , por exemplo. O estado de coma também não está descartado.
Prevenir a dengue e exercer um controle mais rigoroso do paciente diabético acometido por ela, portanto, é fundamental. O endocrinologista recomenda que os pacientes fiquem ainda mais atentos, não só com relação ao controle dos focos da dengue, como ao controle do próprio diabetes.
Para complicar, além da perspectiva de que o número de casos de dengue cresça, os médicos esbarram em outro desafio. Apenas 50% dos pacientes diabéticos sabem quem têm o problema e, dos que sabem, grande parte não faz o tratamento adequado.
SEM CURA Sozinho, o diabetes mal controlado pode ocasionar uma série de complicações. Embora a doença não tenha cura, com acompanhamento médico e medicamentoso, dieta e prática de exercícios, os pacientes podem levar uma vida normal e livre de riscos de desenvolver outros males. “Quanto melhor o controle do diabetes no início, menor a possibilidade de apresentar complicações no futuro”, afirma Cavalcanti.
Em todo o mundo, as populações terão mesmo que prestar mais atenção aos hábitos de vida, se não quiserem desenvolver diabetes. Tendo em vista que a obesidade, por exemplo, é fator-chave para o desenvolvimento da doença, a prevenção ultrapassa as fronteiras da medicina e assume também um âmbito sociocultural, já que está totalmente ligada a fatores ambientais e à qualidade de vida.
SAIBA MAIS
1- O mosquito da dengue já se transformou numa ameaça à saúde pública no Brasil. A doença é transmitida por meio da picada do mosquito infectado, o Aedes aegypti. Os sintomas mais comuns desta doença são manchas na pele, enjôo, vômitos, febre alta, dores no corpo, cansaço, falta de apetite e dor de cabeça.
2- O diabetes é uma doença que leva ao aumento da taxa de açúcar no sangue devida a deficiência parcial ou total de insulina. Isso ocorre pela destruição das células produtoras de insulina no pâncreas.
3- O diabetes tipo 1, ou insulinodependente, corresponde a 10% dos casos de diabetes. O tipo 2 a 90% dos casos e não referem - se a pacientes insulinodependentes.
4- Também existe o diabetes secundário, provocado por alguns tipos de doença como as pancreáticas, genéticas, endócrinas ou casos de cirurgias de retirada do pâncreas.
5- O controle do diabetes se baseia em três vertentes: dieta, medicamentos e atividade física. A dieta é fundamental e deve ser calculada de acordo com a faixa etária, altura, peso, e necessidades calóricas do paciente. Também vai depender da existência de alguma doença associada ao diabetes.
6- O diabetes mal controlado aumenta os riscos de ataques cardíacos, torna deficiente a circulação sanguínea, causando perda de sensibilidade nas pernas e pés. Os pacientes também estão mais propensos a ter doenças renais e problemas nos olhos (retinopatia diabética), além de doenças infecciosas, como a dengue.
7- Muita sede, urina em excesso, muita fome, cansaço, perda de peso sem explicação, visão embaçada, coceira vaginal, infecções urinárias freqüentes, dificuldades de cicatrização de feridas, formigamentos, dormências e dores nas mãos, pernas e pés, podem ser sintomas de diabetes.
8- O problema pode ser detectado pelos exames de glicemia em jejum e após duas horas de ingestão de glicose.
9- Para garantir o bom controle do diabetes é preciso, também, manter controlados a pressão arterial, o colesterol e o peso, reduzindo as chances de desenvolvimento de outras doenças.
Fonte: Jornal Estado de Minas

Primeiro pâncreas artificial totalmente computadorizado melhora o tratamento e evita o risco de hipoglicemia durante o sono.

O diabetes tipo 1 aparece sem avisar. Não existe causa ou explicação. O pâncreas deixa de produzir insulina, e sem ela não temos energia. Quem se depara com o diagnóstico da doença precisa seguir uma dura rotina: medir constantemente o nível de açúcar no sangue e injetar insulina diversas vezes ao dia.

Para facilitar a vida de quem deve passar por isso pelo resto da vida, cientistas da Universidade de Cambridge (Reino Unido), em parceria com a Fundação Internacional de Pesquisa de Diabetes Juvenil, conseguiram montar um sistema capaz de imitar as funções do órgão humano debilitado. O objetivo do primeiro pâncreas artificial totalmente computadorizado é melhorar o tratamento e evitar o risco de hipoglicemia durante o sono.

O novo método de aplicação tem três componentes acoplados: um monitor de nível glicêmico contínuo, uma bomba de insulina e um programa de computador que faz o cálculo necessário para as aplicações

– As bombas já são bem conhecidas e estima-se que há 300 mil usuários no mundo. O medidor é uma tecnologia mais recente, usado por cerca de 10 mil pessoas. O foco da pesquisa é desenvolver um programa para calcular a dosagem certa e criar dispositivos integrados para facilitar a vida dos pacientes – afirma um dos autores, Roman Hovorka.

Manter o nível de açúcar no sangue durante uma noite de sono é uma das dificuldades para diabéticos do tipo 1, especialmente crianças. A glicose pode cair sem que o diabético perceba, podendo provocar algum ataque ou até levar ao coma.

