terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mitos e verdades sobre diabetes

Reportagem muito interessante da Sabor & Vida Diabéticos com algumas respostas para algumas perguntas que nos fazem muito por aí.....

Para mostrar o que é e o que não é cientificamente comprovado quando o tema é diabetes, consultamos importantes especialistas no assunto.
Flávia Benvenga
O diabetes costuma incitar uma chuva de “verdades”do tipo “a pessoa está marcada;não pode levar uma vida normal; jamais comerá um doce”; e por aí vai... A realidade, felizmente, é muito diversa. A cada dia os avanços da medicina propiciam uma melhor qualidade de vida ao diabético e apontam, definitivamente, que o portador da doença, quando bem controlado, pode viver de forma saudável, alegre, e até saborear um bom vinho ou se deliciar com uma fatia de bolo.

Para mostrar o que é e o que não é cientificamente comprovado quando o tema é diabetes, consultamos importantes especialistas no assunto.

Entre eles estão endocrinologistas, cardiologistas e nutricionistas, que esclarecem a seguir as principais dúvidas suscitadas pela doença. Confira!


Existe diabetes emocional.

Mito Em pessoas que já têm predisposição genética, as emoções podem ser um fator desencadeante ou agravante de um estado diabético. Mas o diabetes é uma doença orgânica e não emocional.

Insulina engorda.

Verdade Trata-se de um hormônio anabólico por excelência, que promove um aumento dos tecidos gorduroso e muscular. Por isso, a insulina tem a capacidade de aumentar a gordura, principalmente nos indivíduos que estão muito descompensados e vinham emagrecendo com a doença.

Existem frutas proibidas para o portador de diabetes.

Mito O diabético pode ingerir todo tipo de fruta. O que se recomenda é consumir de 3 a 4 porções, uma por vez. O tamanho da porção varia conforme a fruta: uma porção de abacaxi, por exemplo, corresponde a uma fatia média de 100 g.

Diabetes pode determinar problemas de colesterol e triglicérides altos.

Verdade A resistência à insulina induz o organismo a elevar moderadamente a concentração de triglicérides no sangue e diminuir a de colesterol bom (o que tira a gordura da circulação).

Já a quantidade de colesterol ruim, que é a gordura mais importante quando se fala em doenças cardiovasculares, não costuma ser elevada. Porém, o diabético deve ter índices de colesterol LDL menores do que os dos não-diabéticos, ou seja, sempre abaixo de 100 mg/dL.

Mães diabéticas costumam ter bebês grandes.

Verdade Geralmente, as mulheres diabéticas, tanto as tipos 1 e 2 como as gestacionais, dão à luz crianças com mais de 4 kg, principalmente se não controlarem a doença durante a gestação.

Mãe portadora de diabetes terá filhos diabéticos.

Mito Mães diabéticas não transmitem a doença para o bebê. Mas o descontrole glicêmico pode levar ao aborto e à má formação.

A gravidez pode precipitar o aparecimento de diabetes em mulheres predispostas.

Verdade A incidência de diabetes gestacional é de 2% do total de grávidas e, destas, apenas uma em cada dez sabia ter diabetes antes de engravidar. Por isso, todas as mulheres devem fazer o teste de glicemia e a curva glicêmica conforme orientação médica.

O portador de diabetes pode consumir bebidas alcoólicas.

Verdade O que mais influencia na questão do álcool é o controle do diabetes. Se a glicemia está dentro dos limites (até 99 mg/dL), o diabético não precisa se privar. Segundo a ADA (Associação Americana de Diabetes), o consumo máximo diário de bebida alcoólica para os homens deve ser de até duas doses de álcool (30 ml) — o equivalente a duas taças (de 125 ml cada) de vinho tinto — e até uma dose (15 ml) para mulheres. É fundamental também tomar cuidado para não ocorrerem episódios de hipoglicemia após a ingestão de álcool. Enquanto o fígado não eliminar todo o álcool, a glicose não será produzida e a queda da concentração de glicose, nessa fase, pode levar à hipoglicemia. Por isso, para prevenir uma crise, é preciso consumir bebida alcoólica junto com a refeição ou após um lanche. Dessa forma, a absorção do álcool é retardada.

O diabetes pode levar à cegueira.

Verdade Existe a possibilidade de o diabético ficar cego quando a doença é mal controlada por um tempo prolongado — cerca de 15 a 20 anos.

O diabético não precisa fazer atividade física.

Mito É consenso que o portador de diabetes precisa fazer atividade física — como caminhar, nadar e pedalar – regularmente, no mínimo 30 minutos, três vezes por semana, para preservar sua saúde. O ideal são cinco vezes por semana ou, melhor ainda, todos os dias. Isso porque o exercício físico ajuda a reduzir a concentração de glicose no sangue e melhora a ação da insulina, além de diminuir o colesterol, os fatores de riscos cardiovasculares e o peso corporal. Também proporciona sensação de bem-estar e aumenta a circulação periférica, melhorando as condições dos pés.

O portador de diabetes precisa controlar a glicemia diariamente.

