sábado, 15 de janeiro de 2011

Métodos diferentes para a Hemoglobina Glicada

Dentre os teste de hemoglobina glicada que fizemos com Julia, um deles veio muito além do que podíamos imaginar para o bom controle que estavamos vendo no aparelho... Achamos estranho, mas, por costume, como já tinhamos aquele conceito pré formado que quando fazíamos o teste da Hemoglobina Glicada, os valores de referência ideal para a idade de Julia era entre 7% e 8%, nem prestamos atenção aos valores referência que vieram junto com o exame...

O que não sabíamos era que existia várias formas de se fazer a Hemoglobina Glicada (vários métodos) e que cada método tem um valor referência diferente, e que o exame que tinha sido feito não era a Hemoglobina Glicada A1c de costume...

O laboratório tinha errado o pedido e não tinha especificado A1c, assim eles usam outro método em que o valor referência está entre 6 a 8,3%, ou seja, tem uma tolerância bem maior...

Como não levamos o exame para a endócrino pediatra da Júlia ver só informamos o valor, ela não percebeu o erro do laboratório... Só na Hemoglobina seguinte (que o mesmo laboratório errou novamente), quando levamos para a Susana ver é que ela percebeu o erro e refizemos o exame, desta vez, A1c de verdade...

Nem preciso dizer que, depois de ter feito as devidas reclamações (que não adiantaram em nada), abandonei esse laboratório e estamos fazendo os exames desde então em um muito melhor....

Pesquisei para ver o que achava sobre assunto para colocar aqui, e achei esse textinho aí em baixo... Espero que ajude vcs a não cometerem o mesmo erro que nós...

Para que serve o teste da hemoglobina glicosilada?
O teste da hemoglobina glicosilada ou hemoglobina glicada ou glicohemoglobina ou HbA1C era praticamente desconhecido há 10 anos. Hoje, ele é utilizado para saber se o diabetes está bem controlado ou não.
O teste da hemoglobina glicosilada informa qual foi a média de todas as glicemias nos últimos três a quatro meses. É um exame que requer apenas uma gota de sangue e pode ser feito em qualquer horário do dia, estando o paciente em jejum ou não. Isso é muito importante, porque o exame não terá o seu resultado modificado caso o paciente tenha feito uma dieta correta nos dias anteriores à coleta ou tenha feito exercícios físicos recentemente. 
O exame da hemoglobina glicosilada, o qual chamaremos de HbG daqui para frente, pode ser feito tanto nos casos de diabetes do tipo 1 como do tipo 2.
A utilização desse teste ficou popular após a publicação de importantes estudos sobre relação entre o controle do diabetes e o surgimento de complicações. Os estudos mais importantes são o DCCT (Diabetes Control and Complications Trial) e o UKPDS (United Kingdom Prospective Diabetes Study). Nesses estudos ficou clara a relação entre os níveis de HbG e o surgimento de algumas das complicações do diabetes – nefropatia, retinopatia e neuropatia. 

O que é hemoglobina glicosilada?
A hemoglobina é uma molécula de proteína que está dentro dos glóbulos vermelhos (hemácias) que são as células do sangue responsáveis por levar o oxigênio dos pulmões para o resto do corpo. Da mesma forma que todas as outras proteínas, a hemoglobina pode ligar-se a açúcares como a glicose. A ligação da glicose com a hemoglobina é chamada de glicosilação e é uma ligação irreversível. A taxa de formação de HbG é diretamente proporcional à concentração de glicose no sangue.
Se a glicemia esteve alta durante uma semana, mais hemoglobina ficará glicosilada e esse fato ficará na “memória” das hemácias até que a última delas tenha sido substituída por uma nova hemácia, que fará novas ligações com a glicose. O processo de substituição das hemácias é contínuo, mas o tempo médio de vida destas células é de cerca de três meses. Isso significa que o exame da hemoglobina glicosilada mostrará como foi o controle médio da glicemia nos últimos três meses.
Quanto mais glicose houver no sangue, mais hemoglobina ficará glicosilada. Uma pessoa que não é diabética tem cerca de 5% de hemoglobina glicosilada. Nos pacientes diabéticos, quanto maiores forem os níveis de glicemia, maior será a porcentagem de hemoglobina glicosilada. Por exemplo, se a glicemia média for de 120mg/dL, a HbG será de aproximadamente 6%. Em outro caso, se a glicemia média for de 330mg/dL, a HbG será de aproximadamente 13%.