– Quando dormimos ficamos de oito a 12 horas sem comer, então o risco de hipoglicemia aumenta. Geralmente, recomendamos ao paciente tomar uma atitude preventiva, comer um carboidrato antes de dormir. O pâncreas artificial não é uma novidade ou necessidade, mas pode facilitar o tratamento – opina Reginaldo Albuquerque, endocrinologista e membro da Sociedade Brasileira de Diabetes.

O estudo de Cambridge conseguiu comprovar que o sistema automático é mais eficaz do que o tratamento convencional para ajudar a manter o controle durante a noite. A forma como o pâncreas artificial vai ser usado ainda deve ser definida pelos cientistas. Os testes clínicos ainda estão na fase inicial.

COMO FUNCIONA
1 - Sensor de glicose
Um monitor permanente é colocado no abdômen para medir o nível de glicose no sangue.
2 - Algoritmo
As informações são transmitidas por um programa de computador para comandar a necessidade e a quantidade da dose de insulina.
3 - Bomba de insulina
O dispositivo faz a aplicação na pele do paciente.

Saiba mais a respeito: Diabetes tipo MODY

1.- O que é o diabetes tipo MODY ?

É um tipo pouco freqüente de diabetes. Calcula-se que 1 de cada 100 pessoas diabéticas o têm.
Deve-se a um problema genético de herança dominante, isto é, que se transmite fortemente dos pais para filhos. Uma pessoa com diabete MODY a transmitirá aproximadamente à metade de seus filhos.
Para diagnosticá-lo é um requisito indispensável que o pai ou a mãe tenham diabetes, ainda que seja muito leve. São famílias nas quais há pais, filhos, avôs e primos com diabetes.Costuma diagnosticar-se na infância ou juventude, e não precisa de insulina, ao menos durante alguns anos.

2.- Quantos tipos de diabetes MODY existem ?

Conhecem-se 6 tipos diferentes, mas os mais comuns são o MODY 2 e o MODY 3 :

Características do MODY 2: 

- Costuma-se diagnosticar na infância, ainda que existam muitos adultos que a têm e não o sabem.
- Os níveis de glicose não são muito altos (menos de 160 mg/dl), e não precisam normalmente de nenhum tipo de tratamento.
- Diferente dos outros tipos de diabetes não produz com o tempo danos na retina, rins, coração etc.
- As mulheres com este tipo de diabetes podem diagnóstica-ló pela primeira vez na gravidez, ao fazer-se a curva glicêmica. Depois da gravidez costumam manter a glicose alta.

MODY 3:
- Costuma-se diagnosticar entre os 14 e os 30 anos.
- É uma doença progressiva: no princípio se trata com dieta, mas com os anos será preciso utilizar medicamentos antidiabéticos orais e inclusive insulina. Ultimamente se descobriu que é um diabetes que responde muito bem a um tipo de antidiabético oral, inclusive em alguns casos nos quais o paciente leva anos sendo tratado com insulina.
- Se não se controlam bem os valores de glicemia a longo prazo pode produzir alterações na retina, rim, coração, etc., como ocorre no diabetes juvenil e no diabetes do adulto.

  3.- Como se faz o diagnóstico do diabetes tipo MODY ?

Para se fazer o diagnóstico com segurança é necessário fazer o diagnóstico genético. Só é necessário extrair um tubo pequeno de sangue (como para qualquer análise rotineira).
Um médico especializado em diabetes poderá lhe dizer se for o caso, quando está indicado fazer o estudo.

4.- Por que é importante fazer o estudo genético ?

- Se for feito o diagnostico de MODY 2 , você ficará sabendo que sua diabetes não vai evoluir e normalmente não terá complicações e não precisará tratamento. Poderá tranqüilizar outros membros de sua família que também a tenham
- Se for feito o diagnostico de MODY 3 se tentará tratá-lo com um tipo de antidiabético adequado a essa doença. É provável que se você toma insulina (você ou algum membro da família) possa mudar para comprimidos, ao menos durante alguns anos.

5.- Sempre me disseram que tenho diabetes tipo 1 ou diabetes juvenil. Posso ter diabetes MODY?

É bom suspeitar se :

- Seu pai ou sua mãe, além de avôs ou primos, têm diabetes.
- Se tratou com dieta ou comprimidos, e não precisou de insulina durante os primeiros anos do diagnóstico, e seu médico lhe disse que seu pâncreas ainda fabrica insulina.

6.- Sempre me disseram que tenho diabetes do adulto ou diabetes tipo 2. Posso ter diabetes MODY ?

É bom suspeitar se :

- Seu pai ou sua mãe, além de avôs ou primos, têm diabetes.
- Se diagnosticou o diabetes antes dos 40 anos.
- Não tem sobrepeso ou obesidade.
- Não tem a pressão e nem o colesterol alto.

Fonte : Sociedade Espanhola de Diabetes.

