terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Férias: é possível curtir 'doces' momentos mesmo com diabetes






É possível viver bem com diabetes e ter férias muito tranquilas desde que o controle glicêmico adequado seja seu objetivo principal. Para que suas férias não sejam amargas, alguns cuidados devem ser tomados se você tem diabetes.

Ao dirigir:

Para quem vai curtir as férias em um destino próximo, e vai dirigindo, atenção com a hipoglicemia (baixos níveis de açúcar no sangue). Este fenômeno faz com que o cérebro aja de maneira diferente devido à falta de glicose. Isso pode deixar mais lenta a capacidade de reação do motorista e gerar confusão e desorientação. Portanto, tome cuidado. Esta não é uma boa condição para dirigir.

Antes de assumir o volante, o portador de diabetes deve tomar algumas precauções:

- Faça o teste de 'ponta de dedo' (glicemia capilar) para ver como estão os níveis de açúcar no sangue;

- Leve os equipamentos necessários para a realização do teste (glicosímetro, tiras-teste);

- Leve também algum tipo de açúcar simples e também um lanche com proteína, estando sempre preparado para situações inesperadas como um engarrafamento ou carro quebrado. Tenha suco em caixinha e tabletes de glicose no porta-luvas.

"Se você sentir sintomas de hipoglicemia, saia da estrada e espere até que os níveis de açúcar no sangue voltem ao normal e os sintomas parem. Sempre que possível, dirija com uma companhia. Pare a cada 3 ou 4 horas para fazer o teste de níveis de açúcar no sangue ou a qualquer momento que você suspeite de hipoglicemia", aconselha a Dra. Karla Melo, médica endocrinologista.

Para quem vai de avião:

Se para chegar ao tão sonhado destino você precisa viajar de avião, nunca se esqueça de programar como irá controlar seu diabetes. A recomendação é que tenha alimentos suficientes na bagagem de mão para repor os carboidratos que consome normalmente numa refeição. Biscoitos e barras de cereais são fáceis de carregar. Caso você seja usuário de insulina, ela deve ser transportada em um recipiente térmico, principalmente se o turista estiver embarcando para um clima quente.

Se você não tem um regime flexível de insulina, é possível ligar para a companhia aérea e perguntar a que horas geralmente fazem o serviço de bordo. As companhias aéreas preparam refeições especiais, solicitadas 24 horas antes do vôo, o que poderá privilegiar o equilíbrio do organismo da pessoa em trânsito.

Ao praticar atividades:

Se você tem diabetes e deseja caminhar, andar de bicicleta, escalar montanha ou velejar, leve alimentos e algum tipo de açúcar simples. Caso utilize insulina, deve levar um kit de glucagon e ensinar alguém sobre como e quando usá-lo. Carregue também o monitor de glicose. Em caso de crianças ou jovens é interessante viajar acompanhado.

Viagens longas para o exterior:

Ao viajar para o exterior, peça uma declaração do médico dizendo que você tem diabetes e que precisa levar as seringas ou canetas de aplicação. O registro médico, que deve estar preferencialmente em inglês e deve conter os dados do médico para casos de emergência, e as receitas podem ser úteis para apresentar a Polícia Federal, caso perguntem algo.

Mudar de fuso horário pode atrapalhar os horários de administração de medicamentos. Dependendo da distância, a pessoa perde ou ganha um dia. O médico pode ajudar na adaptação do horário, evitando, assim, que as diferenças de fuso afetem a alimentação do paciente e os horários de medicamentos.

"O viajante também deve levar insulina a mais para o caso de estourar alguma ampola no avião ou algum acidente que a impossibilite de utilizá-la", conta Vanessa Pirolo Vivancos, paciente DM Tipo 1.

O armazenamento da insulina é outro detalhe importante: se a viagem tiver um curto período de tempo, não há necessidade de refrigeração. Mas se a viagem durar mais de um mês é necessário carregá-la em uma embalagem térmica, com os gelos reutilizáveis, feitos a partir de gel.

Deixar o relógio com o horário de casa até chegar ao destino é uma boa dica. Isso permite que você ajuste corretamente o relógio no novo fuso horário. Pedir ajuda ao nutricionista para auxiliar com os diferentes tipos de alimentos também é uma boa recomendação. Em alguns países, carne, frutas frescas ou verduras podem ser raridades. As dietas podem consistir de um complexo de carboidratos, como feijão, milho, pão e arroz, e a pessoa precisará ajustar o medicamento de acordo com os alimentos.

O portador de diabetes deve estar instruído e conscientizado da importância do seu tratamento para ter qualidade de vida. Em caso de viagens, converse antes com seu médico, oriente-se e programe-se para o tempo e as peculiaridades do local aonde vai.




Dra. Karla Melo, endocrinologista da equipe de diabetes do Hospital das Clínicas da FM-USP.

Fonte: www.saudelazer.com

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