A HbG é a mesma coisa que a A1C?
Todas as ligações de hemoglobina e glicose são consideradas glicohemoglobinas ou hemoglobinas glicosiladas. A hemoglobina A1C é uma hemoglobina específica porque a ligação da glicose e da hemoglobina ocorre apenas em um local da molécula de hemoglobina. Alguns métodos de laboratório medem todas as HbG juntas e outros medem apenas a A1C, porém todos fornecerão a mesma importante informação sobre os níveis médios de glicemia. É necessário sempre verificar quais são os valores normais de cada tipo de teste. Essa informação vem junto com o resultado do exame.
Para resolver o problema de interpretar resultados com valores diferentes seria necessário padronizar os métodos de realização dos exames. Várias associações de diabetes no mundo estão trabalhando para que isso aconteça no futuro.
O resultado do teste de HbG representa a “memória” da glicemia de quantos meses?
A vida-média das hemácias é de 90 dias. A HbG representa a memória da glicemia desse período.
Na verdade a HbG é uma média ponderada dos últimos três a quatro meses porque não ocorre uma substituição total das hemácias uma vez a cada quatro meses. A reposição é constante e uma pessoa tem ao mesmo tempo hemácias novas, de meia-idade e velhas.
O resultado da HbG é mais afetado pelos níveis mais recentes de glicemia do que pelos antigos. As glicemias dos últimos três a quatro meses contribuem com apenas 10% do resultado porque a maior parte das hemácias antigas já foi substituída. Os níveis de glicemia do último mês têm peso maior, cerca de 50% do resultado.
Essas características da hemoglobina glicosilada podem causar um desvio do resultado às vezes. Para evitar isso é importante que o exame seja feito a intervalos regulares, três ou quatro vezes por ano.

Qual a frequência para a realização do exame?
A hemoglobina é uma molécula de proteína que está dentro dos glóbulos vermelhos (hemácias) que são as células do sangue responsáveis por levar o oxigênio dos pulmões para o resto do corpo. Da mesma forma que todas as outras proteínas, a hemoglobina pode ligar-se a açúcares como a glicose. A ligação da glicose com a hemoglobina é chamada de glicosilação e é uma ligação irreversível. A taxa de formação de HbG é diretamente proporcional à concentração de glicose no sangue.Se a glicemia esteve alta durante uma semana, mais hemoglobina ficará glicosilada e esse fato ficará na “memória” das hemácias até que a última delas tenha sido substituída por uma nova hemácia, que fará novas ligações com a glicose. O processo de substituição das hemácias é contínuo, mas o tempo médio de vida destas células é de cerca de três meses. Isso significa que o exame da hemoglobina glicosilada mostrará como foi o controle médio da glicemia nos últimos três meses.Quanto mais glicose houver no sangue, mais hemoglobina ficará glicosilada. Uma pessoa que não é diabética tem cerca de 5% de hemoglobina glicosilada. Nos pacientes diabéticos, quanto maiores forem os níveis de glicemia, maior será a porcentagem de hemoglobina glicosilada. Por exemplo, se a glicemia média for de 120mg/dL, a HbG será de aproximadamente 6%. Em outro caso, se a glicemia média for de 330mg/dL, a HbG será de aproximadamente 13%.Veja na tabela abaixo alguns valores médios de glicemia e sua correspondência em HbG.
Se a HbG pode mostrar como foi o controle da glicemia durante vários meses, por que é necessário fazer exames de glicemia todos os dias?
Isso funciona mais ou menos como uma temporada de futebol. A HbG é a soma de pontos de todos os jogos que vai decidir qual o melhor time no final e a glicemia de jejum é o resultado de uma das partidas.
A glicemia de jejum é importante para que sejam tomadas decisões no dia-a-dia, como modificar as refeições, exercitar-se mais ou menos ou modificar a dose de insulina. 
Entretanto, é impossível fazer tantos testes por dia para ter uma idéia geral do controle em um período maior de tempo. Por exemplo, se um diabético do tipo 2 faz sua glicemia de jejum uma vez ao dia, antes do café da manhã, obtendo resultados em torno de 120mg/dL e seu exame da HbG mostra um resultado de 11%, isso quer dizer que, provavelmente, as glicemias após as refeições devem estar muito altas e a glicemia média deste paciente deve, na verdade, estar em torno de 270mg/dL. Esse paciente deve fazer modificações no seu esquema de tratamento e fazer testes de glicemia mais frequentes para melhorar o controle glicêmico. 
Vejamos outro exemplo: um paciente diabético do tipo 1 faz testes de glicemia três a quatro vezes por dia e obtém resultados bons, sempre em torno de 70 a 140 mg/dL, mas sua HbG é de 12% indicando uma glicemia média de 300mg/dL. Qual é o problema?
A situação deve ser avaliada. Raramente, alguma medicação pode modificar o resultado da HbG, aumentando-o. Algumas pessoas têm tipos diferentes de hemoglobina, que também falseiam o resultado. Anemias e perdas de sangue podem diminuir o valor da HbG. As situações mencionadas são raras, neste caso é mais provável que os testes de glicemia não sejam precisos, ou não estejam sendo lidos corretamente, ou que o glicosímetro tenha algum defeito.