Tradução Portal Diabetes

Quais os segredos para mehor armazenar insulina

Utilizar corretamente a insulina requer não só aplicação adequada, nos locais certos e com o correto uso de agulhas, seringas ou canetas, mas, também, seu armazenamento apropriado antes mesmo da abertura do frasco e durante sua utilização. O alerta é da enfermeira e educadora em diabetes, Nívia Pissaia Sanches, do Centro de Diabetes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Nívia Pissaia Sanches – “Está havendo um esforço enorme do Ministério da Saúde para unificar as orientações com relação ao armazenamento da insulina, com um programa que está sendo desenvolvido dentro do Plano de Reorganização do Tratamento de hipertensão e diabetes mellitus.

A primeira recomendação é que nunca se congele a insulina e que ela não seja transportada em embalagem contendo gelo seco. Por isso, quando a pessoa vai retirar sua insulina, seja no posto de saúde, seja numa farmácia, não é necessário levar consigo isopor com gelo, prática bastante comum, infelizmente, em determinados locais de distribuição.

A insulina pode ser transportada em temperatura ambiente, devendo apenas ser protegida de temperaturas extremas e da exposição à luz direta.

Em viagens, não coloque a insulina junto com as bagagens. Se for viajar de avião, o ideal é carregá-la na bagagem de mão, pois o compartimento reservado para as malas tem temperatura extremamente baixa. Se a viagem for muito longa, é possível transportar a insulina em isopor, sem colocação de gelo.

É preciso ficar atento para que o frasco não fique em locais de calor excessivo, como o porta-luvas do carro, por exemplo, nem seja guardado em lugares como estufas, em cima de fogão ou de aparelhos elétricos que, quando ligados, emanam calor.

A insulina em uso, que já foi aberta, pode ser mantida fora da geladeira, desde que o local seja o mais fresco da casa, protegido do calor e da luz. Depois de aberta, ela pode ser utilizada em até quatro semanas.

Se você tem frascos em estoque, deve guardá-los na geladeira, de preferência na repartição acima da gaveta de legumes. Lembre-se sempre que a primeira insulina que chega é a primeira que deve ser utilizada.

Ao adquirir sua insulina, não compre em farmácias que deixam o produto no balcão. Prefira os estabelecimentos que guardam os frascos em geladeira. E, atenção, veja sempre a data de validade do produto antes de levá-lo para casa. Não use, de forma alguma, insulina com prazo de validade vencido.”

USP desenvolve método que substitui tratamento com a insulina

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto desenvolveram um método a partir do transplante de células-tronco que substitui a insulina no tratamento de diabetes. As células foram retiradas da medula do próprio paciente, que depois passava por quimioterapia.
O medicamento foi aplicado em pessoas com idade entre 12 e 35 anos, que apresentavam diabetes há, no máximo, três meses. Todos conseguiram ficar sem a insulina por vários meses, mas a reincidência da necessidade do uso em alguns pacientes levou os pesqisadores a aperfeiçoarem o método que ficou menos agressivo. Agora, os médicos iniciaram uma pesquisa que envolve células-tronco sem a necessidade de quimioterapia.
A descoberta inédita no mundo fez com que os cientistas fossem convidados para coordenar uma pesquisa semelhante nos Estados Unidos. “Vamos poder avaliar o que acontece com os indivíduos americanos e com os indivíduos europeus de maneira diferente e ver se os resultados vão se refletir tão benéficos como aqui no Brasil”, afirma o pesquisador Carlos Eduardo Barra Couri.
Para os pacientes, o método é um avanço que significa qualidade de vida. “Um sonho para qualquer diabético, uma liberdade maior, uma dor a menos”, afirma o estudante de Belo Horizonte Miguel Guerra Bretas, de 21 anos, um dos primeiros voluntários da pesquisa.

O paciente pré-diabético, se não assistido corretamente, pode tornar-se diabético

A maior parte dos médicos concorda com a idéia de que lidar com doença crônica é algo bastante complicado, afinal, é necessário fazer com que o paciente entenda que terá de conviver sempre com aquela situação, sendo necessário, muitas vezes, alterar drasticamente o estilo de vida. ´Não adianta você impor nada ao paciente. É uma mudança comportamental que tem de ser conquistada´. É assim que Adriana Forti, endocrinologista e diretora do Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão do Ceará fala sobre o tratamento do paciente diabético, uma das patologias crônicas mais conhecidas atualmente.

A partir de quando uma pessoa pode ser considerada diabética ou pré-diabética?

Hoje, temos as categorias denominadas pré-diabéticas, que são duas. A primeira delas são as pessoas que tem uma glicemia de jejum, ou seja, a medida da glicose do açúcar, alterada. Ela passa a ser alterada, a partir do momento que é maior 100 (que é o normal), mas é menor que 126 (que é o valor para ser diabético). A segunda categoria é a chamada intolerante à glicose. A pessoa ingere glicose, faz um estresse para o organismo, ou seja, dá uma sobrecarga de glicose para ver se o pâncreas está funcionando. Duas horas depois, os valores ficam entre 140 e 200. Nesse teste, o valor para ser diabético é acima de 200. Se não tratado, o pré-diabetes tem uma velocidade muito rápida de se transformar em diabetes. Por outro lado, se você cuidar, a evolução da doença é bem mais lenta.

O que dizer sobre a relação hereditariedade e diabetes?

