Alimento antigo, conhecido dos astecas e maias, o chocolate foi apresentado à civilização européia pela primeira vez por Cristóvão Colombo. Disseminado por todo o planeta, dificilmente há quem hoje não conheça o produto e, mais que isso, que não goste dele. Na forma de bebida quente ou gelada, em barras ou em bombons trabalhados com os mais diferentes recheios, o chocolate só é mesmo considerado um vilão quando o excesso no seu consumo acaba se transformando em mais quilos na balança. Mas cuidado: é muito calórico e, por isso, seu consumo merece toda atenção.
O chocolate, na sua origem, era muito diferente do que conhecemos atualmente, explica a nutricionista Isabela Pimentel, do Hospital do Coração de São Paulo. Antes feito exclusivamente com o cacau, ele incorporou, no século passado, o leite em sua confecção, depois a manteiga do próprio cacau, a gordura hidrogenada, o açúcar. Sem falar nas castanhas, nozes, uvas passas e outros componentes que fazem a diferenciação entre os diversos tipos e marcas comercializados.
"Tudo isso transformou o chocolate em um dos alimentos mais calóricos à disposição do homem moderno", explica Isabela. Um bombom, por exemplo, pode ter cerca de 120 calorias, o equivalente a quatro colheres de arroz ou a metade de um bife. Por isso, a primeira consequência ao se optar por ingerir chocolates é mesmo o risco de engordar, lembra a nutricionista.
Além disso, bombons e chocolates costumam ter muito açúcar, que é rapidamente absorvido pelo organismo. Se depois de comer um chocolate, a pessoa não for logo fazer uma caminhada, por exemplo, esse açúcar é transformado em gordura. Aumenta o nível de triglicérides, que tem relação inversa com a fração boa do colesterol, e em consequência cresce o risco de doença cardiovascular.
Isabela explica ainda que, ao contrário da crença comum, não há comprovação de que comer muito chocolate pode provocar o surgimento de espinhas. Ela diz que a verdade é que o consumo excessivo dessa guloseima pode até criar problemas mais sérios - como prisão de ventre ou gastrite - porque a pessoa muitas vezes deixa de comer outros alimentos e já tem uma história de alimentação pouco saudável.
"Se a pessoa tem uma boa alimentação e come um bombom de vez em quando, isso não lhe traz nenhum problema", garante a especialista, acrescentando que uma alternativa é optar por guloseimas mais saudáveis, como as barras de cereais ou frutas secas que vêm com uma cobertura de chocolate. "Assim, a pessoa satisfaz a vontade de comer o chocolate, mas ingere pequena quantidade e, ainda por cima, consome frutas ou cereais", raciocina Isabela.
Ela afirma ainda que o chocolate é um alimento de difícil digestão. Para reduzir a absorção de sua gordura no intestino, uma dica é combinar seu consumo com uma fruta, que pode ser uma maçã, por exemplo. Além disso, a fruta vai ajudar a diminuir a quantidade de chocolate consumido.
Em relação ao diabético, Isabela não aconselha a opção pelo chocolate dietético. Esse produto contém maior quantidade de gordura hidrogenada como alternativa para ganhar consistência em substituição ao açúcar, o que pode ser danoso principalmente para o diabético tipo 2 ou para quem já está com níveis inadequados de triglicérides e colesterol.
"É melhor que o diabético consuma moderadamente o chocolate amargo ou meio amargo, desde que faça a contagem de carboidratos de sua alimentação total no dia, para não ultrapassar sua recomendação", diz a nutricionista.
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