Verdade A recomendação é que, dependendo do estado em que o paciente se encontra, o controle se ja feito o maior número possível de vezes. Isso porque, quanto mais vigiada a glicemia, mais apta a pessoa fica para corrigir eventuais variações causadas pela ingestão de determinados alimentos. No caso dos diabéticos tipo 2 controlados, alguns médicos costumam aceitar que o paciente faça a ponta de dedo apenas três vezes por semana por causa do alto custo do tratamento, mas o ideal é que ele meça a glicemia diariamente. No caso do diabético tipo 1, em compensação, o teste capilar deve ser feito pelo menos quatro vezes ao dia.

Emagrecer rapidamente é sinal conclusivo de que a pessoa está diabética.

Mito O emagrecimento rápido pode ou não ser indício de diabetes, porém é um dos sinais mais freqüentes em jovens e crianças — em alguns adultos também. O diagnóstico do diabetes é realizado por meio da avaliação de sintomas como o emagrecimento associado a uma dosagem elevada de glicose no sangue. Indivíduos diabéticos com insuficiente produção de insulina podem não aproveitar o alimento ingerido e perder açúcar pela urina, o que pode levar ao emagrecimento.

É considerada diabética a pessoa com valor de glicemia em jejum igual ou maior a 126 mg/dL, em dois exames de sangue diferentes.

O diabetes gestacional some após o nascimento do bebê.

Verdade A doença desaparece após o parto. Porém, trata-se de um alerta para que a mulher esteja atenta à sua glicemia, pois um bom número delas costuma desenvolver diabetes no futuro. Mães que continuam diabéticas após o nascimento do bebê, em geral, já eram portadoras da doença antes de engravidar.

Adoçantes fazem mal à saúde.

Mito O diabético deve usar o adoçante dietético porque não possui a sacarose.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, os adoçantes dietéticos não colocam em risco a saúde do consumidor se forem ingeridos em doses pequenas. A quantidade máxima de edulcorante que uma pessoa, diabética ou não, pode ingerir de forma segura diariamente varia conforme o produto.
É a chamada IDA (Ingestão Diária Aceitável). A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) garante que um adulto com 60 kg pode ingerir com segurança até 2.400 mg de aspartame por dia. Isto é, o equivalente a 48 envelopes de 1 g de um adoçante dietético com 5% de aspartame.

O diabético deve controlar a ingestão de carboidratos.

Verdade O diabético precisa comer alimentos com esse nutriente, por ser a principal fonte de energia para o organismo, mas é fundamental respeitar as quantidades: de 50% a 60% do total de calorias diárias. A escolha deve ser feita entre aqueles chamados de carboidratos complexos, provenientes dos grãos, dos cereais integrais, dos pães, do arroz, do feijão, entre outros, que levam mais tempo para serem quebrados. As dietas ricas em carboidratos simples, como o açúcar refinado e os doces, elevam rapidamente a glicose no sangue.

Diabéticos não podem ingerir açúcar.

Mito O portador de diabetes não deve consumir açúcar puro (branco, mascavo, cristal etc.), pois ele eleva muito rapidamente a glicemia e isso pode ser perigoso para o sistema cardiovascular, especialmente em pessoas descompensadas — a hiperglicemia acelera o surgimento de complicações decorrentes do diabetes. Mas, segundo a ADA, evidências científicas têm demonstrado que os demais carboidratos afetam a glicemia similarmente ao açúcar quando ingeridos em quantidades semelhantes. Quer dizer, os estudos apontam que a quantidade total de carboidratos nas refeições ou lanches é mais importante do que o tipo ou a fonte. Por isso, se o açúcar for ingerido em substituição a um outro tipo de carboidrato, a dieta não comprometerá o tratamento. O problema é que nem todos fazem essa substituição. Além disso, o açúcar só é liberado para o diabético que mantém a taxa de glicose dentro dos níveis normais (de 80 a 99 mg/dL, em geral).

O portador de diabetes pode ficar longos períodos em jejum.

Mito O diabético pode ficar até quatro horas sem comer, sendo que o ideal é alimentar-se com porções pequenas de três em três horas. A boa regra a seguir é: três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) e três lanches (manhã, tarde e noite). Durante o sono, quando o organismo está praticamente inativo, esse intervalo de jejum pode ser mais longo.

O diabético precisa ter cuidado com seus pés.

Verdade Por ser um dos pontos mais vulneráveis do diabético, é necessário ter uma atenção diária com os pés, ou seja, verifi car a pele, as unhas, a presença de micoses entre os dedos, calos, bolhas e rachaduras, com o objetivo de prevenir a instalação de infecções que podem ter conseqüências sérias.

Diabetes tem cura.

Mito Embora haja casos de obesos que normalizam a glicemia ao reduzirem o estômago e experiências com diabéticos tipo 1 que recuperam a função da célula beta do pâncreas, após enxerto de células-tronco do próprio corpo (transplante de ilhotas), a medicina ainda considera o diabetes uma doença sem cura.

Todo diabético precisa tomar insulina.