Em relação a susceptibilidade genética, isso é algo bastante consumado do ponto de vista da fisiopatologia do diabetes. No Brasil, pelo fato da relação hereditariedade e diabetes, ser algo tão certo, não existem estatísticas específicas sobre isso. O que é muito importante é o fato de você poder ter a herança, porém, não apresentar o problema. Aí entra o fator ambiental, a obesidade, que, na realidade, é o mais forte no desenvolvimento do diabetes tipo 2. E o que causa essa obesidade? Alimentação errada e sedentarismo.

No Ceará, desde quando a doença crônica vem sendo fator de preocupação para os profissionais de saúde?

Quando comecei a trabalhar com diabetes aqui no Ceará, e até em termos de Brasil, há 20 anos atrás, lembro das conversas que tinha com os colegas durante os cursos de capacitação. ´ -Eu nunca mais tinha me lembrado de pesquisar diabetes nos meus pacientes´, diziam alguns. Não existia uma cultura para doença crônica. O sistema de saúde era tão voltado para o agudo, que ele nem tinha tempo de pensar na enfermidade crônica. Logo que isso adquiriu importância, foi uma grande revolução.

A faixa etária influi na possibilidade da obesidade tornar-se fator de risco para o surgimento do diabetes?

Influi sim. O que temos que separar, nesse caso, é uma coisa chamada diabetes tipo 1. Nesse tipo de diabetes, que é o tradicional na criança, não existe ainda prevenção. Só 10% da população diabética, como um todo, é diabética tipo 1. Se houver uma conscientização, desde criança, pode-se, com sucesso, evitar o aparecimento do diabetes tipo 2, que é aquele influenciado pela obesidade, pelo fator ambiental. A população tem que ficar atenta para saber se tem a doença, porque o diabetes é silencioso. Se você não fizer o exame de sangue, você passa anos e anos sem o diagnóstico. Acredito que a conclusão prática para evitar qualquer tipo de problema é que toda e qualquer criança ou adolescente obeso procure um serviço de saúde a fim de solicitar um exame de sangue.

Os medicamentos para reduzir a resistência insulínica são realmente eficientes?

São eficazes sim. É claro que todo medicamento tem contra-indicação e efeito colateral. Muitos podem se questionar: qual é o uso racional desse medicamento? Isso ocorre quando você faz uma análise do custo-benefício individual para aquele paciente, ou seja, a necessidade versus o potencial de efeitos colaterais da medicação. A primeira coisa que você vê é se o paciente tem contra-indicação para usar o remédio. A metiformina, por exemplo, que é um dos medicamentos para redução insulínica, tem como contra-indicação a função renal alterada. As drogas funcionam, no entanto, assim como toda medicação, merecem a análise individual para cada paciente. Esse tipo de droga também pode ser usada por crianças, desde que, realmente, exista necessidade.

Qual a importância de uma equipe multidisciplinar para acompanhar o paciente diabético?

É muito fácil pegar meu paciente e mandar para a nutricionista fazer a dieta, e pedir para que o profissional diga assim: procure um educador físico e trabalhe. No entanto, isso não deve acontecer. Há a necessidade de que toda a equipe multidisciplinar tenha consciência de que é um processo conjunto, e que em cada momento, todos os elementos da equipe devem ter essa postura. Para o paciente, quanto melhor a abordagem desenvolvida pela equipe, maiores serão os benefícios e mudanças de postura. Educação não é só possuir conhecimento; educação é, antes de qualquer coisa, fazer com que o seu conhecimento seja capaz de mudar comportamentos.

Mirtila Facó
Especial para o Viva

7 coisas sobre...Diabetes tipo 2 - Entenda a Doença

O excesso de glicose no sangue afeta a qualidade de vida do paciente. Mas, com algumas mudanças de comportamento, é possível evitar complicações crônicas na visão, nas pernas e nos rins

por rose mercatelli

1 1- A doença em números
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, existem mais de 214 milhões de portadores de diabetes em todo o mundo. A cada 5 segundos, uma pessoa descobre que tem a doença metabólica caracterizada pelo excesso de glicose no sangue. No Brasil, com aproximadamente 12 milhões de diabéticos, esse número é de uma nova descoberta a cada 2 minutos e 18 segundos. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, o aumento do número de casos se revela cada vez maior. E as estimativas sobre as mortes provocadas pela doença são alarmantes. Ao total, são 3,2 milhões de falecimentos em decorrência do problema. A cada ano, há 1 milhão de amputações pela falta de tratamento.
Especialistas acreditam que o diabetes tipo 2 tornou-se uma epidemia por fatores como maior envelhecimento da população mundial, aumento dos índices de obesidade e de um estilo de vida sedentário.

2- Tipos bem diferentes
Ao contrário do que muitos pensam, os dois tipos da doença são bastante distintos entre si. A diferença de base está na origem de cada uma.
O diabetes tipo 1 é uma doença auto-imune, isto é, o sistema de defesa se volta contra o próprio indivíduo, produzindo anticorpos que, por sua vez, vão destruir as células do pâncreas que produzem insulina. Isso acontece porque o organismo se "engana" e encara as células pancreáticas como inimigas que devem ser destruídas. Daí, quando o pâncreas pára de produzir insulina ou a fabrica em baixíssima quantidade, surge a doença, e o paciente precisa tomar injeções diárias do hormônio para controlar o nível de açúcar. Somente 5% a 10% dos pacientes com diabetes possuem a doença do tipo 1, a qual se desenvolve mais comumente na infância ou na adolescência e não está associada ao ganho de peso.

