Muito se discutiu entre as "doces blogueiras e blogueiros" na semana passada sobre o consumo ou não do Açúcar pelos diabéticos... Alguns são contra, muitos a favor, tudo depende do ponto de vista pessoal e da conduta escolhida para o tratamento...
A minutos atrás estávamos eu e minha filhota comendo uma fatia de um delicioso bolo de limão, e a carinha dela de satisfação por estar comendo aquilo, sem culpa e sem ser "proibido" me fez parar para pensar... "O que seria de nós sem a bendita Contagem de Carboidratos????"
A nossa posição e conduta com nossa filha é: SIM, ela come açucar!!!!
Nós escolhemos o caminho da liberdade e da Boa qualidade de vida!!!!
E viva a contagem de Carboidratos!!!!
Então resolvi postar aqui uma reportagem da Revista Sabor&Vida Diabéticos que achei bem interessante falando exatamente sobre isso...
Saiba a resposta para esse dilema que tanto mexe com a vida dos portadores de diabetes
Flávia Benvenga
Versão oficial
A resposta oficial a essa pergunta é afirmativa: o diabético controlado pode sim ingerir açúcar! Pois é, chega a ser surpreendende, mas é exatamente isso o que diz a Associação Americana de Diabetes (ADA). “Não existe nada que respalde a proibição do açúcar para o diabético”, garante a nutricionista Gisele Goveia, coordenadora do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Segundo a especialista, evidências científicas têm demonstrado que a quantidade total de carboidratos (cereais, massas, pães, açúcar e outros) presente nas refeições é mais importante para o ajuste da glicemia do que o tipo ou fonte dele. Ou seja, uma colher (sopa) de açúcar comum, o de mesa — que também é um tipo de carboidrato (sacarose) — pode fazer parte da dieta do portador de diabetes se for consumido no lugar, por exemplo, de duas colheres (sopa) de arroz integral
De acordo com a nutricionista Lis Proença Vieira, do Serviço de Nutrição e Dietética do Incor, a ADA permite o consumo do açúcar para tornar a dieta do diabético menos restritiva. Mas dentro de alguns limites. A entidade sustenta que a sacarose (açúcar da cana ou da beterraba) deve substituir outro carboidrato na dieta e, se isso não acontecer, a quantidade extra de glicose deve ser compensada com aplicação de insulina ou outra medicação. “Portanto, para que o portador de diabetes inclua no cardápio o açúcar, puro ou utilizado no preparo de doces, sem comprometer os limites, ele deve reduzir o consumo de outros carboidratos, como pão, farinha, torta, macarrão, torrada...”, alerta a nutricionista Lis Proença.
Além da limitação de carboidratos, o diabético deve respeitar também os índices calóricos de uma alimentação saudável. “Segundo a ADA, a quantidade diária tolerada de açúcar, que varia de pessoa para pessoa, é de até 10% do valor calórico total da dieta. Assim, em uma dieta diária de 1.500 calorias, a pessoa poderia consumir 150 calorias de açúcar, o equivalente a uma colher e meia (das de sopa)”, observa a nutricionista Lis Proença. “Vale frisar que o limite de 10% de sacarose por dia faz parte de uma indicação para uma alimentação saudável universal, seja a pessoa diabética ou não”, acrescenta Gisele Goveia, da SBD.
Em sua rotina de atendimento a diabéticos, a nutricionista da SBD conta que recentemente elaborou a dieta de uma senhora com diabetes controlado que inclui um pedaço pequeno de bolo simples para ser apreciado mensalmente durante os encontros da paciente dela com as amigas. “Percebi que ela iria comer de qualquer jeito o tal bolo, uma vez por mês nessa confraternização. Por isso, para o lanche da tarde, sugeri que ela substituisse uma fatia de pão de fôrma com requeijão light e um copo de leite desnatado, que ela come normalmente, pelo bolo e uma xícara de chá”, explica Gisele Goveia.
