Sexta feira a tarde recebi um telefonema surpreendente...
Era da escola da Júlia - COC Maceió- do gabinete do diretor pedindo o nosso e-mail para ele enviar um texto para nós....
Olha só que texto legal!!!!!! É realmente uma satifação poder publica-lo!!! Principalmente sabendo que em nosso país poucas são as escola com atitudes assim inclusivas diante de casos especiais como o da Júlia...
Isso sim é "abraçar a causa"... Obrigada a toda equipe do COC Maceió pelo carinho e pela dedicação com nossa filhota!!!! Em especial ao Professor Romero... Que muitos outro textos como esses venham enriquecer o nosso Blog!!!!
Meu favinho de mel está na escola.
*Prof. José Romero Nobre de Carvalho
Não é nada fácil ouvir de um médico que temos uma criança diabética em casa. O diagnóstico assusta e muito, mas não é o fim do mundo. É claro que a rotina em casa vai mudar, mas tudo dependerá, e muito, da aceitação e da entrega de cada família. Os problemas constantemente existirão, mas tudo entrará em um ritmo normal se alguns cuidados forem adotados.
A diabetes é uma disfunção metabólica perfeitamente controlada. Seguindo todas as orientações médicas e propostas prescritas, não haverá nada que limite as perspectivas futuras de vida e longevidade. Por isso mesmo, nada de viver à sombra da sociedade. Uma criança diagnosticada de diabetes não pode ser excluída de seu meio social e tem direito a uma vida normal, sem preconceitos, apenas com os cuidados que a doença exige. As instituições sociais têm que estar preparadas para acolherem essas crianças e oportunizar-lhes uma vida feliz. Assim deve ser na escola. Enquanto instituição de ensino, devemos estar prontos a aceitar a criança diabética e dar a ela as condições de suporte necessário ao seu bem estar.
A escola tem um importante papel para as crianças diabéticas. Primeiro, por ser o seu convívio social, lugar onde aprende conteúdos programáticos, mas onde ela se faz ler e se faz lida como pessoa. Por isso mesmo, é, depois da casa, o espaço de maior convívio. A escola tem que estar preparada para auxiliar a criança em seu monitoramento e na administração da insulina, mas não pode encarar essa criança como alguém diferente, discriminando-a ou privilegiando-a no ambiente escolar. A criança tem que ser tratada como outro aluno, sujeito às avaliações e à rotina disciplinar de uma instituição educadora. Nada de ter dó pelo fato de a criança ter que tomar insulina. Ela deve ser tratada como outra criança. As suas necessidades não as diferem de outro aluno, no que diz respeito aos objetivos cognitivos e afetivos que a escola busca.
Somos, na essência, enquanto instituição educadora, “cuidadores de gente”. Sabemos que o viver do homem caracteriza-se por um constante estar com os outros e com as coisas que fazem parte do mundo ao seu redor. Assim, relacionar – se com o outro faz parte de nosso existir. A escola é palco desse teatro da vida e, por isso, nós educadores somos cuidadores, e no exercício de nosso magistério cuidamos de todas as crianças e, principalmente, das que exigem mais atenção de nós. Cuidamos para que as crianças se manifestem em suas linguagens.
Não se exige nada de uma escola com crianças diabéticas, a não ser o controle dos níveis de glicose para os procedimentos normais de injeção de insulina. É preciso, portanto, que a equipe educadora, principalmente a professora, esteja atenta às taxas de glicose e à administração de alimentos na hora do lanche. É fundamental que o consumo alimentar, a administração de insulina e o gasto energético estejam ajuntados. Com tudo ajustado, a criança diabética estará tranquila para as atividades de ensino-aprendizagem.
A criança ou adolescente diabética que frequenta a escola pode ter uma vida normal, sem ter necessidade de se abster de qualquer atividade escolar, desde que a Escola receba as devidas orientações médicas, com atenção especial aos cuidados nutricionais. Assim como na família todos têm que se envolver nos cuidados diários, também será assim na escola. Educadores e demais funcionários de apoio, se devidamente instruídos, serão capazes de agir adequadamente, em caso de necessidade de intervenção em situações que possam causar desequilíbrio no sistema dessa criança.
Está vendo? A escola pode e deve estar pronta para acolher essa criança que tem todas as suas habilidades cognitivas e afetivas como qualquer outro ser humano.
Bibliografia: Zanetti ML, Mendes | AC, Ribeiro KP. O desafio para o controle domiciliar em crianças e adolescentes diabéticos tipo 1. Rev Latino-am. Enfermagem 2001 - Julho.
*Prof. José Romero Nobre de Carvalho é Diretor Geral do SEBCOC Maceió. Pai de três filhos, é educador com 28 anos de experiência, sendo 10 em gestão educacional. É Mestre em Educação, Pós Graduado em História, Membro da Associação Brasileira de Psicopedagogia e da Associação Brasileira de Dislexia. Tem artigos publicados em revistas especializadas em educação (CONECTADA e DIRECIONAL EDUCADOR). É autor de material didático do Sistema COC.