A obesidade é uma doença caracterizada por aumento da gordura corporal, que pode levar a várias outras patologias e até à morte. Uma criança obesa tem, até os dois anos de idade, 50% de chance de se transformar em um adulto obeso, aumentando esta proporção à medida que cresce. É o que alerta Mauro Scharf, endocrinologista do Lavoisier Medicina Diagnóstica/ DASA.
Um recente parecer da Força Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos (USPSTF) recomenda que crianças obesas com 6 anos a 18 anos sejam encaminhadas para um tratamento considerado mais intenso para melhorar o peso, com prazo estimado de resultado em até um ano. Os programas analisados com 1.258 crianças e adolescentes norte-americanos incorporaram aconselhamento e outras intervenções, além da já tradicional dieta alimentar e da atividade física orientada. "As intervenções incluíram técnicas de gerenciamento comportamental para ajudar na mudança. No caso das crianças mais jovens, os pais foram envolvidos como um componente. Mas não se sabe ainda se estes resultados podem ser aplicados às crianças que estão com sobrepeso, mas não obesos", afrima Scharf.
O especialista explica que os pesquisadores dos Estados Unidos usaram diferentes programas. As intervenções foram consideradas completas quando foram incluídos elementos como: programas estruturados de dieta saudável e de atividade física, técnicas de automonitoramento e de controle de estímulos, análise dos riscos clínicos e comportamentais para a obesidade, aconselhamento comportamental, fornecimento de um plano de gestão de peso, medicamentos e intervenção de uma equipe multidisciplinar especializada em obesidade infantil.
O programa também contou com uma avaliação clínica do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). O IMC consiste na divisão do peso (em quilogramas) pelo quadrado da altura (em metros). Por exemplo: em uma pessoa com 90 kg e 1,70 m o IMC será: 90 / 1,70 x 1,70 = 32,1. Pessoas com IMC entre 20 e 24,9 têm peso normal; entre 25 e 29,9 têm sobrepeso e com 30 ou mais são obesas.
Scharf afirma que o tratamento da obesidade somente deverá ser realizado sob orientação médica. Após o diagnóstico diferencial, este poderá estabelecer um programa de reeducação alimentar, com a adequação tanto da quantidade como da qualidade dos alimentos ingeridos. "É importante lembrar que, em 99% dos casos, a obesidade infantil não está ligada a disfunções hormonais, como a maioria dos pais pensa", afirma. A prática de exercícios físicos, também sob indicação e supervisão médica, visa aumentar a massa muscular e o gasto de calorias, favorecendo o emagrecimento. O tratamento com medicações, tanto as que auxiliam na diminuição da ingestão de calorias, como as que diminuem a absorção das gorduras no intestino, poderá ser prescrito pelo médico em casos selecionados.
Nos Estados Unidos, de 12% a 18% das crianças e dos adolescentes de 2 a 19 anos são obesos, percentual este definido com base na idade, IMC e sexo. De acordo com o USPSTF, a prevalência de obesidade varia com a idade e é mais provável a ser maior em crianças mais velhas, nos meninos e em minorias raciais e étnicas.
Scharf lembra que crianças e adolescentes obesos têm um maior risco de ter diabetes tipo 2, asma, alterações cardiovasculares, hipertensão arterial, alterações das gorduras do sangue, doenças reumatológicas e ortopédicas, e doença coronariana, que predispõe ao infarto. "Isso sem falar nos problemas de saúde mental e psicológica, como depressão e baixa auto-estima, se comparadas com crianças não obesas", reforça o especialista.
Fonte: http://www.comunidadediabetes.com.br
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