Pesquisadores testaram a produção controlada pela luz do hormônio GLP-1, que coordena a fabricação de insulina no pâncreas
Pesquisadores do Instituto Federal ETH Zurique, na Suíça, montaram uma rede genética em células vivas humanas com uma cascata de sinalização sintética que pode ser usada para ligar e regular genes por meio de luz azul. Os resultados mostram que, sob luz azul, células modificadas implantadas em ratos produzem proteínas que poderiam um dia ser usadas para o tratamento do diabetes tipo 2 e outras doenças.
Em vez de criar toda a rede, os bioengenheiros conectaram padrões naturais de sinalização - um de olho e um do sistema imunológico. As células são inseridas sob a pele para completar a rede de gene funcional e uma luz azul externa é aplicada sobre o implante. Isso permite que os pesquisadores controlem o gene alvo com extrema precisão.
O "interruptor de gene" é feito de melanopsina, uma proteína encontrada na retina do olho humano que forma um complexo com a vitamina A. Quando a luz azul atinge este complexo, a primeira cascata de sinalização é ativada, o que garante que o cálcio se acumule dentro das células - um processo que também ocorre naturalmente no olho e é responsável por definir o relógio biológico no cérebro todos os dias. Ao desligar a luz, a proteína para sua atividade e a sinalização é desativada. Os cientistas reconectaram o interruptor a uma via de sinalização que desempenha um papel fundamental na regulação imunológica.
Em culturas de células e ratos, os pesquisadores testaram a produção controlada pela luz do hormônio GLP-1. Este hormônio coordena a produção de insulina, regulando o nível de glicose no sangue. O GLP-1 regulado pela luz azul ajudou ratos diabéticos a melhorarem a produção de insulina, restabelecendo o equilíbrio de açúcar no sangue.
O líder do estudo Martin Fussenegger e seus colegas acreditam que a terapia com luz do GLP-1 pode substituir um dia a clássica injeção de insulina usada pelos diabéticos. Pessoas que sofrem de diabetes tipo 2, por exemplo, poderiam ter um implante colocado debaixo da pele. Uma proteção escura contendo lâmpadas LED resguardaria a área relevante da pele da luz do dia.
Quando necessário, como após uma refeição, o paciente acenderia as luzes LED pressionando um botão e o brilho incidiria sobre o implante por alguns minutos estimulando a produção de GLP-1. Tão logo o suficiente do hormônio esteja circulando no corpo, o paciente simplesmente desliga a lâmpada. "No entanto, essa ainda é uma abordagem de ficção científica", destaca Fussenegger, que acredita que vai se passar um bom tempo antes que um produto desse tipo chegue ao mercado.
Fonte: Portal Diabetes
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