3- Fator obesidade

Já a principal causa do diabetes tipo 2 é a obesidade. Tanto é que de 60% a 90% dos diabéticos tipo 2 são obesos. A doença, em geral, atinge pessoas acima dos 40 anos. Nesse caso, a insulina continua a ser produzida, porém não atua no organismo. Por várias razões, ela não consegue entrar nas células musculares para queimar a glicose. Daí, o acúmulo de açúcar na corrente sanguínea. Outro fator que fortalece a idéia de que a obesidade é a causa principal do diabetes tipo 2 é o fato de ser, atualmente, cada vez mais comum sua presença em criança e adolescentes acima do peso e sedentárias, ainda que nelas a produção de insulina continue normal.

4- De pai para filho

O fator hereditário é preponderante para o desenvolvimento da doença, principalmente no tipo 2. Além da predisposição genética, fatores como os maus hábitos alimentares - que levam à obesidade - e o sedentarismo da vida moderna são os principais responsáveis para o surgimento da doença. Esse dado é importantíssimo, pois, segundo os especialistas, quem tem casos de diabetes tipo 2 na família deve tomar cuidado redobrado com os níveis de glicose no sangue

5- Sintomas tardios

As pessoas com níveis altos ou mal controlados de glicose no sangue, em geral, apresentam vários sintomas como: muita sede, vontade de urinar várias vezes, perda de peso mesmo comendo mais do que o habitual, fome exagerada, visão embaçada, infecções repetidas na pele ou mucosas, machucados que demoram a cicatrizar, cansaço inexplicável e dores nas pernas por causa da má circulação. Em alguns pacientes, os sintomas nem aparecem ou só surgem muito mais tarde. Por isso, é considerada pelos médicos uma doença silenciosa. "Em muitos casos, quando é feito o diagnóstico, o paciente já é portador da doença há oito ou até dez anos. E, não raro, existem complicações, como problemas de visão", avisa Marcio Krakauer, endocrinologista, presidente da Associação dos Diabéticos do ABC e coordenador da Liga de Diabetes da Faculdade de Medicina do ABC.


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6- Exercícios físicos: a melhor prevenção
Os especialistas alertam: atividades físicas são fundamentais para o controle da glicose no sangue. Mas não apenas porque exercícios ajudam na perda de peso e no combate à obesidade.
"As atividades físicas melhoram diretamente a ação da insulina no organismo. Por isso, o paciente começa a se sentir melhor antes até de acontecer a perda de peso", esclarece Helena Machado. Vale lembrar que no diabetes tipo 2 a insulina está presente. Entretanto, apesar de o hormônio estar presente no sangue em quantidades normais, não consegue "queimar" o açúcar circulante nesse mesmo sangue. É importante seguir rigorosamente a recomendação médica: para a prevenção da doença, o melhor é controlar o peso, fazer exercícios e realizar exame para saber a quantas anda a taxa de açúcar no sangue pelo menos uma vez ao ano. Para os pacientes acima de 40 anos ou com sobrepeso e histórico familiar na doença, esse controle deve ser feito com maior freqüência, a cada seis meses.

7- Como controlar taxas de glicose
Quanto mais cedo forem feitos o diagnóstico e o controle da taxa de glicose no sangue, menores são os riscos de o paciente desenvolver complicações crônicas, como problemas na visão (retinopatias), nas pernas (neuropatias) e nos rins (nefropatias). Para o controle da doença, especialistas recomendam dieta com restrição de açúcares, atividades físicas e, se necessário, hipoglicemiantes orais, que são medicamentos usados para controlar a glicose. Diferente do tipo 1, nem sempre o portador de diabetes 2 precisa de insulina injetável. "Se a doença estiver numa fase tardia, quando o pâncreas já não produz mais insulina, aí, sim, as aplicações diárias do hormônio serão necessárias", diz Helena Atroch Machado, endocrinologista do Hospital e Maternidade São Camilo, de São Paulo.

Hipoglicemia leva homem a dirigir por 15 km na contramão na BR-101, em SC


Um homem foi abordado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) de Santa Catarina, após dirigir por cerca de 15 km na contramão, na rodovia BR-101, na altura do município de São José (Grande Florianópolis), na madrugada de terça-feira. De acordo com a polícia, ele estava com hipoglicemia e não sabia o que estava fazendo.

Segundo a PRF, ele saiu de São José na contramão e parou o veículo, um Golf, apenas ao chegar no limite do município de Biguaçu (SC), próximo ao posto da polícia rodoviária. Ele foi abordado por volta das 3h e realizou o teste do bafômetro, mas o resultado deu negativo. Os policiais que o localizaram informaram que o homem estava desorientado e disse não saber o que estava fazendo.

Uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamada ao local e a equipe médica constatou que o motorista estava com hipoglicemia (baixo nível de glicose no sangue) no momento em que realizou o trajeto na contramão.

