Nas minhas leituras e pesquisas quase que diárias sobre diabetes na internet, ouvi falar de uma mãe, que tinha produzido uma peça no Rio de Janeiro, chamada "Meu filho é um doce", que conta um pouco da rotina e das histórias de criança com diabetes... Então pesquisei um pouco sobre essa mãe que se chama Cláudia Valli, mãe do Tom, e em seu blog encontrei uma postagem linda no dia mundial do diabetes e me encaixei muito nela...Como resistir a reproduzir esta postagem???
Parabéns Claudia pela iniciativa da peça e principalmente parabéns pela mãe que parece ser... Parabéns por levar isso tudo com tanto bom humor... Assim que deve ser.....
Então aí vai... diretamente do Blog da Valli:
"Aróstia. Ziavítis. Záhari. Éma. Aghóri...
No começo é assim. Como se todos falassem grego com você.
Receber o diagnóstico de que seu filho é diabético, é como entrar numa espécie de “Second Life” e virar uma personagem de uma outra vida, que não era a sua até então.
Você passa a sentir falta de quando tudo era mais fácil e previsível. Daquelas madrugadas em que só o que lhe preocupava era aquela tosse que teimava em não passar. Você começa a achar pneumonia uma grande frescura.
Imediatamente você passa a ter uma compulsão por estudar. Você quer saber tudo sobre o assunto. Aquela falta de saco que você tinha nas aulas de ciências na época da escola, simplesmente desaparece. Aquele aluno medíocre que você era dá lugar a um CDF compulsivo, desesperado por informação.
E como você se supera...
Você consegue saber tudo que um leigo é capaz de assimilar sobre doença auto-imune, pâncreas, células beta, Ilhotas de Langerhans, contagem de carboidratos, hipoglicemia, hiperglicemia, tipos de insulina e o que mais você considerar pré-requisito para ser uma espécie de Deus na vida do seu filho. Pra controlar tudo. Pra nada dar errado.
Só que nem sempre as coisas funcionam como você planejou. E você se frustra algumas vezes e se assusta em outras. E aprende que não se pode controlar a vida. Que não se pode proteger um filho de sua própria história.
Com o passar do tempo, você se acostuma. E não se destrambelha mais. Porque essa é a vida real. E a vida real não é o que se vê na revista Caras.
E aí, finalmente, cai a ficha e você se toca de que quando uma criança é escolhida, sabe-se lá por quê, pra ter uma vida mais difícil que a das outras, é porque ela tem estofo pra isso. E não se pode nunca subestimar a força de uma criança dessas.
Meu filho não metaboliza o açúcar. E pessoas assim ficam doces. Portanto, meu filho é um doce. E isso pode ser bom. Afinal, como dizia meu pai: “De amarga, basta a vida”.
Hoje, quando alguém me pergunta o que digo pra meu filho, eu respondo: “Digo pra que ele tenha sonhos.”.
Porque a vida é isso. E é do cacete que seja assim.
Um beijo, Tom! Vamos aproveitar esse Dia do Diabético!"
P.S. Realmente uma pena eu não ter assistido a essa peça... Como gostaria de tê-la assistido....
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