Mito Na maioria dos casos de diabetes tipo 1 é necessário utilizar insulina, e 30% dos diabéticos tipo 2 poderão lançar mão da insulina em alguma fase da vida com o objetivo de melhorar o controle do diabetes. Existe ainda uma minoria de diabéticos tipo 2 que passa a necessitar de insulina a vida toda.

O diabetes pode lesar os vasos sangüíneos.

Verdade O diabetes pode lesar todos os vasos do corpo quando descontrolado. A doença atinge principalmente as artérias dos membros inferiores, do coração e do cérebro, podendo levar ao derrame ou ao infarto do miocárdio. Mas o excesso de glicose no sangue pode também causar danos nos vasos dos rins, dos olhos e do sistema nervoso central.

Consumir aspartame causa câncer.

Mito Após receber uma série de solicitações de esclarecimento a respeito do uso do aspartame, em janeiro de 2006 a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou um informe técnico garantindo a segurança do uso desse edulcorante. Segundo o órgão, “existe consenso entre inúmeros comitês internacionais sobre a segurança do aspartame”.

O diabético pode comer à vontade os produtos “diet”.

Mito Nenhum alimento pode ser consumido de forma exagerada. Isso também se aplica aos produtos dietéticos. Alguns alimentos dessa categoria apresentam na sua composição redução ou ausência de açúcar, glicose ou frutose e, muitas vezes, com redução das calorias totais. Mas contêm também carboidratos, proteínas e gorduras, que devem ser observados, anotados e computados no total calórico quando forem ingeridos. Por isso, não podem ser consumidos livremente.

O diabetes tipo 2 é transmitido geneticamente.

Verdade O diabetes tipo 2, que representa mais de 90% dos casos, costuma aparecer depois dos 40 anos e tem um componente genético muito importante. Por isso, quem possui parentes acometidos pelo diabetes tipo 2 deve fazer exames regulares em jejum ou duas horas após a refeição para detectar precocemente a doença e fazer o tratamento necessário.

Tomar chá de pata de vaca e ingerir fibra de maracujá fazem bem ao portador de diabetes.

Mito Por enquanto não existe comprovação científica sobre os efeitos desses alimentos.

O consumo de doces leva ao diabetes.

Mito O que provoca o diabetes tipo 2 é o aumento de peso aliado a uma predisposição genética. Por isso, os maus hábitos alimentares e o excesso de açúcar podem contribuir para o desenvolvimento da doença.
Em contrapartida, o emagrecimento, a atividade física e a medicação adequada podem conter o avanço do diabetes tipo 2. No caso do diabetes tipo 1, os médicos desconhecem a causa precisa, mas sabem que é genética e não comportamental.



CONSULTORIA: endocrinologista Arual Augusto Costa, co-autor do livro “Manual de Diabetes”
(Editora Sarvier); cardiologista Protásio da Luz, diretor da Unidade de Aterosclerose do Incor;

nutricionistas Miyoko Nakasato e Adriana Ávila, do Incor; nutricionista Gisele Goveia, coordenadora do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD); diabetólogo Antonio Carlos Lerario, do Incor e da SBD;

endocrinologista Walter Minicucci, vice-presidente da SBD; endocrinologista Carolina Piras, consultora técnica de Sabor&Vida Diabéticos.

http://www.editoralua.com.br/portallua/saborevida/Artigo.aspx?id=100

Um comentário:

  1. não concordo muito com esta pesquisa..

    o aspartame tem metanol, e ácido fórmico em sua fórmula, ou seja, combustível de avião e veneno de formiga. e está diretamente ligando ao parkinson.


    outra questão, é. açúcar... o trigo é o pior pesadelo de longe para diabéticos.

    diabetes tipo 2 não é genético, o que passa, é a alimentação não saudável dos pais para os filhos. isso é apenas para colocar a culpa em alguém. a epigenética mostra isso claramente. mesmo que x pessoa tenha tendência a alguma doença, é só bloquear x alimento que possa estimular x gene.

    o consumo de doces pode levar ao aumento do HBA1c. principalmente com trigo... uma pessoa que come muitos doces e trigo, tende a ter tanto diabetes tipo 1 como tipo 2. isso a longo prazo...

    o trigo aumenta 10x mais a glicemia que o açúcar.

    o que é o detectar uma doença precocemente? isso ai é medicina... ou seja, só vai agir se houver alteração glicêmica...

    já que tem um parente, seja consciente... remova trigo, açúcares. e adoçantes, remova tudo que é inflamatório, e nunca terá nem resfriado. muito menos diabetes.

    infelizmente a medicina, diz sobre precoce quando há manifestação da mesma... não é preventiva.

    ex do câncer de mama,, tem que fazer mamografia (que não presta) para ver se tem nódulo, mas aí já tem a doença, cadê a prevenção.
    pra mim prevenção vem antes de adoecer....

    prevenção de câncer... é só ver o que são alimentos acidificantes, e alcalinizar... remova refinados, trigo e açúcar... já irá reduzir grandemente as probabilidades de qualquer doença.

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