O homem chegou a causar um acidente entre um carro e um caminhão na rodovia, mas ninguém ficou ferido, de acordo com a polícia.

Ele foi detido no posto, onde foi constatado que havia problemas no licenciamento e que faltava um equipamento obrigatório no automóvel. O motorista assinou um termo circunstanciado --espécie de boletim de ocorrência-- e foi liberado em seguida. Em abril, ele deve comparecer a uma audiência no Fórum de Biguaçu para explicar o caso, segundo a PRF.

Contramão

Este é o terceiro caso de motorista dirigindo pela contramão no mês de março. No dia 9, um homem se envolveu em um acidente na rodovia Raposo Tavares, em Cotia (Grande SP). Ele trafegou por cerca de 13 km na contramão, segundo a polícia, e colidiu de frente com outro veículo. Duas pessoas que estavam no carro atingido morreram no local e o motorista foi preso.

No dia 7 de março, outras duas pessoas morreram em um acidente que envolveu um carro e dois ônibus na rodovia Geraldo de Barros (SP-304), no município de Piracicaba (162 km de São Paulo). Segundo a polícia, o automóvel trafegava na contramão quando se chocou lateralmente com um ônibus que seguia na direção contrária.

Já em janeiro deste ano, um adolescente de 14 anos morreu após ser atropelado por uma moto, também na contramão, na Linha Vermelha --uma das principais vias do Rio. O motociclista percorreu um trajeto de cerca de 4 km na contramão --de São Cristóvão ao complexo da Maré-antes de atingir o jovem.

No ano passado, um aposentado de 83 anos também dirigiu por 13 km na contramão antes de colidir com um caminhão na rodovia Anchieta, na altura do km 43, na região de Cubatão (Baixada Santista). O homem teve ferimentos graves no acidente. 

Fonte: Folha Online

sábado, 20 de março de 2010

Ronco pode ser indício de problemas cardíacos e diabetes



As pesquisas mais recentes atestaram que o ruído é um forte indício de risco de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e diabetes, as três doenças que mais ameaçam a vida dos brasileiros.

Após os 40 anos de idade, afirmam os especialistas, as mulheres perdem a proteção hormonal e aparecem equiparadas aos homens nas estatísticas de uma doença chamada apneia do sono, que tem como um dos sintomas clássicos o ronco.

Geraldo Lorenzi, pneumologista da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em medicina do sono, explica que apneia é um problema "traiçoeiro", caracterizado pela ausência repetida de respiração por alguns segundos enquanto a pessoa está dormindo.

"Homens e mulheres sofrem deste mal e o ronco, nestes casos, é alto, contínuo e parece que ressuscita a pessoa. É comum acordarem com o próprio barulho, como se estivessem afogadas", diz. "Nem todo mundo que ronca tem apneia, mas todos que têm apneia roncam."

Antes a apneia era considerada grave porque compromete a qualidade de vida, impede o descanso durante o sono, atrapalha a concentração, o humor e até os relacionamentos. Agora, a preocupação dos estudiosos é dupla: os estudos têm mostrado que a probabilidade de sofrer problemas cardíacos, vasculares e também metabólicos é duas vezes maior em quem tem apneia, como explica o cardiologista do Instituto do Coração (Incor) e pesquisador da qualidade do sono, Rodrigo Pedrosa.

"Como a pessoa fica sem respirar por alguns instantes diminui a oxigenação do organismo. Isso faz com que a pressão arterial fique mais alta, aumentando os riscos de enfarte e AVC", explica. "Outro problema é que, sem oxigênio, a produção de adrenalina também é super estimulada, o que aumenta a produção de glicose e, por consequência, o diabetes."

Pedrosa afirma que diversos estudos norte-americanos já confirmaram a relação entre apneia e complicações cardíacas. Um deles, feito por meio da análise de 1.000 atestados de óbitos, concluiu que o risco de morte cardiovascular era duplicado nos que sofriam agravos do sono. "Confirmamos o risco em um estudo feito no Incor. Analisamos 80 pacientes, metade com apneia, outra sem. Identificamos arritmia (batimentos irregulares do coração) em 30% dos pacientes com apneia e apenas em 6,25% nos que não tinham a queixa."

Mulheres desavisadas

Uma pesquisa feita o ano passado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que a apneia é muito mais presente nas "camas" da população do que se imagina. Em análise feita com 6 mil adultos foi atestado que 32% deles tinham algum grau de ausência de respiração no sono. Para entrar no grupo era preciso ter mais de 15 "paradas" de respiração por minuto dormindo. Em casos graves, são mais de 30 paradas.

A responsável pelo Instituto de Medicina do Sono, Lia Bittencourt, explica que os sinais do problema são sonolência constante, hipertensão e cansaço, quase sempre negligenciados pelos pacientes e pelos médicos.

Rosana Alves, especialista em sono da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, lembra que entre as mulheres a identificação do problema é ainda mais difícil. "Primeiro porque no sexo feminino, em vez de sonolência, um dos sintomas comuns de apneia é depressão, o que dificulta ainda mais o diagnóstico. Depois porque as mulheres escutam o ronco dos maridos e avisam que eles estão com problema. O inverso nem sempre acontece e a queixa passa sem ser percebida."

