terça-feira, 1 de março de 2011

A consulta ideal

Hoje é dia de consulta com a endócrino-pediatra da Júlia... Vamos ver quais serão as novidades que a querida Tia Susana terá para Jujuba dessa vez....

A escolha do médico é algo muito pessoal e a opinião sempre muda de pessoa para pessoa...

Nós escolhemos muito bem a nossa companheira de luta, Susana e é dela que vem muito de nossas boas energias e forças...

Então achei essa reportagem bem interessante e compartilho com vocês....

Amanhã posto as novidades da consulta....

Existe coisa mais decepcionante do que sair do consultório médico com as mesmas ou mais dúvidas do que entrou? Ou pior ainda: deixar o consultório com a receita médica na mão e não entender por que precisa utilizar insulina ou qualquer outro medicamento? 
 Quando isso acontece, há algo errado na relação entre médico e paciente. É o que garante o cardiologista Protásio Lemos da Luz, diretor da Unidade de Aterosclerose do InCor-HC e autor do livro “Nem só de ciência se faz a cura” (Editora Atheneu). “O paciente só deve sair do consultório quando souber exatamente o que fazer e por quê”, ressalta. “No caso do diabético, é importante ouvir explicações detalhadas para dimensionar a seriedade das conseqüências associadas à doença e ter uma idéia bastante precisa de como se tratar para evitar estas complicações”.

A escolha
O primeiro passo para uma boa consulta é escolher criteriosamente o médico que irá atendê-lo. Segundo Protásio da Luz, a formação é a mais importante referência. “Especialidades e pós-graduação são títulos que dão credibilidade.
Essas informações são facilmente obtidas pela internet”, diz ele. Outra dica é confi ar no boca-a-boca. “As indicações de conhecidos são úteis, pois costumam ser fiéis e sinceras”.
Os critérios de escolha também valem para os que procuram o médico pelo livro do convênio. Se ele não agradar, o portador de diabetes pode e deve ouvir outro especialista do convênio até achar o mais adequado. “O mesmo procedimento serve para o SUS (Sistema Único de Saúde)”, garante Protásio da Luz.
A consulta
Pronto, escolhido o médico e marcada a consulta, chegou a hora de saber como se portar dentro do consultório.
“O paciente deve informar, corretamente, tudo o que o médico perguntar e eventualmente o que ele não perguntar”, enfatiza o cardiologista do InCor-HC. A consulta médica se baseia em grande parte no histórico familiar e nos sintomas do paciente, mas nem por isso as pessoas precisam se preocupar com termos técnicos. “Quem tem que saber termos técnicos é o médico, o paciente é leigo e deve se preocupar apenas em passar a informação completa e precisa”. Se o paciente se sentir mais seguro pode levar um roteiro com dados importantes do seu dia-a-dia, como variações de índices glicêmicos, ocorrência de cansaço, dores e tonturas, periodicidade de vezes que urina, detalhes da dieta alimentar e, principalmente, a freqüência e a intensidade dos exercícios.
Muitas vezes as pessoas levam um parente na consulta, o que não é nenhum problema desde que o acompanhante não atrapalhe a conversa entre o médico e o paciente. “Mais de um acompanhante só complica o atendimento e, às vezes, o paciente pode ficar inibido com muita gente”, ressalta o médico. No caso de crianças, em compensação, a presença dos pais é fundamental.
A linguagem
A consulta não deve ser um monólogo e sim uma troca de informações. É importante que o médico esclareça as dúvidas do paciente e use linguagem acessível ao leigo. O paciente pode e deve questionar o médico quando não entender algo. Ele só precisar tomar cuidado para não confiar em informações incorretas, muitas vezes divulgadas pela mídia, e nos mitos sobre a doença.
“Siga o tratamento recomendado pelo médico e, se a conduta sugerida pelo especialista não estiver dando os resultados esperados, ouça uma segunda opinião”, insiste Protásio.
Para ele, uma boa consulta demora, em geral, de 30 minutos a 1 hora. No entanto, no SUS e nos sistemas oferecidos pelos convênios nem sempre isso acontece. As consultas geralmente são bem mais rápidas porque as salas de espera estão lotadas e o paciente se sente inibido para perguntar.
Resultado: sai do consultório cheio de dúvidas. “Infelizmente essa é uma limitação do sistema de saúde pública e dos convênios. Uma maneira de enfrentar isso é fragmentar o total de perguntas e tentar esclarecê-las aos poucos, levando as dúvidas a cada retorno”, aconselha ele.
A relação
Para que o tratamento seja um sucesso, é preciso estabelecer uma relação de simpatia, confiança e honestidade com o médico. O especialista assegura que, se o paciente tiver a informação correta sobre a natureza da doença, as conseqüências dela e o porquê de determinados tratamentos a aderência dele ao tratamento aumenta. “O paciente precisa sair do consultório convencido do que tem de fazer porque existem razões para aquilo”, destaca o médico. “No caso do diabetes, que é uma doença a longo prazo, é preciso esclarecer que mudar o estilo de vida é fundamental. O tratamento engloba exercício físico, dieta alimentar e medicação”.
Visitar periodicamente o médico é outro aspecto importante no tratamento do diabetes. O paciente não pode ficar na dependência de sintomas, pois o diabetes é uma doença “silenciosa”. Quem determina a periodicidade das visitas é o próprio médico e, claro, a situação clínica do paciente. “Só não deixe passar de um ano”, alerta o especialista.
Contar com uma equipe multidisciplinar, que inclui endocrinologista, nutricionista, psicólogo e preparador físico, é sempre mais indicado. No entanto, muitas vezes o paciente não tem tempo nem condições financeiras de visitar todos os especialistas. Isso não é necessariamente um problema: um bom endocrinologista pode conduzir o tratamento sozinho e, caso ele sinta necessidade de indicar um nutricionista ou psicólogo, irá fazê-lo.
A avaliação
A consulta médica terminou e agora é preciso avaliar se ela foi boa ou não. De acordo com o cardiologista Protásio da Luz, o paciente deve avaliar se o médico se interessou pelo caso, se é seguro, se colocou-se à disposição do paciente e, lógico, se a evolução do tratamento está sendo positiva.
Em suma, é importante verificar se o índice glicêmico vem baixando com o tratamento proposto pelo médico e se ele saiu do consultório convencido dos motivos que exigem dele dieta alimentar, exercício físico e aplicações de algum tipo de medicamento.
Dicas para avaliar um médico
• Competência: em casos simples de diabetes, qualquer clínico consegue tratar o paciente. Em casos mais complicados, o médico não-especialista vai ter certas dificuldades. Em relação a diagnóstico e tratamento do diabetes, mudanças de conceitos acontecem com freqüência e apenas especialistas são mais preparados para enfrentar essas situações.
• Humanismo: para fazer medicina clínica é preciso gostar de gente. O médico tem que juntar a parte científica com o lado humano. Cada paciente que entra no consultório tem suas particularidades, ou seja, tem temperamentos, personalidade e expectativas diferentes. O médico precisa compreender isso também.
• Disponibilidade: atendimento médico é um compromisso com o paciente e isso não se prende a calendário nem horário. As pessoas precisam do médico em diferentes circunstâncias e horas do dia. O médico tem que se colocar à disposição do paciente.



