terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ainda sobre a escolha da escola...

A postura dos pais quando do primeiro contato com a Escola escolhida é muito importante. Precisamos passar a imagem adequada. Não podemos superdimensionar a condição de saúde de nossos filhos. Provavelmente será a primeira vez que professoras e coordenadoras estarão lidando com o assunto. O conhecimento da média da população sobre a doença associa diabetes a obesos e idosos. Além disso, no máximo, como regra geral, a professora conhecerá uma tia ou um amigo de um amigo que “não deve comer açúcar”. Tranquilidade e disposição para dividir conhecimento com os colaboradores da escola são essenciais.

Diabetes em criança? Tomando Insulina? Prepare-se para ouvir muitos “coitadinhos” ou “pobrezinha”. Aqui atitude é fundamental. O processo de educação de nossos filhos não pode sofrer indevidas interferências ou condescendência de professores que por puro desconhecimento acabam tratando alunos com necessidades especiais de modo diferente, por vezes segregando as crianças de algumas atividades.

Um atestado médico para a escola, uma boa conversa com a professora e supervisora e um acompanhamento de perto nas primeiras semanas servirá para afastar preconceitos e fomentar a confiança de que é possível manter uma rotina plena e normal, com apenas um pouco mais de atenção nas mudanças de comportamento em sala. (Ficar quietinha, chorar sem motivo, suar bastante, pode significar uma hipoglicemia, assim como agitação em excesso pode denunciar uma bela hiperglicemia alimentar...)

Ouvimos histórias de pais que contratavam enfermeiros ou babás para acompanharem integralmente seus filhos na escola durante toda a duração das aulas. Para nós essa não é a melhor abordagem. Os cuidados que adotamos resumem-se a verificar a glicemia antes de levarmos Júlia para aula. As professoras não tem autorização para aplicar insulina. Elas apenas verificam a glicemia, aprenderam a conduta em casos de hipoglicemia e ficam com telefones de emergência para nos contatar se necessário. Fazemos a correção da taxa de glicemia dela antes e após a escola. Apenas não negligenciamos na hora de buscá-la na escola. Como ela estuda pela manhã adotamos uma rotina de almoços assim que ela retorna para casa e sempre saímos com antecedência de casa para evitar contratempos de trânsito e demais imprevistos.

Nesses quase três anos de experiência escolar da Júlia, vi crianças que necessitam de cuidados ainda mais intensos do que ela. Intolerância a lactose e/ou glúten, problemas com corantes e alergias em geral, que muitas vezes ultrapassam a questão alimentar para atingir problemas respiratórios ou de pele.

Crianças com necessidades especiais são situações rotineiras em qualquer escola. Informação e um pouco de boa vontade resolvem a situação. Na medida certa a professora pode até utilizar a condição de saúde de nossos filhos e os cuidados que eles necessitam no processo educativo, ensinando aos demais a ter uma alimentação mais saudável e a cuidar de seu corpo. Afinal todos somos diferentes e aprendemos observando as peculiaridades dos outros.

Abraços do Pai da Júlia

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