Amargas complicações
Mas, se a principal entidade de diabetes do mundo autoriza o consumo de açúcar, por que todos dizem que os portadores da doença não podem comer doces? Os médicos costumam pregar que o diabético não deve ingerir açúcar por não possuir insulina (hormônio produzido pelo pâncreas) suficiente para retirá-lo do sangue e levá-lo para as células. Ou seja, ficam com excesso de açúcar no sangue. O problema é que, se o diabético não mantém a taxa de glicose dentro dos níveis normais de concentração (em geral, de 80 a 99 mg/dL), corre risco de desenvolver uma série de complicações. E o que é mais importante: o descontrole da quantidade de glicose no sangue costuma estar relacionado ao consumo excessivo de açúcar e de outros alimentos ricos em carboidrato.
“Independentemente do tipo de diabetes, 1 ou 2, os cuidados e complicações com relação à ingestão de açúcar são os mesmos”, garante a nutricionista Lis Proença, do Incor. “Quando o açúcar é consumido de forma excessiva, pode-se gerar uma hiperglicemia, que é o aumento da concentração de açúcar no sangue. Se esse quadro se mantém a longo prazo, a hiperglicemia pode se tornar crônica e causar lesões vasculares”. Segundo o diabetólogo Roberto Betti, também do Incor, a concentração de açúcar no sangue por um tempo prolongado reduz a capacidade de dilatação dos vasos sangüíneos (vasoconstrição), provoca inflamações nas paredes do sistema circulatório e favorece o surgimento de coágulos (trombos). “Isto é, há uma alteração do fluxo sangüíneo, que pode afetar olhos, rins, coração, cérebro, regiões periféricas e sistema nervoso”, esclarece o médico.
As principais complicações decorrentes desses problemas vasculares são a doença arterial coronária, que pode causar infarto do miocárdio, derrame cerebral e insuficiência periférica; a retinopatia, que prejudica a visão e pode levar à cegueira; a nefropatia, que atinge os rins e causa insuficiência renal; e a neuropatia, que danifica os nervos. A forma mais comum de neuropatia é a periférica que lesa os nervos motores (movimentos voluntários como andar), sensoriais (tato) e autonômicos (funções orgânicas como a digestão). Assim, a maneira mais segura de se conviver bem com a doença é controlar o nível de açúcar no sangue, alimentar-se de forma saudável, seguir orientações médi-cas, praticar atividades físicas e, se for preciso, tomar medicamentos, como a insulina.
Doce veneno
Justamente por conta dessas conseqüências, para muitos profissionais, o diabético deve simplesmente excluir da dieta os doces, ou seja, alimentos que contenham sacarose. “A orientação clássica é desaconselhar a ingestão da sacarose”, explica a nutricionista Gisele Rossi Goveia, da SBD. “Entretanto, baseado nos estudos publicados em 1995 pela Associação Americana de Diabetes, a SBD também chegou a um consenso: o diabético controlado, cumprindo uma dieta saudável e fazendo uma correta contagem de carboidratos (leia glossário), pode sim inserir a sacarose na alimentação dele”, informa Gisele.
O endocrinologista Walter Minicucci, vice-presidente da SBD, concorda que o diabético controlado pode ingerir açúcar, mas acha que ele não deve fazê-lo. “O consumo é permitido por ser consenso da SBD e da ADA, mas digo que não deve porque a maior parte dos doces é rica também em gordura, o que pode causar o aumento do peso e, conseqüentemente, tornar mais difícil o controle do diabetes”, justifica o médico. “Além disso, o manejo é complicado, pois a pessoa precisa saber fazer a substituição do doce por um outro carboidrato da dieta, medir a glicemia e, no caso de quem depende da terapia com insulina, fazer eventuais ajustes de dosagem do hormônio”.
Picos glicêmicos
O diabetólogo Antonio Carlos Lerario, do Incor, ressalta que o mais importante não é somente o tipo, mas também a quantidade do carboidrato ingeri- do — que pode ser uma batata ou um bolo —, pois no organismo o nutriente será quebrado e transformado em glicose. “A questão, no caso da sacarose, que é uma forma muito concentrada de carboidratos, é o pouco tempo que ela leva para ser absorvida pelo sistema digestivo e a rapidez com que eleva as taxas de glicose no sangue. É por isso que, na prática, restringe-se o açúcar e indica-se a substituição por alimentos preparados com adoçantes dietéticos”, afirma Lerario.