Fonte: Editora Lua - Sabor & Vida Diabéticos

3 comentários:

  1. Eu demorei um tempinho para encontrar um médico que gostasse... Passei por três antes de escolher o Dr. Daniel. Até com a nutricionista foi assim...
    É importante ter confiança e se sentir bem, pois é pra vida toda...

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  2. Concordo.
    Mesmo na atualidade; tempos diferentes de antigamente no atendimento, médicos para pessoas com problemas ou "doenças" crônicas tornam-se pessoas muito queridas e próximas, precisam transmitir confiança e informações compreensíveis.
    Tive isso de meu grande médico, amigo e "guru", o já ido Dr. Rogério Oliveira. Tento ser da mesma forma para meus pacientes, fonte de orientação e talvez para alguns, até inspiração como ele foi para mim.
    Além de tudo, somos (ele não mais) portadores de diabetes desde a infância, portanto até chegarmos à especialidade, também passamos "pelo outro lado da mesa".

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  3. Pois é Dr. Edson, O endócrino passa a fazer parte de seu dia a dia até como muitos familiares não fazem... Abertura e confiança são pontos realmente fundamentais nessa relação!!! Assim como Dr. Rogério para você, Susana teve um papel fundamental em nossas vidas desde o começo... Sempre positiva e muito bem informada, soube nos guiar pelo caminho do diabetes de um jeito super brando e nos mostrando sempre que nossa "atitude" é que definiria nosso grau de dificuldade para superar os obstáculos... E devemos o nosso "jeito" de levar o diabetes de um modo tão positivo a seus ensinamento... Essa gratidão com ela teremos sempre!!!!
    Que bom que você pode passar essa experiência para seus pacientes... Muito mais fácil entender "vendo" não é?!
    Que bom ver vc também fazendo parte desse nosso mundinho aqui do blog!!! Algumas de suas pacientes e inclusive a Luciana se tornaram grandes amigas minhas...
    Tudo de bom pra vc!!!!!!

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