Entrevista com a psicóloga Regina Niglio, da ADJ
Você tem alguém com diabetes na família e gostaria de ajudar essa pessoa para que ela cuidasse adequadamente da saúde? Essa é uma situação comum, mas, muitas vezes, quem tem um problema de saúde resiste aos bons conselhos. A primeira reação após um diagnóstico muitas vezes é de negação, o que leva o paciente a resistir às recomendações médicas. O que fazer nessa situação é o que a psicóloga Regina Niglio, responsável pelo programa de arte-terapia da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), ensina aqui.
Regina Niglio - "Ao ser diagnosticado com diabetes o adulto, muitas vezes, perde a sensação de onipotência. Alguns mitos, como o de que 'aquilo não vai acontecer comigo', caem por terra. Mesmo após o diagnóstico, ele pode conservar esse mito e agir como se não estivesse em perigo, o que o leva a burlar as recomendações médicas e, em casos extremos, a deixar de tomar a medicação.
Quem convive com alguém nessa situação pode acabar angustiando-se porque quer, a todo custo, convencer o paciente da conveniência de se tratar. É preciso compreender o adulto e tomar consciência de que apenas com muita informação sobre o diabetes é que ele poderá, em determinado momento, agir no sentido de se cuidar.
Uma forma que pode ajudar a convencer essa pessoa é o parente começar a frequentar grupos de pais e de pacientes diabéticos que acontecem em diversas associações de pacientes, para conhecer melhor o que sucede com essas pessoas e como elas lidam com sua rotina. Trazer esse tipo de informação para casa e convidar o paciente diabético a também frequentar esse tipo de reunião pode ser um caminho.
Entretanto, quando a pessoa resiste, é preciso saber não insistir, respeitar espaço. Cada um tem seu tempo de maturação e é preciso aguardar que o recém-diagnosticado chegue por ele mesmo à conclusão de que precisa se cuidar. Não se pode agir com o adulto como se faz com a criança, que é levada ao médico, ao psicólogo e a reuniões com outras crianças que têm diabetes sem que ela precise ser consultada sobre isso.
Outra maneira de facilitar a adesão do paciente esquivo é mudar gradativamente a rotina familiar, principalmente no que se refere à alimentação. Uma vez que a alimentação para portadores de diabetes deve ser equilibrada, composta por todos os nutrientes, pouco gordurosa e sem abuso do sal, a família toda ganha em qualidade de vida se adotar hábitos alimentares mais saudáveis. Dessa forma, fica transparente para quem tem diabetes que ele não se tornou uma pessoa "diferente", que não é obrigado a seguir uma dieta especial e distinta à da maioria.
Ao mesmo tempo, o empenho da família em se cuidar é uma declaração eloquente de amor e atenção que pode ajudar quem tem diabetes a querer se cuidar mais também."
Você tem alguém com diabetes na família e gostaria de ajudar essa pessoa para que ela cuidasse adequadamente da saúde? Essa é uma situação comum, mas, muitas vezes, quem tem um problema de saúde resiste aos bons conselhos. A primeira reação após um diagnóstico muitas vezes é de negação, o que leva o paciente a resistir às recomendações médicas. O que fazer nessa situação é o que a psicóloga Regina Niglio, responsável pelo programa de arte-terapia da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), ensina aqui.
Regina Niglio - "Ao ser diagnosticado com diabetes o adulto, muitas vezes, perde a sensação de onipotência. Alguns mitos, como o de que 'aquilo não vai acontecer comigo', caem por terra. Mesmo após o diagnóstico, ele pode conservar esse mito e agir como se não estivesse em perigo, o que o leva a burlar as recomendações médicas e, em casos extremos, a deixar de tomar a medicação.
Quem convive com alguém nessa situação pode acabar angustiando-se porque quer, a todo custo, convencer o paciente da conveniência de se tratar. É preciso compreender o adulto e tomar consciência de que apenas com muita informação sobre o diabetes é que ele poderá, em determinado momento, agir no sentido de se cuidar.
Uma forma que pode ajudar a convencer essa pessoa é o parente começar a frequentar grupos de pais e de pacientes diabéticos que acontecem em diversas associações de pacientes, para conhecer melhor o que sucede com essas pessoas e como elas lidam com sua rotina. Trazer esse tipo de informação para casa e convidar o paciente diabético a também frequentar esse tipo de reunião pode ser um caminho.
Entretanto, quando a pessoa resiste, é preciso saber não insistir, respeitar espaço. Cada um tem seu tempo de maturação e é preciso aguardar que o recém-diagnosticado chegue por ele mesmo à conclusão de que precisa se cuidar. Não se pode agir com o adulto como se faz com a criança, que é levada ao médico, ao psicólogo e a reuniões com outras crianças que têm diabetes sem que ela precise ser consultada sobre isso.
Outra maneira de facilitar a adesão do paciente esquivo é mudar gradativamente a rotina familiar, principalmente no que se refere à alimentação. Uma vez que a alimentação para portadores de diabetes deve ser equilibrada, composta por todos os nutrientes, pouco gordurosa e sem abuso do sal, a família toda ganha em qualidade de vida se adotar hábitos alimentares mais saudáveis. Dessa forma, fica transparente para quem tem diabetes que ele não se tornou uma pessoa "diferente", que não é obrigado a seguir uma dieta especial e distinta à da maioria.
Ao mesmo tempo, o empenho da família em se cuidar é uma declaração eloquente de amor e atenção que pode ajudar quem tem diabetes a querer se cuidar mais também."
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