Seja como for, o fato é que os carboidratos são uma das principais fontes de calorias da dieta do diabético, que precisa conter de 50% a 60% desse nutriente. Eles provêm principalmente do açúcar (carboidrato simples) e do amido (carboidrato complexo, encontrado nos pães, massas e feijões) e todos se transformam em glicose durante a digestão. Segundo a nutricionista Gisele Goveia, é fundamental para o diabético entender que dietas muito ricas em carboidratos simples, como o açúcar refinado, elevam repentinamente a glicose no sangue. Isto é, a insulina sobe depressa para conseguir mandar o açúcar que está na circulação para dentro das células. No entanto, o índice desse hormônio também pode cair se, por exemplo, o diabético ficar muito tempo em jejum. E, quando essa queda é intensa, pode levar à hipoglicemia (veja o glossário). Essa situação é mais comum entre diabéticos tipo 1, mas também pode ocorrer com o tipo 2. De acordo com a SBD, ao sentir os sintomas da hipoglicemia (suor, frio, tremores, sono, cansaço, tonturas, confusão mental, falta de coordenação, fome e outros), a pessoa deve verificar a concentração de açúcar no sangue e, se estiver baixa (menor que 70 mg/dL), precisa consumir carboidratos de rápida absorção, como um copo de suco de laranja ou uma bala.
Prazer proibido
Enquanto alguns grupos de profissionais permitem a seus pacientes que seguem o tratamento à risca e não são obesos consumirem açúcar, a orientação do Incor é não liberá-lo a ninguém. “Para consentir, é necessário que o diabetes esteja controlado e que o paciente tenha um perfil especial: deve ser consciente e disciplinado, porque ele precisa saber contar os carboidratos”, justifica a nutricionista Lis Proença Vieira, do SND do Incor. “Sabemos que, com o tempo, ele pode aprender, mas nossa experiência mostra que normalmente o diabético se excede. E, infelizmente, na prática, concluímos que a substituição do doce por um outro carboidrato não é feita”.
Para a nutricionista, isso acontece porque a quantidade de açúcar permitida pela ADA na dieta do diabético é pequena. “Se a sacarose for liberada para nossos pacientes, essa quantidade será facilmente ultrapassada”, argumenta Lis Proença. “Além disso, como a porção aceitável de açúcar precisa ser ingerida em substituição a alguma outra fonte de carboidrato da dieta, o diabético precisa estar muito atento para não adicionar o açúcar ao que ele já come de massa”. Segundo o diabetólogo Antônio Carlos Lerario, para o diabético controlado, dependendo da quantidade, a ingestão da sacarose pode mesmo não fazer diferença. “Mas é essencial saber como usar o açúcar e seguir as orientações de forma responsável”, sintetiza o médico.
Nutriente dispensável
Os especialistas em saúde são unânimes em afirmar que, tanto para o indivíduo saudável como para o diabético controlado, o consumo de doces como bolos, pudins, tortas e chocolates deve ser esporádico. “Apesar de o açúcar ser uma fonte de energia, a sacarose não faz falta, diferente do carboidrato complexo, o amido. Esse sim é fundamental para uma alimentação saudável”, acredita Lis Prença, do Incor.
Até agora, as pesquisas científicas que visam “adoçar” a relação entre açúcar e diabetes caminham em direção à melhora da qualidade dos adoçantes dietéticos. “A indústria alimentícia dedica-se bastante ao desenvolvimento de produtos que substituam o açúcar e não tenham sabor residual”, conta Lis.
E viva a contagem de CHO!!!
ResponderExcluirLindo Blog muito show e com certeza será visitado por muitas pessoas. Carolina e Marcos vc já são vencedores junto com a Jujuba que Deus os proteja. Estou trabalhando na Vale em Moçambique, e está sendo muito importante como missão...
ResponderExcluirBjs
Borges e Beth
Boa tarde Carolina adorei o seu Blog,gostaria de saber se voçe segue um cardapio semanal para a Júlia.Pois também tenho uma filha portadora de diabetes do tipo 1 e sempre temos que varias as refeiçoes né! vou esperar uma resposta sua.. muito obrigada e que DEUS abençoe voçe e sua familia.
ResponderExcluirFRANCIANE