Quais foram os resultados do DCCT e UKPDS em relação à HbG?
O propósito desses estudos foi determinar se o melhor controle metabólico diminuiria as complicações do diabetes.
O DCCT, realizado em diabéticos do tipo 1, mostrou que em pacientes que mantiveram uma HbG em torno de 7% houve redução da retinopatia (76%), proteinúria (34%), neuropatia (fazer caixa com as definições que estão no glossário) (69%) e hipercolesterolemia (34%). (fazer caixa com definição de hipercolesterolemia, conforme texto enviado para ser incluído no glossário)
O UKPDS, realizado em diabéticos do tipo 2, também mostrou redução de nefropatia (25%) e retinopatia (25%) nos pacientes que mantiveram a HbG próxima de 7%. 
VALOR ALTO DE HEMOGLOBINA GLICOSILADA É FATOR DE RISCO PARA COMPLICAÇÕES DO DIABETES 

Em qual nível deve ser mantida a HbG?
Para responder a essa pergunta são necessárias algumas considerações. Primeiro, valores dependem do método utilizado. O estudo DCCT adotou o HPLC como a metodologia de referência e os valores normais para esse método são 4.0 a 6.0%. 
Segundo, não existe um número que sirva para todos os pacientes. Pacientes diabéticos que conseguirem manter a HbG em torno de 7% certamente têm um bom controle metabólico e menor risco de complicações. A meta de tratamento deve ser atingir o valor mais baixo possível da HbG sem a ocorrência de hipoglicemias graves.

A HbG pode ser utilizada para diagnóstico e pesquisa de diabetes?
Até o momento, não existem dados conclusivos sobre esse assunto. O diagnóstico e pesquisa do diabetes são feitos por meio dos exames de glicemia de jejum e teste de tolerância oral à glicose. 

O que é e para que serve o teste da frutosamina?
A frutosamina refere-se a um nome genérico para a estrutura formada pela interação de glicose com amino grupos do aminoácido lisina presente na albumina e teoricamente representa a maioria das proteínas glicosiladas circulantes. A determinação da frutosamina dá uma idéia da média das glicemias nas últimas duas a três semanas, sendo um parâmetro de controle metabólico do paciente diabético, especialmente de gestantes diabéticas. É pouco sensível para diagnóstico de diabetes, diferindo da hemoglobina glicosilada por integrar os fenômenos de hiper ou hipoglicemia de um período mais curto. Os valores normais de referência são 205 a 285 micromol/L. Fonte: http://br.groups.yahoo.com/group/diabeticosbrasil/message/538


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