Obesidade e tratamento

A apneia do sono acontece quando há muita gordura na faringe, dificultando a passagem do ar, o que provoca as paradas respiratórias. Por isso, as pessoas obesas estão no topo do ranking do grupo de risco. Idosos, que ficam com a musculatura do pescoço mais frágil, também são mais vulneráveis. Má formação craniana é outro motivo, sendo mais comum em crianças (1% dos menores de 18 anos tem apneia).

O tratamento convencional é feito com a utilização de um aparelho chamado CPAP. É uma espécie de máscara, ligada a uma tubulação, que precisa ser usada toda noite. Como é muito grande e cara (entre R$ 1.500 e R$ 6.000) precisa de orientação médica constante para não ser descartada ou subutilizada pelo paciente.

A diretora do Instituto de Medicina do Sono da Unifesp, Lia Bittencourt, complementa: emagrecer, tocar instrumentos de sopro e fazer acupuntura são outros tratamentos não convencionais que estão sendo investigados, já com resultados promissores.

"É preciso procurar ajuda do médico. Costumo dizer que morrer de vergonha do ronco é pior do que morrer por causa do ronco", compara o pneumologista Geraldo Lorenzi.

Fonte: http://delas.ig.com.br/saudedamulher/
ronco+e+indicio+de+problemas+cardiacos+e+
diabetes/n1237553690502.html

segunda-feira, 1 de março de 2010

A importância da boa alimentação na terceira idade



 
As bases para uma alimentação correta são sempre as mesmas, porém cada fase da vida merece cuidados especiais. A Dra. Jaine Maria Vieira, especialista em Nutrição Clinica, e doutora em nutrição na área de envelhecimento na Universidad Complutense de Madrid-Espanha responde algumas dúvidas

A alimentação do idoso deve ser diferente das outras pessoas?
Não. Existe é um consenso de que a alimentação do idoso deve ser variada, saudável e balanceada. As necessidades proteicas, calóricas e de lipídios diárias não são muito diferentes das de grupos mais jovens de pessoas.

Deve-se ter cuidado na alimentação dos idosos que apresentem algumas dificuldades para mastigação e deglutição. Já os que apresentem doenças como diabetes mellitus, cardiovasculares e outras decorrentes do envelhecimento devem observar e respeitar as restrições dietéticas quando orientadas para este fim, o que não significa que a alimentação não seja variada e saborosa.

É verdade que o idoso deve consumir menos calorias e mais alimentos protetores?

As pessoas idosas não são tão ativas quanto os indivíduos mais jovens, portanto requerem menos energia (calorias) dos seus alimentos para manter o mesmo peso, por isso do consumo de uma alimentação saudável constituída de variedades de alimentos, entre estes os chamados alimentos protetores (antioxidantes), que são importantes para proteger contra danos causados por radicais livres associados ao envelhecimento. Alimentos (frutas e legumes) de cores variadas (amarelos, verdes, vermelhos, ricos em vitaminas A, C e licopeno) devem ser ingeridos diariamente conforme a orientação do profissional da saúde.

Doces e frituras podem ser um hábito dos idosos?

Às vezes podem ser, porque muitas vezes o idoso mantém os mesmos hábitos de que quando jovem, porém com o envelhecimento esse hábito deve ser restrito devido às doenças chamadas crônicas não transmissíveis (diabetes mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares, obesidade e outras).

O uso do grupo de gorduras, óleos e doces deve ser usado com parcimônia.

Bebidas alcoólicas devem ser consumidas por idosos?

As bebidas alcoólicas não devem ser consumidas por idosos por dois motivos: álcool interage com o medicamento, diminuindo o seu efeito, e também diminui os reflexos.

Em alguns momentos de ocasião social a bebida alcoólica pode ser liberada, desde que sempre consultado seu médico.

Como alimentar idosos que já não podem preparar sua própria comida e estão debilitados? Sopas são a melhor alternativa?

Se o idoso está debilitado, sem condições de preparar sua própria comida, deve ter junto a si uma "cuidadora" para ajudá-lo a alimentar-se. As sopas podem ser uma das refeições, e nunca como refeição diária única. Várias são as formas (receitas) de preparo dos alimentos in natura que proporcionam para o idoso debilitado uma alimentação adequada, saudável e saborosa para manter seu estado nutricional e conservar seu apetite.

É necessário o idoso fazer uso de suplementos vitamínicos?

O uso de suplementos vitamínicos deve ser avaliado da necessidade. Existem situações em que a alimentação é inadequada, o que faz com que o idoso tenha uma carência de algumas vitaminas, porém, este fato não justifica o uso indiscriminado de suplementos de vitaminas pelo idoso.

Quando a alimentação é adequada às necessidades e saudável não apresentam sinais clínicos de deficiência vitamínica.

Também é comum entre as pessoas idosas a deficiência de vitamina D e cálcio porque o envelhecimento leva a uma diminuição da absorção intestinal da vitamina D ativa e da capacidade da pele de produzir seu precursor, a vitamina D3. O uso da reposição da vitamina deve ser avaliado pelo seu médico, porque em algumas doenças o uso é contraindicado.

A ingestão de fibras por que é importante?

