quarta-feira, 1 de junho de 2011

Para pais, alimentação infantil é prejudicada por publicidade

Uma pesquisa do Datafolha identificou a opinião de pais de crianças de até 11 anos sobre seus filhos do impacto da publicidade de fast food e alimentos considerados não saudáveis. A maioria dos pesquisados, 79% dos entrevistados, afirmou que esse tipo de propaganda prejudica os hábitos alimentares das crianças. 

A pesquisa realizada em todo o território brasileiro com 596 pessoas e contratada pelo Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, ainda aponta que 78% concordam que a propaganda desses alimentos influencia as crianças a pedirem pelos produtos anunciados, e 76% acham que os comerciais dificultam os esforços dos pais na educação alimentar dos pequenos.

Para Isabella Henriques, coordenadora do Projeto Criança e Consumo, esses dados apontam para a urgência da pauta da regulação de publicidade de alimentos com alto teor de açúcar, gorduras e sódio para o público infantil. “A obesidade infantil já é uma realidade no Brasil e é preciso agir rapidamente para frear o aumento dos altos índices do problema entre crianças. Sabemos que só a regulação da obesidade não será suficiente para isso, mas sem dúvida é uma peça fundamental, que ajudará no processo de reeducação alimentar da população de modo geral”, diz. 

Em 2010, a Anvisa publicou uma resolução nesse sentido, que está suspensa para as maiores empresas do setor alimentício. A Resolução nº 24 obriga as empresas a publicar junto com o comercial de seus produtos um aviso sobre eventuais problemas em caso de consumo excessivo desses alimentos. No entanto, a regra não estabelece diferença entre público infantil e adulto.

No fim de abril, durante evento da Organização Mundial de Saúde (OMS) para debater doenças crônicas não transmissíveis, a diretora geral da organização, Margaret Chan, ressaltou que milhões de mortes causadas por esses problemas podem ser facilmente prevenidas com políticas públicas amplas e contundentes. O que inclui a regulação de questões cujo impacto é extremamente negativo, como é o caso da publicidade de alimentos ultraprocessados e não saudáveis para crianças e adolescentes.

“Aqui está uma pergunta que eu gostaria de fazer para as indústrias de alimentos e bebidas. Será realmente que produzir, comercializar, pulgar publicidade de forma agressiva, especialmente para as crianças, de produtos que prejudicam a saúde dos seus clientes é um bom negócio?”, questionou Margaret Chan.

O governo dos Estados Unidos, país ícone do junk food, lançou recentemente uma série de diretrizes para restringir a publicidade de alimentos não saudáveis direcionada ao público infantil. Estabelecidas pelo FTC (Federal Trade Commission) e mais três órgãos do governo americano, as normas mandam um recado claro para a indústria alimentícia: façam produtos mais saudáveis ou deixem de anunciá-los para crianças. 

A preocupação se estende para a Europa. Inglaterra e França, por exemplo, possuem regras claras para publicidade de alimentos com alto teor de açúcar, gorduras e sódio – o primeiro país proíbe veiculação de comerciais em programas dirigidos para crianças e adolescentes de até 16 anos; a França veicula avisos com mensagens de atitudes saudáveis depois das publicidades desse tipo de alimento.

Em contrapartida, algumas empresas alimentícias vêm reduzindo a quantidade de ingredientes nocivos para a saúde. O Instituto Minha Escolha, vertente brasileira do Choices Foundation Foundation, criou o selo Minha Escolha, criado pela Perdigão, Nutrimental e Unilever, a fim de sinalizar produtos com teores reduzidos de sódio, açúcar e gorduras trans.

2 comentários:

  1. Outro dia brinquei com meus filhos, daqui a pouco as pessoas só vão comer iogurte, é iogurte pra regular o intestino, é iogurte vitaminhado, tem aquele que vale por um bifinho e agora um novo com calcio para adultos, eu nunca gostei disso...
    Biscoitos que dão figurinhas, lanche que ganha brinquedinho, mas infelizmente uma hora ou outra teremos que ceder aos apelos... Mas tem alguns que não dá pra liberar, de jeito nenhum, aqui chiclete, balas, a aqueles biscoitos salgados tipo fandangos não entram, nem oferecendo dolares...

    ResponderExcluir
  2. Pois é Sarah.... É o poder hipnótico da mídia nas crianças... Muitas vezes é inevitável!!!!
    Aqui também não entra certas porcarias..... Mas tem coisa que não se tem como fugir.... Temos na verdade que saber dosar..... Beijos!!!!

    ResponderExcluir