domingo, 7 de fevereiro de 2010

Adoçantes podem influenciar negativamente na tomada de decisões

Você preferiria receber uma pequena soma de dinheiro por dia ou uma grande quantia no final do mês? Nós sabemos o quanto é ruim esperar demais por uma grande recompensa e, algumas vezes, a tentação, mesmo que pequena, de uma gratificação imediata pode ser irresistível. Mas a escolha da recompensa imediata ou “descontar do futuro” pode estar ligada a uma falta de autocontrole.
Estudos indicaram que pode haver uma ligação entre o nível de glicose no sangue (o que nos dá energia no dia a dia) e a maneira de pensar. Por exemplo, fazer escolhas difíceis que necessitem processos cognitivos pesados – e, portanto, atividade cerebral intensa – também se reflete no consumo mais alto de glicose.
Os pesquisadores Xing Wang e Robert Dvorak, da Universidade da Dakota do Sul, EUA, investigaram como os níveis de glicose – também chamada de glucose ou dextrina – podem impactar no modo que pensamos o presente e o futuro. Os resultados do estudo, publicados no periódico Psychological Science, mostraram que as escolhas do exemplo citado anteriormente – sobre receber dinheiro no momento ou no final de um período – tinham conexão com esses níveis de energia do corpo.
Os voluntários que participaram do estudo e que haviam tomado bebidas altamente calóricas durante o experimento mostraram um maior autocontrole do que participantes com baixos níveis de glicose no sangue, escolhendo receber a somatória do dinheiro no final de um período de tempo. Os resultados sugerem que o mecanismo de tomada de decisão tem ligação com os processos metabólicos, a exemplo do nível de açúcar no sangue.

Abstração e consumo energético
De acordo com os pesquisadores, quanto maior o nível de energia disponível no corpo, mais as pessoas tendem a tomar decisões pensando no futuro. “Pensar no futuro pode ser um termo mais abstrato do que o presente, e requer mais energia para ser processado”, diz o estudo.
E o mais surpreendente: participantes que ingeriram bebidas dietéticas também mostravam maiores traços de impulsividade, pois o corpo é alertado para uma ingestão calórica que não acontece, levando a uma maior atividade sem o contraponto energético, o que afetaria a tomada de decisões em termos de futuro.
“Reduzir a variação da glicose no sangue pode ser uma estratégia paralela para o tratamento de alguns transtornos do impulso, dependência de drogas ou mesmo de jogos”, concluem os pesquisadores.

Fonte: www.portaldiabetes.com.br

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