A ingestão de fibras é importante porque muitas das pessoas idosas têm problemas de funcionamento dos intestinos. Portanto, há uma necessidade de incluir alimentos com alto teor de fibras, que ajudam a manter o funcionamento dos intestinos, e também estão associados à redução dos riscos de doenças cardiovasculares (baixar os níveis de colesterol plasmático), câncer, entre outras.

Também há necessidade de maior ingestão de líquidos para evitar o risco de constipação e desidratação. A recomendação é para consumir em torno de oito copos de água por dia a fim de garantir todas as necessidades biológicas do organismo.

Dicas para uma alimentação saudável

- Coma devagar, mastigando bem os alimentos.

- Comece as refeições preferencialmente com saladas.

- Não deixe de comer nada por não conseguir mastigar.

- Prefira alimentos naturais, como frutas, vegetais, legumes e cereais integrais, que contêm fibras, antioxidantes, vitaminas e minerais.

- Tempere suas refeições com condimentos naturais (alho, cebola, salsa, limão, manjerona, alecrim...).

- Prefira carnes magras (carnes vermelhas, peixe, frango grelhado, assado ou ensopado).

- Prefira óleos vegetais (soja, girassol, milho, canola, azeite de oliva).

- Beba líquidos, especialmente água, chás, sucos.

Modere

- Modere os queijos (colonial, parmesão...).

- Modere carnes vermelhas gordas.

- Modere gorduras de origem animal (banha, manteiga, toucinho, bacon, nata, creme de leite).

- Modere frituras em geral (1 vez na semana é o mais indicado).

- Modere os embutidos (estes contêm muito sal e gordura).

- Modere bebidas alcoólicas, refrigerantes e sucos artificiais.

- Modere produtos industrializados (enlatados, salgadinhos, temperos, mostardas, catchup, maionese, caldos de carne, galinha, legumes).

- Modere o sal.

- Leia os rótulos dos alimentos, verificando seu valor nutricional, validade e sua composição.

Fonte: www.comunidadediabetes.com.br

Diabetes Gestacional





O diabetes (ou diabetes mellitus) é uma afecção da taxa de açúcar no sangue (hiperglicemia). Essa elevação resulta na insuficiência ou secreção inadequada de insulina (hormônio necessário para o metabolismo do açúcar) pelo pâncreas.

Duas situações são possíveis:

1- Mulheres já afetadas pelo diabetes antes da gravidez;

2- Mulheres nas quais o diabetes se manifesta durante a gravidez.

No segundo caso, fala-se sobre diabetes gestacional. Preexistente ou não, o diabetes tem de ser obrigatoriamente tratado na gestante. A glicose, ao contrário da insulina, atravessa a placenta. Portanto, o feto está sujeito às flutuações de glicemia da mãe, o que o expõe a várias afecções, principalmente o hidrâmnio (excesso de líquido amniótico) e o excesso de peso, que podem levar a um parto difícil e à necessidade de uma cesariana. Além disso, ao nascer, a criança é brutalmente privada desse excesso de açúcar e pode sofrer uma hipoglicemia (queda da taxa de açúcar no sangue), às vezes grave. Os bebês nascidos de mães diabéticas tratadas incorretamente podem sofrer atraso de sua maturação pulmonar, o que os expõe a uma insuficiência respiratória no nascimento.

Diabetes preexistente à gravidez

Quer se trate ou não de um diabetes insulinodependente (isto é, necessita ou não de uma injeção diária de insulina), é essencial que as mulheres diabéticas confirmem, antes de conceber uma criança, se o diabetes está equilibrado, pois uma taxa de glicose materna muito elevada no momento da concepção pode causar malformação no feto. Além disso, durante toda a gravidez, elas devem passar por um acompanhamento rigoroso. Os medicamentos hipoglicemiantes (que fazem baixar a taxa de açúcar no sangue), usados no tratamento do diabetes não insulinodependente, são contraindicados para gestantes. Se necessário, devem ser substituídos durante a gravidez pela injeção regular de insulina.

Diabetes gestacional

Seus principais fatores de risco são a obesidade, a idade materna superior a 35 anos, antecedentes familiares de diabetes e antecedentes de partos de bebês grandes (peso superior a 4 quilos ao nascer).

O diabetes gestacional tem relação com as modificações fisiológicas da gravidez, que provocam uma deficiência da taxa de açúcar no sangue pela insulina materna.

Pode ser identificado pelo exame de sangue (medição da taxa de glicemia em jejum, e em seguida após a absorção de uma quantidade determinada de açúcar), realizado entre a 24ª e a 28ª semana de gravidez.

Essa triagem é importante, pois é possível tratar o diabetes e assim prevenir as complicações que ele acarreta. O tratamento consiste em seguir um regime alimentar adequado (alimentação equilibrada e pobre em açúcar, refeições espaçadas ao longo do dia). A administração temporária de insulina pode ser necessária.

O diabetes gestacional pode retornar em uma outra gravidez. Além disso, ele aumenta o risco de a gestante desenvolver um diabetes depois da gravidez.

Por: Priscilla Germano é Médica Endocrinologista, especializada em Nutrologia e Diabetes.

Fonte: www.idmed.com